Uma antiga e desconhecida associação em SBS

Aproveitando que a Biblioteca Nacional disponibilizou em seu site diversos periódicos de todo o Brasil, encontrei a seguinte nota no veículo “Regeneração”, publicação liberal de Santa Catarina, no dia 17.04.1885:

sociedadeO historiador Carlos Ficker nada menciona a respeito dessa associação, e pela nota sequer ficamos sabendo de que forma exatamente ela atuava. No entanto, Ficker menciona que no começo de 1885 houve o desentendimento entre o Dr. Wolff e Francisco Bueno Franco, presidente do Conselho Municipal, que acabou com a suspensão de Wolff das sessões legislativas. Na mesma ocasião, João Filgueiras de Camargo teria protestado contra a situação do arquivo do Conselho, tendo em seguida se retirado do recinto. É possível que houvesse relação com o episódio e que fosse uma associação eminentemente política. Wolff e Filgueiras viriam a se desentender ideologicamente mais pra frente.

Dr. Wolff

Sou tomado por uma repentina admiração pelo Dr. Felipe Maria Wolff. Não ignoro que o homem que hoje empresta seu nome ao Museu Municipal de São Bento do Sul podia ser muito desagradável e descarregar toda a sua ira contra os vários inimigos que teve ao longo da vida. Mas no dia de hoje, ele me inspira apenas simpatia.   

Isso se explica: terminei de ler o diário que o Dr. Wolff escreveu sobre o período em que esteve, como médico, auxiliando as forças legalistas na Lapa, durante a Revolução Federalista.

E pude encontrar o Dr. Wolff em momentos difíceis: dormindo em sacos de erva mate; impossibilitado de tirar as suas botas por dias seguidos; sentindo-se deslocado em meio aos rudes homens que faziam a guerra; sobrecarregado com o atendimento de feridos; caminhando sob o fogo dos federalistas enquanto se deslocava para atender seus pacientes; vendo granadas voarem sobre sua cabeça e explodirem a poucos metros; comendo mal e pouco; sentindo dores agudas nos rins e na bexiga e não conseguindo dormir; e sentindo muita saudade da sua filha Toni, e temendo que algo de mal lhe acontecesse.

Em outras palavras, encontrei o Dr. Wolff transformado em ser humano – o que inclui os seus defeitos. Francisco Brito de Lacerda disse que as opiniões de Wolff em seu diário revelavam o seu egocentrismo – e que cada um julgasse isso como bem entendesse. Creio que a leitura de um documento tão íntimo como um diário tornou mais tolerável tais defeitos – que não ignoro.

Mas ora bolas, eu tenho que parar com essa mania de me simpatizar por todo mundo

Lino Rodrigues de Almeida

 

A “Legalidade”, jornal do Dr. Philipp Maria Wolf, noticiava em 08 de julho de 1897 que Lino Rodrigues de Almeida tomou posse como vereador em São Bento do Sul. Era ele filho de Antônio Rodrigues de Almeida e Joana Maria Soares, neto paterno de meus pentavós Joaquim Rodrigues de Almeida e Maria Calisto, e neto materno de meus também pentavós Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo.

Lino foi casado em Rio Negro a 28.07.1881 com sua prima Angelina Fragoso Cavalheiro, filha de meus tetravós Felippe Soares Fragoso e Flora Lina Cavalheira, neta paterna dos citados Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo, e neto materno de João Florido Cavalheiro e Eduvirgens de Pontes Maciel – casal este que cremos ser de origem abastada, pois dispunha de mão-de-obra escrava na Lapa.