Famílias protestantes de São Bento (1873-1900)

Essa é uma lista das famílias protestantes que habitavam a região de São Bento do Sul antes de 1900, feita com base em especialmente nos próprios registros da Igreja Luterana da cidade, mas também nos registros civis e em outras fontes diversas. São famílias que imigraram da Pomerânia, da Saxônia, da Silésia e de várias regiões da Prússia em que o luteranismo predominava. Percebe-se uma maior concentração na Estrada da Serra e ao longo da Estrada Dona Francisca, além do próprio centro de São Bento do Sul.

É provável que ainda estejam faltando nomes, que serão acrescentados conforme forem descobertos. Existe o caso de nomes que aparecem em mais de um lugar, o que sugere que tenham morado em ambos. A própria família Bollmann, bastante conhecida, foi antes moradora da Bismarckstrasse. Também lá morava a família de Friedrich Wilhelm Labanz, uma das duas famílias protestantes das quais descendo. A outra é a família de Karl Friedrich Wilhelm Giese, morador do centro.

A lista também é útil para verificar o nome completo de personagens locais, pois em geral os protestantes tinham ao menos dois nomes além do sobrenome. Casos de famílias mistas merecem ser analisados especificamente. Eis os nomes e suas respectivas moradias:

Banhadostrasse: Johann August Wilhelm Lüpke

Bechelbronn: August Michler, Ernst Julius Brunnquell, Ernst Friedrich Ludwig Fehlow, Ernst Kleinschmidt, Franz Gustav Mühlmann, Gustav Hoffmann, Karl August Müller, Karl August Ernst Kardauke, Karl Kardauke (pai), Paul Christian Heyse, Paul Heyse II

Bismarckstrasse: Albert Gustav Witt, August Friedrich Wilhelm Bollmann, August Kötzler, Ernst Friedrich Ludwig Fehlow, Franz Greinert, Friedrich Köne, Friedrich Wilhelm Labanz, Karl August Benjamin Kötzler,

Bugrestrasse: Albert Beuter, August Schade, Ferdinand Brand, Hermann Heinrich Echterhoff, Johann Hansen, Julius Hermann Brand, Karl Brand, Paul Brand

Campo Alegre: August Wolter, Franz Gustav Mühlmann, Gustav Friedrich Wilhelm Reinhardt, Johann Peter Reinhardt, Louis Buchmann, Paul August Rudolf Reusing, Wilhelm Müller, Wilhelm Pfeiffer

Campo São Miguel: Karl Robert Leichsering

Lençol: Friedrich Johann August Wiese, Gustav König, Hermann Neitzke, Louis Ritzmann, Matthias Meyer, Robert Morrissen, Wilhelm Hettwer, Wilhelm Reddin

Mato Preto: Joseph Reichel, Rudolf Nennemann

Oxford: Albert Mallon, August Wolter, Christian Schlüter, Christian Orth, Christopher Wöhlk, Claus Maahs, Ernst Robert Otto Hannemann, Friedrich Henning, Georg Schlemm, Hermann Henning, Hermann Koch, Hermann Schröder, Karl Friedrich Parucker, Jakob Dreher, Julius Hoffmann, Leonard Meister, Leopold Meister, Louis Wolf, Otto Kaesemodel, Paul Friedrich Parucker, Peter Jürgensen Söbye, Theodor Morgenstern, Wilhelm Zimmer

Rionegrostrasse: Hermann Karl Henning, Karl Ferdinand Baum

Rio Preso: Ludwig Rudnick

São Bento: Adolf Sabrowsky, Albert Kramer, Albert Krause, Amandus Jürgensen, Anton König, Arnold Weinert, August Friedrich Wilhelm Bollmann, August Weber, Christian Wilhelm August Heeren, Daniel Köhler, Eduard Ulrich Ulrichsen, Ernst Mendel, Felix Heinrich Paul Baumann, Franz Engel, Franz Jacob Kim, Friedrich Hansen, Friedrich Lutz, Friedrich Moritz Richter, Friedrich Schulz, Friedrich Wilhelm Rathunde, Gustav Anton König, Gustav Kopp, Hans Friedrich Richard Monich, Hans Hansen, Heinrich Gotthard Kaesemodel, Herbert Langer, Hermann Hille, Hermann Johann August Knop, Hermann Wilhelm Gustav Emil Schade, Hugo Langer, Karl Bruno Ryssel, Jakob Heinrich Steinbock, Johann Heinrich Husmann, Johann Herbst, Johann Josef Schönfelder, Karl August Wilhelm Fertig, Karl Brock, Karl Friedrich Wilhelm Giese, Karl Heinrich Reusing, Karl Martin Engel, Karl Heinrich Mrosk, Karl Rudolph Uhlig, Louis Dietrich, Otto Bernhard von Krause, Otto Jung, Otto Svenson, Paul Zschörper, Peter Rudolf Klaumann, Richard Brand, Theodor Boettner (pastor), Theodor Emil Hermann, Wilhelm Friedrich Seiffer, Wilhelm Hackbarth, Wilhelm Quast (pastor).

Saraivastrasse: Friedrich Gorgas

Serrastrasse/Estrada Dona Francisca: Adolf Mielke, Albert Mallon, Albert Schröder, Albrecht Malschitzky, August Günther, August Michael Ruske, August Natzke, August Heinrich Schröder, August Wagner, August Wolter, Christian Buch, Daniel Abraham, Ernst Friedrich Ludwig Fehlow, Ernst Roberto Otto Hannemann, Ferdinand Worrel, Franz Christian Reichwald, Franz Selke, Franz Wilhelm Rudnick, Friedrich Albert Ludwig Panneitz, Friedrich August Wilhelm Schneider, Friedrich Heinrich Neumann, Friedrich Lietz, Friedrich Neubauer, Friedrich Wilhelm Grund, Friedrich Wilhelm Müller, Georg Adolf Thomsen, Gottlieb Ludwig Eichendorf, Gottlieb Neubauer, Gustav Ziebarth, Heinrich Ferdinand Selke, Heinrich Friedrich Franz, Heinrich Neubauer, Heinrich Sprotte, Hermann Gottlieb Heinrich Lietz, Hermann Koch, Johann Friedrich Samuel Heiden, Johann Friedrich Wilhelm Redel, Johann Scholze, Joseph Reichel, Julius Ratzke, Karl Albert Ferdinand Schneider, Karl August Richter, Karl August Wagner, Karl Heiden, Karl Julius Müller, Karl Panneitz, Karl Paul, Karl Rothsal, Leopold Rudnick, Ludwig Paul, Ludwig Rudnick, Ludwig Selke, Ludwig Wilhelm Neumann, Maximilian Wagner, Michael Friedrich Ferdinand Lietz, Oskar Ammon, Otto Franz Phillipp Bauscher, Otto Robert Hertl, Otto Rudnick, Robert Eduard Worrel, Rudolf Panneitz, Theodor Sill, Victor Greipel, Wilhelm Christian Priebe, Wilhelm Greffin, Wilhelm Hermann Rudnick, Wilhelm Hümmelgen, Wilhelm Ludwig Röpke, Wilhelm Ludwig Rudnick, Wilhelm Neumann, Wilhelm Schröder.

Wunderwaldstrasse: August Hackbarth, August Leffke, Ernst Ludwig Strauss, Friedrich Hackbarth, Friedrich Ziebarth, Gustav Reinhardt, Heinrich Marschalk, Hermann Blödorn, Hermann Julius Gatz, Karl Bendlin, Karl Wilhelm Berthold Franz, Johann Slopianka, Wilhelm Radoll.

Moradia ainda desconhecida: August Ferdinand Gottfried Kobs, Eduard von Grafenrieth, Friedrich Bernhard Otto Seeling, Gustav Höpfner

Sociedade dos Atiradores em 1897

1ª fileira: Oswaldo Hoffmann, José Jantsch, Ernesto Brunquell, Paulo Zschoerper, Otto Jung, Augusto Kobs, Carlos Urban e Gustavo Kopp.

2ª fileira: Amando Jürgensen, João Wordell, Ignácio Fischer, Germano Knop, Guilherme Wünsche, Julio Brüsky, Guilherme Biermann e Francisco Goll.

3ª fileira: João Herbst, João Malinowski, Francisco Linke, Francisco Jakusch, Antônio Schwarz, José Gürtler, Otto B. Krause e Julio Hoffmann.

4ª fileira: Frederico Opitz, João Schick, Augusto Rose, Ambros Pfeiffer, Frederico Hoffmann, Augusto Schelin e Adolfo Weber Sênior.

Foto: Arquivo Histórico Municipal de São Bento do Sul

Identificação: Alexandre Pfeiffer em “São Bento Na Memória das Gerações”.

1ª Igreja Luterana de São Bento do Sul?

 

É sabido pela historiografia de São Bento do Sul que a primeira Igreja Luterana de São Bento foi criada em 1887. Um diretoria provisória, composta pelos cidadãos Amandus Jürgensen, Otto Krause, Gustav Kopp, Friedrich Rathunde, Carl Mrosk, Hermann Lille, Hermann Linke e Adolph Thomsen se reuniu na primeira assembléia geral extraordinária da Comunidade Evangélica de São Bento, em 12 de junho daquele ano. A descrição esmiuçada do que ficou estabelecido após essa reunião está presente a partir da primeira página do livro de atas.

Assim, parece claro que não existia uma Igreja Protestante na época. E não havia outras fontes que sugerisse ter havido alguma outra, em período anterior. Recentemente, no entanto, Brigitte Brandenburg citou um trecho da Gazeta de Joinville de 20/12/1877, na qual algum autor fala sobre assuntos da vida cotidiana de São Bento. E, em dado momento, fala também das Igrejas:

 

“O centro do nosso distrito progride, com quanto se façam sentir algumas necessidades. Já era tempo para termos uma igreja do gremio católico para veneração do culto divino, temos apenas uma insignificante ermida sem capacidade para a quarta parte dos fiéis que em dias santificados procuram cumprir os preceitos de nossa religião. A igreja protestante é mais espaçosa e em tudo mais regular, não obstante o número dos acatólicos ser menor.”

 

As referências feitas a respeito da Igreja Católica conferem com aquilo que é sabido pelos autores da história de São Bento. A primeira missa católica foi realizada em 08/03/1876. O cronista Josef Zipperer comparar a primeira Igreja ao estábulo onde Jesus nasceu – assim, provavelmente não podia abrigar muitos fiéis.

O que há de novo no trecho citado no jornal é, justamente, a citação de uma Igreja Protestante em São Bento do Sul, já em 1877 – dez anos antes daquela que é entendida como a primeira. Embora ainda não saibamos como tenha surgido essa Igreja, onde se localizava, quem foram seus idealizadores e quais eram as atribuições que cabiam a ela (poderia ser uma pequena casa de oração, sem pastor), a descoberta dessa fonte vem, de certa forma, sugerir novas investigações a respeito, a fim de melhor compreender a história da Comunidade Evangélica da Cidade, e complementar o bom livro de Alexandre Pfeiffer “História da Comunidade Evangélica Luterana de São Bento” (1999).

Os jornais antigos de Joinville estão recheados de informações que auxiliam no entendimento da história de São Bento do Sul e de seus personagens.