Alcides Paulo Giese tem 83 anos e se lembra de vários deles – especialmente os mais antigos. Por isso, não é de se admirar que no dia de Natal, durante visita à minha avó, ele tenha levantado histórias dos anos 30 a 50.
Alcides é o terceiro filho de Catharina Bail e seu marido Rodolfo Giese – um homem moderno, atento às novas tecnologias. Dessa maneira é que Alcides classifica o próprio pai. E explica: tão logo as máquinas de escrever começaram a ser vendidas na região, Rodolfo Giese tratou logo de adquirir uma para si.
A casa de comércio que Rodolfo mantinha em Campinas dos Crispim, em Piên, também pode ser orgulhar de ter sido uma das primeiras a passar por uma importante transição: as balanças de peso foram substituídas pelas balanças de ponteiro, muito mais precisas.
Além dessas inovações, Rodolfo era o único naquela localidade de Piên que possuía uma máquina fotográfica. Isso fazia com que muitas pessoas da redondeza viessem até a sua casa para lá registrarem os seus instantâneos – revelados depois em São Bento.
Alcides revelou inclusive uma peraltice que cometeu nessa época – como era criança, deve ter sido nos anos 30. Na hora de tirar uma fotografia, ele apareceu atrás da pessoa mostrando a língua. A molecagem, naturalmente, só seria descoberta na revelação da foto.