A atividade de sapateiro na família Fendrich começou com o imigrante Frederico Fendrich, que aprendeu o ofício em Viena. Em São Bento, logo tratou de montar uma sapataria anexa à sua casa. Quando seus filhos Frederico e Francisco cresceram, passaram a trabalhar na oficina do pai. A família cobrava 7 mil réis por um par de botinas que, segundo quem usava, duravam anos. As botas até o joelho eram usadas para enfrentar o mato e a roça.
Em 1906, o sapateiro Frederico Fendrich faleceu. Seus dois filhos não se entenderam sobre quem deveria tomar à frente nos negócios da família. Não houve acordo amigável. Por fim, a sapataria passou a ser cuidada pelo filho também chamado Frederico – que era o mais velho. Seu irmão Francisco, não se conformando com a decisão, decidiu se mudar para Curitiba, afirmando inclusive que jamais voltaria a pisar em São Bento – promessa exagerada, pois cinco anos depois ele participou de um casamento na cidade.
Enquanto Francisco tentava abrir uma sapataria em Curitiba, Frederico tratou de aperfeiçoar os negócios que havia herdado do pai. A sapataria chegou a contar com dez funcionários e, conforme progredia, foi possível anexar a ela uma loja de calçados. Frederico ensinou o ofício ao seu filho Alexandre, que conduziu a Sapataria Fendrich até os primeiros anos da década de 70.
Como foi em 1875 que Friedrich Fendrich iniciou a atividade em São Bento, a sapataria funcionou por praticamente 100 anos na cidade.