Publicado na Folha do Norte de 06.05.2014.
Partindo de São Bento para participar de uma guerra meio que obrigado, como chegou a escrever, o Dr. Philipp Maria Wolff acompanhou as forças legalistas até Rio Negro e de lá até a Lapa, onde o General Argollo foi substituído no comando das tropas pelo General Carneiro. Naquela cidade se desenrolaram os acontecimentos finais da Revolução Federalista. Não foram dias fáceis para o Dr. Wolff, pelo que se depreende das anotações de seu diário sobre o episódio, transcrito em parte por Francisco Brito de Lacerda.
Nele encontramos o Dr. Wolff sobrecarregado com o atendimento dos feridos, caminhando sob o fogo dos inimigos, vendo granadas voarem sobre a sua cabeça e explodirem a poucos metros. Em dado momento, o médico observou: “Isto não é mais uma guerra! É um extermínio, uma caça às feras! Onde aparece uma cabeça, um peito, onde alguém faz um movimento, onde um homem se deixa ver, em sua direção é feita a pontaria e o tiro”.
Em outra parte do diário há um desabafo bastante pungente do médico, que dizia não aguentar mais aquela vida e que as suas forças estavam diminuindo. E não era apenas pelo serviço, em que achava faltar método, calma e asseio, mas também por outras dificuldades como a lama, a comida má e irregular, as noites sem sono, as pulgas e os piolhos, a rudeza dos homens de guerra. Lamentava ser posto naquela situação numa idade em que precisava de descanso e cuidados (já estava com 58 anos). Para piorar, ainda sentia saudades e temia pelo que podia acontecer à sua filha Toni. Ansiava por roupas simples, casa limpa, comida saudável, conversa franca e uma cama boa.
Em fevereiro de 1894, os governistas enfim foram derrotados e o nome do Dr. Wolff consta na ata de capitulação da Lapa. Ainda continuou tratando de feridos depois disso, mas, ao contrário do que temia, não precisou acompanhar os vitoriosos em sua marcha.
Na foto abaixo, de dezembro de 1893, é possível ver o Dr. Wolff à frente, de túnica branca.
Não havia granadas naquela época, seriam balas e eram poucas, o combate quase todo era corpo a corpo, lanceiros.
Não sei o que havia ou não lá, sei apenas o que diz o relato de uma testemunha ocular do evento, que diz exatamente isso que informei.
Granada (do francês grenade; do latim granatum, “romã”/ granum, “grão”) é um artefato bélico com uma câmara interna que leva uma carga de arrebentamento, o qual em geral se lança a pequena distância com as mãos ou com o auxílio de uma arma de fogo (fuzil) ou lança-granadas. O nome “granada” deriva do Francês antigo[1] e do espanhol, significando “romã”, devido a sua semelhança com essa fruta. O primeiro uso desse termo em inglês data dos anos 1590.[2]
A Granada surgiu na China Medieval, durante o século IX, era feita de cebola seca, e enchida com pólvora, usava-se para destruir muros, fortificações etc.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Granada_de_m%C3%A3o