Mariano tinha 36 anos – e não sei como chegaram a essa conclusão. Apenas quatro coisas são sabidas sobre Mariano: era homem, brasileiro, livre e morreu. O resto é um mistério – era um mistério para a época e se tornou um mistério maior ainda 125 anos depois.
O padre foi claro: nada consta sobre o estado civil e a profissão de Mariano. E, no entanto, ocorreu de Mariano vir a morrer em São Bento.
Assassinado na Estrada Dona Francisca.
Ora, tenha ele morrido assassinado, de espasmos, de tosse comprida ou afogado no tanque, o destino era o mesmo: havia de ser sepultado.
Dois dias depois, em 02 de Março de 1884, o desconhecido Mariano foi sepultado no Cemitério Católico de São Bento. No mesmo cemitério descansavam muitos dos pioneiros imigrantes da cidade. Mas hoje, o Cemitério não existe mais – virou praça. E Mariano pode se orgulhar de ser tão anônimo quanto qualquer outro que lá descansa eternamente.