A família Zipperer de São Bento do Sul por pouco não foi parar do outro lado do mundo. Isso porque um dos objetivos da família, enquanto ainda morava na Boêmia, era imigrar para a Austrália. Josef Zipperer, ao relatar essa história, não diz exatamente qual foi o motivo para que a Austrália fosse o destino preferido da família. O cronista também deixa claro que nenhum deles fazia a menor ideia de onde ficava a Austrália.
É provável que, de alguma maneira, tenha chegado aos ouvidos daqueles rústicos moradores da Boêmia relatos de pessoas que já haviam imigrado para lá. Zipperer, no entanto, menciona apenas que houve antepassados da família imigrando para a América do Norte e para a zona balcânica do Império Austríaco – não para a Austrália.
E realmente, não é difícil encontrar membros da família Zipperer da Boêmia que imigraram para a América do Norte. A imigração de famílias boêmias em geral, e não apenas dos Zipperer, foi bastante significativa para os Estados Unidos. Esse é mais um motivo para que estranhemos a escolha da Austrália – país no qual não conseguir achar um Zipperer.

Flecken, a aldeia natal dos Zipperer (A) e a localização geográfica da Austrália (B). Por fim, os Zipperer decidiram imigrar para o outro lado, chegando no Brasil em 1873.
Sabemos que, por fim, a Austrália não foi escolhida. Parece não ter havido uma oportunidade concreta para imigrar. A primeira chance real convidava a família Zipperer a imigrar não para lá, mas para o Brasil. E o que seduziu os Zipperer a imigrar para cá foi saber que o país também era governado por um imperador e confessava a religião católica.
Essas características animaram a família e eles enfim optaram pelo nosso país. Eles imigraram no ano de 1873 e fizeram parte do primeiro contingente de imigrantes que colonizaram a atual cidade de São Bento do Sul.
E a Austrália? Continuou longe demais para saber onde ficava.