No mesmo navio em que imigrou Johann Rössler, viajava aquela que, em São Bento do Sul, viria a ser sua esposa. Chamava-se Amalie Preussler, nascida em Grafendorf no dia 12.10.1853. Era filha de Bernard Preussler e Maria Anna Jäger, neta paterna de Ferdinand Preussler e Anna Elisabeth Staffen, e neta materna de Augustin Jäger e Anna Maria Ehrentraud (RECKZIEGEL, 2008, p. 1). O registro de imigração de Amalie aponta que ela viajava na condição de criada, mas ainda não foi possível descobrir para quem trabalhava. Ao contrário do que é possível ler no artigo de Vasconcellos e Pfeiffer, Amalie não veio com a família – ao menos, não existe qualquer menção a Bernard Preussler nas listas de passageiros.
Convivendo durante um mês a bordo, Johann e Amalie se interessaram um pelo outro e começaram a construir a sua história. Ao chegar em solo são-bentense, Johann comprou dois lotes de 30 alqueires cada na Estrada dos Bugres – região de solo pouco fértil, como os primeiros colonos do lugar descobriram. Essa dificuldade, e as demais que surgiram por conta da natureza inóspita que os rodeava, em muito contrastavam com as promessas que foram feitas a eles quando ainda estavam na Europa. Vasconcellos e Pfeiffer salientaram a dificuldade desses imigrantes para se adaptar a uma realidade que não esperavam e tampouco estavam acostumados:
Não possuíam eles a menor experiência em relação à mata virgem, transitável apenas por picadas. Conflitos de fronteiras com o Paraná, cobras, animais selvagens, incursões de índios, doenças, privações de toda sorte, faziam-nos desanimar, e em nada contribuíram para o seu bem-estar. (PFEIFFER, 1991, p. 323)
Apesar de todas as dificuldades, as necessidades não deixavam alternativa que não fosse a de trabalhar arduamente, pois só assim poderiam sobreviver e, alcançando maior estabilidade, projetar um futuro mais promissor. Aos poucos essas famílias foram se adaptando e conseguindo melhorar as suas condições de vida.
Naqueles primeiros anos, tudo indica que Johann Rössler já estava morando com Amalie Preussler, embora o casamento não houvesse sido oficializado. No dia 04.09.1878, Amalie deu à luz o primogênito do casal, que recebeu o nome de Otto. Foiele, assim, o primeiro Roesler brasileiro. O casamento religioso aconteceu apenas no dia 21.03.1882, em uma cerimônia simples na Capela do quilômetro 17 (Siebzehn). Já no mês de junho daquele ano, no dia 19, nasceu o segundo filho do casal, chamado Raymundo. Além deles, Johann e Amalie também foram pais de Emma, nascida em 24.06.1884, Maria, nascida em fevereiro de 1887, e Anna, nascida em 02.04.1891.
Leia a parte I.
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