Livro encontra dificuldades para ser publicado

O livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”  está aguardando pelo encaminhamento do projeto junto aos órgãos governamentais de Santa Catarina. A informação foi do organizador Toni Jochem, que afirmou existirem dois PTEC para o projeto (817/090 e 1892/100). Jochem também disse, que em todos os contatos, a resposta é sempre que é preciso esperar, esperar, esperar. Possivelmente, os autores que quiserem terão que partir para um plano alternativo, que consiste no próprio custeio da obra.

O projeto contará com a participação de famílias de São Bento do Sul e região. Foram inscritas as seguintes famílias e seus respectivos autores:

Angewitz – Márcio Ricardo Staffen

Bollmann – Antônio Dias Mafra

Diener – Douglas Moeller Diener

Fendrich – Henrique Luiz Fendrich

Froehner – Juliano Froehner

Hackbarth – Zilda Hatschbach

Hatschbach – Zilda Hatschbach

Hümmelgen – Cristian Luis Hruschka

Kobs – Sueli Aparecida Tuleski

Prüss – Flávio Pruess

Roesler – Henrique Luiz Fendrich

Schindler – Flávio Pruess

Schuhmacher – Márcio Ricardo Staffen

Staffen – Márcio Ricardo Staffen

Zipperer – Henrique Luiz Fendrich

Esperamos que a situação possa ser resolvida brevemente. A obra era para ter sido publicada ano passado, quando se lembrava dos 180 anos da imigração alemã no estado. É importante o registro da história dessas famílias que, embora em número reduzido, representam significativos subsídios para o entendimento do passado de São Bento do Sul e região.

Torcida Alemã e Confusões Geográficas

Segue artigo meu publicado no Jornal Evolução do dia 02.07.2010:

Torcida Alemã e Confusões Geográficas


Em época de Copa do Mundo, é comum encontrar nas cidades do sul do Brasil pessoas torcendo pelo país de origem dos seus antepassados – em especial a Alemanha. O fenômeno também está presente em São Bento do Sul, cidade que, entre outras etnias, foi colonizada por imigrantes de origem germânica. Em nossa cidade, a torcida pela Alemanha simplifica uma grande confusão geográfica em que nos metemos.

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Isso porque a maior parte dos nossos imigrantes não veio do atual território alemão – e eles tampouco se consideravam alemães. Esses imigrantes tinham como origem o Reino da Boêmia, que na época integrava o chamado Império Austro-húngaro. Ao chegar em São Bento, os boêmios qualificavam-se como austríacos, e não alemães. E por muito tempo ainda cultivaram um forte sentimento de pertencimento à Áustria, a ponto de realizarem grandes desfiles e comemorações no dia do aniversário do imperador austríaco.

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Esses austríacos, no entanto, eram descendentes de famílias que vinham do atual território da Alemanha. A partir do século XII, a nobreza boêmia começou a incentivar a vinda de alemães para ocupar o seu território. Assim, os bávaros se fixaram nas regiões sul e leste, os saxões no norte e os silesianos no oeste da Boêmia. Os imigrantes de São Bento do Sul descendem de famílias que, em algum momento, fizeram essa mudança. Mas eles mesmos não eram propriamente alemães, embora pudessem compartilhar da mesma cultura.

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Deveríamos então torcer pela Áustria, uma seleção que anda mal das pernas e sequer está na Copa? Não exatamente. Afinal, o antigo Reino da Boêmia não fica mais na Áustria. Quando o Império Austro-húngaro foi dissolvido, após a 1ª Guerra Mundial, a Boêmia passou a fazer parte da Tchecolosváquia. E desde 1993 o território boêmio faz parte da República Tcheca. Os tchecos possuem uma seleção melhor, mas nem por isso precisamos torcer por eles. Isso porque os povos de origem germânica que ocupavam a Boêmia foram expulsos de lá após a 2ª Guerra Mundial – e voltaram para a Alemanha.

Em resumo, nossos imigrantes eram austríacos de origem germânica que habitavam a atual República Tcheca. Dessa confusão se conclui que a identidade germânica de São Bento se faz de maneira étnica e cultural, mas não necessariamente geográfica. Talvez a tentativa de enquadrar a cidade em um roteiro de imigração alemã tenha simplificado a origem de nossos ancestrais. Embora possa parecer mera sutileza, a especificação é útil para demarcar a nossa identidade. São Bento é a única cidade no estado colonizada principalmente por boêmios. Essa é a nossa particularidade, e nela devemos insistir.

Existiram também imigrantes de origem germânica vindos da Prússia e da Pomerânia, regiões que hoje fazem parte da Polônia –  também ausente na Copa. Antes que a confusão aumente, o melhor que podemos fazer é nos apoiar naquilo que temos certeza: nascemos todos no Brasil, a mesma pátria escolhida pelos imigrantes e, sendo assim, é por ele que torcemos.

Henrique Luiz Fendrich

Mito I: Os imigrantes de São Bento vieram da Alemanha?

Não.

Isto é, a maioria deles não.

Embora vários imigrantes fossem naturais da Bavária e da Saxônia, que hoje pertencem à Alemanha, o maior contingente dos imigrantes que vieram a São Bento do Sul antes de 1880 tinha como origem o Reino da Boêmia, que, àquela época, integrava o chamado Império Austro-húngaro – criado no ano de 1867 em substituição ao Império Austríaco. Após a 1ª Guerra Mundial, o Império Austro-húngaro foi dissolvido e a Boêmia passou a fazer parte da Tchecoslováquia. Desde 1993, o território boêmio faz parte da República Tcheca.

Em São Bento do Sul, esses imigrantes eram qualificados, qualificavam-se ou deixavam-se qualificar como austríacos. Por muito tempo eles ainda cultivaram um forte sentimento de patriotismo e de pertencimento à Áustria. As noções geográficas foram se perdendo com o passar dos anos e a tentativa de encaixar a cidade num roteiro da Imigração Alemã em Santa Catarina simplificou a origem de nossos imigrantes. A identidade germânica da cidade se faz de maneira étnica e cultural, mas não necessariamente geográfica.

A origem remota desses imigrantes boêmios aponta, de fato, para um passado germânico. Foi a partir do século XII que o rei, a nobreza e os religiosos da Boêmia e da Morávia incentivaram, de forma mais sistemática, a vinda de alemães para ocupar regiões desabitadas do seu território. No século seguinte esse processo se intensificou, com grande número de colonos imigrando de regiões alemãs superpovoadas. Os bávaros ocuparam especialmente o Sul e o Oeste, enquanto que os saxões aproximaram-se do Norte e os silesianos do Leste da Boêmia

Os alemães, a princípio, povoaram regiões de fronteira, tomadas por florestas e de difícil acesso. Habitaram vales e planícies férteis, e apenas a partir do século XVI colonizaram territórios mais elevados. A forte presença alemã alterou de forma significativa a composição étnica da Boêmia, que até então era habitada apenas pelos tchecos. As duas nacionalidades passaram a habitar o mesmo o território, mas não houve uma verdadeira integração étnica. A convivência entre tchecos e alemães, ao longo dos séculos, passou por períodos de harmonia, de rivalidade e até de conflito armado. No século XX, as duas guerras mundiais aumentaram as tensões e culminaram na violenta expulsão dos alemães do território tcheco.

Ou seja, a origem dos boêmios que imigraram para São Bento do Sul é, mais remotamente, alemã – assim se explicam os seus hábitos culturais, mantidos mesmo no Brasil, e que em muito se assemelhavam aos costumes bávaros. No entanto, geograficamente eles eram originários de um território diverso da atual Alemanha. Embora possa parecer mera sutileza, a diferenciação é útil para demarcar a nossa identidade enquanto cidade de imigrantes. São Bento do Sul é a única cidade no estado colonizada principalmente por boêmios. Tal é a especificação da maioria dos nossos imigrantes alemães. Nela devemos insistir.

Famílias de São Bento estão confirmadas

O livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”, projeto organizado por Toni Jochem em comemoração aos 180 da Imigração Alemã em Santa Catarina, contará com a presença significativa de sobrenomes da região de São Bento do Sul. Das mais de 100 famílias já inscritas, a cidade estará representada pelos seguintes sobrenomes e pesquisadores:

 

Angewitz – Henrique Luiz Fendrich e Márcio Ricardo Staffen

Beyerl – Henrique Luiz Fendrich

Bollmann – Antônio Dias Mafra

Diener – Douglas Moeller Diener

Fendrich – Henrique Luiz Fendrich

Froehner – Juliano Froehner

Hackbarth – Zilda Hatschbach

Hatschbach – Zilda Hatschbach

Hümmelgen – Cristian Luis Hruschka

Kobs – Sueli Aparecida Tuleski

Prüss – Flávio Pruess

Roesler – Henrique Luiz Fendrich

Schindler – Flávio Pruess

Schuhmacher – Márcio Ricardo Staffen

Staffen – Márcio Ricardo Staffen

Zipperer – Henrique Luiz Fendrich

 

É um bom número de participantes, que certamente saberá representar da melhor maneira as suas famílias e a própria história de São Bento do Sul. Lamenta-se, no entanto, que alguns sobrenomes tradicionais na cidade, como Pscheidt, Grossl e outros, não possuam pesquisadores entre os seus descendentes e, por conta disso, não poderão fazer parte dessa valiosa publicação, que se deverá se tornar fonte de pesquisa para as gerações posteriores. A nossa intenção era fazer com que o maior número possível de famílias são-bentenses fossem representadas no livro.

Família Bollmann garante a sua inscrição

A Família Bollmann também estará representada no livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”, alusivo aos 180 Anos de Imigração Alemã em Santa Catarina. O artigo será escrito pelo historiador Antônio Dias Mafra, que se junta aos já inscritos Flávio Pruess, Cristian Luis Hruschka, Márcio Ricardo Staffen e Henrique Luiz Fendrich na missão de registrar a história de famílias da região.

Segue o resumo do artigo a ser escrito por Mafra, conforme repassado por Toni Jochem, organizador do projeto:

 

 August  Friedrich Wilhelm Bollmann nasceu em 29 de janeiro de 1851, em Coethen, Sach-Anhalt, Alemanha. Trabalhou no Instituto de Estatística Comercial em Hamburgo.  Chegou a Colônia Dona Francisca em 18 de agosto de 1883, seguindo após  para São Bento, onde fixou residência, vindo a  falecer em 15 de junho de 1937. Casado com Maria Margaretha  Mohr-Grimm, nascida em Niendorf, bei Lübeck na Alemanha.  O casal veio para o Brasil com 3 filhos e aqui nasceram mais dez, totalizando 13. Foi agricultor, professor, inspetor escolar, farmacêutico prático e jornalista. Como inspetor, deixou vários registros sobre a educação no início da  Colônia. Fundou o jornal Volkszeitung em 1908  que foi herdado por seu filho Luis que manteve-o até a 2ª. Guerra Mundial. Por ter trabalhado por 3 anos quando jovem em farmácia homeopática, durante a Revolução Federalista, a cidade de São Bento ficou por longo tempo sem médico e a população foi socorrida por Guilherme. Fundou a Farmácia Bollmann em  1896  e  por longos anos foi a mais importante da região (homeopática, manipulação e alopática) e  funcionou até janeiro de 2009. Seus descendentes  se destacaram em várias atividades  na comunidade e região. O seu filho Carlos foi um dos pioneiros da indústria de móveis em São Bento e também tronco de uma família, com  vários industriais, músicos, e políticos, dos quais 4 prefeitos. Se São Bento  do Sul é denominada de cidade dos móveis, da música e  do folclore, nestas três atividades são encontrados, descendente ou parente  de Bollmann.   Mas a família Bollmann está presente também em Santa Catarina e em outros setores, como medicina, engenharia, magistério, judiciário, turismo, etc.

Livro: 180 Anos de Imigração Alemã em SC

Para melhor comemorar os 180 Anos de Imigração Alemã em Santa Catarina, um projeto deverá lançar um livro com a história de várias famílias germânicas que, nesse período, se instalaram no estado. A iniciativa e organização está a cargo de Toni Jochem, e todos os pesquisadores poderão escrever artigos sobre suas famílias – ainda é possível se cadastrar.

São Bento do Sul e região estão representados, até agora, por: Márcio Ricardo Staffen (um colega que nasceu no mesmo dia, mês e ano que eu), que escreverá sobre a família Staffen (de quem também sou descendente remoto, ainda nos tempos da Boêmia) e a família Schuhmacher, que atuou na Ceramarte em Rio Negrinho; Flávio Pruess, de Blumenau, que irá escrever sobre a família Prüss; Cristian Luis Hruschka, que falará sobre os Hümmelgen e Hruschka; além deste blogueiro, que irá falar sobre Fendrich, Zipperer e Roesler.

A iniciativa é uma ótima oportunidade para que as famílias da região sejam representadas em um publicação que deverá virar referência e fonte de consulta para as gerações posteriores.