Turismo

O turismo histórico em São Bento tem um único defeito: os turistas não ficam sabendo sobre a história de São Bento. De resto, tudo vai bem.

A Igreja Matriz, pela sua imponência, é ponto de parada para todos os turistas com máquinas fotográficas. E, para eles, a Igreja pode ter sido construída há duas décadas ou há dois séculos; pode ter sido construída em estilo barroco, gótico ou clássico; os construtores podem ter sido tanto escravos quanto soldados mercenários alemães. 

Não há, em suma, nada que informe sobre a história da Igreja.

Há uma gruta ao pé da Igreja. Ela tem um nome, mas os turistas não conseguem adivinhar.

Assim como também não adivinham que na Praça Getúlio Vargas funcionava a casa de recepção aos imigrantes pioneiros da cidade – e, Jesus, ignoram até que houve imigrantes pioneiros.

E na frente de todos os prédios construídos em estilo germânico ou não – até mesmo o Museu Municipal e o Arquivo Histórico – não há nada que identifique que, um dia, eles tiveram um passado.

A primeira escola da cidade permanece incógnita.

A Relojoaria Scheide e o Açougue Fendrich são estabelecimentos comuns, que abriram há alguns dias.

Os prédios sempre abrigaram as mesmas coisas.

As ruas da cidade sempre tiveram os mesmos nomes.  

E a Alemanha é o nosso país, isso basta para os turistas!

Ora, em Curitiba existe, na frente de todos os prédios antigos ou representativos da história local, um pequeno “totem” explicando, de forma resumida, a história de cada um deles. Está mais do que na hora de copiarmos essa iniciativa e pensarmos em outras que realmente ajudem a preservar a história da nossa cidade – para além de estereotipadas exaltações a uma Alemanha que nem existia.

Quando estivermos interessados na nossa história, poderemos pensar em turismo histórico.