Famílias da Boêmia e suas aldeias de origem

Abaixo, seguem o nome de aldeias da Boêmia e os respectivos sobrenomes de famílias que de lá imigraram ao Brasil pelo porto de São Francisco do Sul.

A maioria se estabeleceu em São Bento do Sul/SC, mas outras tomaram destinos diversos, inclusive indo para o Rio Grande do Sul.

Há sobrenomes que aparecem em várias aldeias. Sugiro pesquisar um sobrenome usando Ctrl + F.

Há famílias que ainda não tiveram a sua aldeia identificada.

Se estiver interessado em uma informação ou pesquisa específica sobre alguma dessas famílias, entre em contato.

ALBERSDORF: Baumrucker, Böhm

ALBRECHTSDORF: Endler, Fischer, Paulata, Rössler, Simm, Swarowsky, Zimmermann

ARNAU: Havel, Kapp, Scholz

ARNSDORF (há mais de uma): Jankel, Raschel, Schlögl (Schlegl)

AUSSIG: Malik

BÄRNSDORF: Ritter

BAUSCHOWITZ (há mais de uma): Laube

BAUTZEN: Schützel

BRAND (há mais de uma): Schwarz

BRUNN: Barnack

BUCHAU: Kolbe

BULLENDORF: Lammel

CHINITZ-TETTAU: Gruber, Knickel, Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

CHUDIWA: Gruber

DALLESCHITZ: Jappe

DESCHENITZ: Dietrich (Ditrich), Seidl (Seidel), Treml, Zierhut

DESSENDORF: Adamitschka, Fischer, Schwedler

DITTERSBACH: Altmann

DÖRRSTEIN: Rohrbacher

DUX: Grimm, Schneider, Walter

EGER: Bergler

EISENSTEIN: Gschwendtner, Maurer (Mauerer), Pilati, Schaffhausen, Stöberl (Stoeberl)

EISENSTRASS: Bachal (Bachel), Baierl, Böschl (Pöschl), Brandl, Brozka, Frisch, Fürst, Gregor, Grossl (Grassl), Kahlhofer, Konrad, Kuchler, Linzmeyer (Linzmayer), Marx, Neppel , Pflanzer, Schröder (Schroeder)

FALKENAU (há mais de uma): Tietzmann

FLECKEN: Baierl, Hübl (Hiebl), Hien, Kohlbeck, Kirschbauer, Kautnick (Koutnick), Maier (Mayer), Mühlbauer, Münch, Prechtl, Rank, Stascheck (Tascheck), Stueber (Stuiber, Stüber), Stöberl (Stoeberl), Treml, Zipperer

FREIHÖLS: Adlersflügel, Rosenscheck (Rosnischeck)

FREUDENBERG: Richter

FRIEDLAND IN BÖHMEN: Neumann, Scholz

FRIEDRICHSDORF: Prade

FRIEDRICHSWALD: Gärtner (Gaertner), Heinrich, Keil, Lammel, Müller, Schaurig (Schaurich), Streit, Weber

FUCHSBERG: Heinrich

GABLONZ: Brückner, Fink(e), Görnert, Grolop, Hatschbach, Hinke, Hübner, Kirschner (Kirchner), Kohl, Ludwig, Luke, Scholz, Seidl (Seidel), Strackel, Vorbach, Zenkner

GLASHÜTTEN: Aschenbrenner, Eckstein, Grosskopf, Seidl (Seidel), Weiss, Wotroba

GRÄNZENDORF: Bergmann, Hübner, Leubner, Patzelt, Rieger, Seibt, Tandler, Ullrich

GRAUPEN: Seifert (Seiffert)

GRÜNAU: Artner

GRÜNTHAL: Ludwig

GRÜNWALD: Bergmann, Fleischmann, Heidrich (Haidrich), Scholz, Wöhl (Woehl), Zappl (Zappe), Zeemann (Zemann)

GUTBRUNN: Kundlatsch

HAIDA: Hermann, Langhammer, Student

HAIDL AM AHORNBERG: Bayerl (Bail)

HAMMERN: Augustin, Buchinger (Puchinger), Dorner, Drechsler, Dums, Eckel, Ehrl (Erl), Fürst, Grossl, Jungbeck, Kahlhofer (Kohlhofer), Kollross, Liebl, Linzmeyer (Linzmayer), Muckenschnabel, Oberhofer, Pscheidt, Rorhbacher, Rückl, Schreiner, Stiegler, Stöberl (Stoeberl), Tauscher (Tanscher)

HARRACHSDORF: Seidl (Seidel)

HINTERHAUSER: Christoph (Christof)

JOHANNESBERG: Fischer, Gürtler, Jantsch, Kaulfuss, Nierig, Pilz, Posselt, Preussler, Reckziegel, Rösler (Rössler), Schöler, Schwedler , Worm

JOHANNESTAHL: Mai (May), Stark, Swarowsky, Thalowitz

JOSEFSTHAL: Dressler, Zimmermann

KALTENBRUNN: Gassner, Hübl (Hiebel), Schreiner

KARLSBERG: Posselt

KATHARIENBERG: Beckert

KLATTAU: Fleischmann, Mundel

KLETSCHEDING: Bauer

KOCHOWITZ: Hanush (Hannusch)

KOHLHEIM: Grosskopf, Kroll, Schürer

KOMOTAU: Schreiber

KUKAN: Kittel, Mensel, Simm

LABAU: Pfeiffer

LADOWITZ: Schneider

LANGENAU: Hüttel, Keil

LANGENBRÜCK (há mais de uma): Jung

LANGENDORF (há mais de uma): Glaeser, Rauch

LEWIN: Grossmann

LICHTNECK: Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

LIEBENAU: Preissler, Skolande, Watzke

LIEBORITZ: Anton, Hübsch

LIPTITZ: Bobel (Bobl), Czernay

LOMNITZ BEI GITSCHIN: Fendrich

MAFFERSDORF: Bergmann, Hauser, Keil, Klinger, Lorenz, Maier (Mayer), Möller, Posselt, Schwarzbach, Wöhl (Woehl)

MARIA RADSCHITZ: Nacke (Nake, Nakl)

MARIASCHEIN: Kern

MARIENBERG: Altmann, Breisler, Endler, Fischer, Müller, Neumann, Niester, Poerner (Perner), Ringmuth, Simm, Urbanetz , Wolf (Wolff)

MARSCHOWITZ: Grossmann, Hatschbach, Pfeiffer

MAXDORF: Dressler, Elstner, Hoffmann, Jäckel  (Jäkel), Morch, Pilz, Prediger, Reckziegel, Schöler, Tandler, Tischer, Vater

MORCHENSTERN: Elstner, Endler, Engel, Feix, Fischer, Haupt, Hoffmann, John, Kaulfuss, Klinger, Köhler, Luke, Melich, Posselt, Reil, Rössler, Scheibler, Scheufler, Schier, Schöffel (Scheffel), Staffen (Steffen), Strauski, Ullmann, Ullrich, Wildner

MÜLLIK: Pauli

NEU PAULSDORF: König

NEUBIDSCHOW: Neumann, Schick

NEUDORF (há mais de uma): Bauer, Binder, Dobner, Dunzer, Hoffmann, Hüttl (Hütl), Mareth, Peyerl, Preissler, Schlögl , Schreiber, Schwarz, Warth, Weiss, Wolf (Wolff)

NEUERN: Augustin, Grosskopf, Pospischil, Schadeck, Tauscheck (Tauschek), Zierhut

NEUSORGE: Dittrich

NIEDER-GEORGENTHAL: Grohmann

OBERKREIBITZ: Bienert

OSSEGG: Liebsch

PELKOWITZ: Klamatsch, Lang, Seiboth (Saiboth), Sedlak , Stracke, Weiss

PETLARN: Bauer, Theinl

PILSEN: Morawka

PLÖSS: Hübl (Hiebl)

POLAUN: Bartel, Feix (Faix), Fischer, Haupt, Hinke, Langhammer, Neumann, Pachmann, Seidl (Seidel), Umann, Weinert

PRISCHOWITZ: Friedrich, Hossda, Lang, Rössler, Schier, Simm, Thomas

PULETSCHNEI: Schöffel (Scheffel), Wabersich

RADL: Kundlatsch (Rundlatsch), Seiboth

RATSCHENDORF: Kaulfersch, Rieger

REHBERG: Gruber, Pauckner, Raab

REICHENAU: Fink(e), Hoffmann, Jäger, Kraus(s), Kwitschal (Kwicala), Maschke, Milde, Peukert, Preissler, Preussler, Rössler (Roesler), Schwarzbach, Strnad (Sternardt), Stracke, Weiss, Wenzel

REICHENBERG: Beckert, Brokopf,  Fiebiger, Hartel, Hoffmann, Hübner, Killmann (Kilmann), Kluss, Mittelstedt, Purde, Riedel, Roscher, Stark, Thurm, Worrel (Warel)

RÖCHLITZ: Linke

ROSSHAUPT: Degelmann, Diener, Dobner, Dörfler, Fleischmann, Freiersleben, Friedel, Hoffmann, Körb, Krauss, Kreutzer, Magerl, Nosseck, Plomer, Prem, Randig, Rauch, Salfer, Stieg, Veith (Voith), Wagner

ROTHENBAUM: Bechler (Boechler), Rank, Wöllner

RÜCKERSDORF: Appelt, Maros (Meros)

SATTELBERG: Raab

SCHENKENHAHN: Friedrich

SCHLAN: Michel

SCHLUCKENAU: Otto

SCHÖNWALD (há mais de uma): Huf , Steiner

SCHUMBURG: Richter, Swarowsky

SILBERBERG: Bayerl

SONNENBERG: Hanel, Wand

SPITZBERG: Katzer, Kriesten, Schindler

STADTLER: Hoffmann, Müller, Schiessl, Uhlig (Uhlich), Uhlmann, Wolf (Wolff)

STEINSCHÖNAU: Richter, Ritschel

ST. KATHARINA: Augustin, Drechsler, Grossl, Hoffmann, Lobermeyer (Lobermayer), Maurer (Mauerer), Münch, Rank, Stuiber (Stüber)

SVAROV: Balatka

TACHAU: Wächter

TANNWALD: Brückner, Endler, Feix, Hillebrand, Horn, Nigrin, Schnabel, Schwarz, Seibt

TIEFENBACH: Tureck, Umann

ULLERSDORF: Köhler, Zeithammer

UNTERMARKTSCHLAG: Naderer

VOITSDORF: Schlinzig

WALDAU: Duffeck

WEGSTÄDTL: Neumann

WEISSKIRCHEN: Hoffmann

WIESENTHAL: Dietrich (Ditrich), Fischer, Haupt, Hoffmann, Jantsch, Koliska, Krupka, Ludwig, Lung, Nowotny, Pfeiffer, Rössler, Scholz(e), Wöhl (Woehl), Zimmermann

WURZELSDORF: Hermann, Korbelar, Krause, Neumann, Schier

Genealogia Boêmia – Família Linzmeyer

[Este é um esboço da genealogia da família Linzmeyer que constará na obra “Genealogia Boêmia de São Bento do Sul”. Dúvidas, correções e acréscimos, por favor deixe um comentário]

Sem dúvida, a família Linzmeyer é aquela que apresenta mais dificuldades no momento de desvendar a sua genealogia. Isso porque foram 8 famílias diferentes que imigraram ao Brasil e se estabeleceram em São Bento do Sul, o que gerou uma porção de homônimos, e alguns deles, para complicar, casaram-se com outros Linzmeyer, gerando uma confusão da qual muito dificilmente se escapa de equívocos ao estudar a história do sobrenome na região. Ainda em nossos dias, o sobrenome é bastante comum em São Bento do Sul, e recentemente destacou-se no cenário nacional a atriz Bruna Linzmeyer, vinda de um ramo que passou a Corupá. A família do cervejeiro Josef Linzmeyer é a que tem uma genealogia mais conhecida, da qual fazem partes nomes conhecidos como o Cel. Osny Vasconcellos, que teve uma filha Miss Brasil e um neto também ator (Pedro Vasconcellos). Curiosamente, não é o mesmo ramo Linzmeyer da atriz Bruna.

A família de Georg Linzmeyer, casada com Caroline Rückl, imigrou pelo Humboldt em 1876 e recebeu um lote na Estrada das Neves. Teve quatro filhos que se casaram em São Bento do Sul, sendo três homens que, curiosamente, não deixaram descendentes. A filha Clara, por sua vez, casou-se e teve geração na família Wöhl.

Pelo Humboldt também veio outro Georg Linzmeyer, casado com Katharina Oberhofer, moradores na Estrada dos Banhados. Aparentemente, após a morte do marido, Katharina migrou para a América do Norte. O único filho conhecido do casal, chamado Jakob, aqui permaneceu, deixando descendentes em São Bento do Sul, com alguns indo para Rio Negrinho e outros em Trigolândia e Bateias.

Ainda pelo Humboldt, veio ao Brasil o casal Johann Linzmeyer e Anna Maria Stiegler, na companhia dos filhos Josef, Karl e Johann. Josef Linzmeyer foi o conhecido cervejeiro de Oxford, onde teve grande número de descendentes, com muitos deles passando à cidade de Curitiba, onde são reconhecíveis ainda hoje. Karl e Johann também deixaram grande descendência, a maior parte habitando justamente a região do bairro Oxford, em São Bento do Sul.

Wolfgang Linzmeyer e sua esposa Anna Theresia imigraram pelo mesmo Humboldt, e se estabeleceram na Estrada Dona Francisca. Imigraram já com uma certa idade e não deixaram descendentes.

Já o casal Georg Linzmeyer e Anna Maria, também nascida Linzmeyer, veio ao Brasil em 1877 pelo Valparaíso, e se estabeleceu na Estrada dos Banhados. Um ramo de descendentes parece ter migrado para Itaiópolis, e de lá, ao menos alguns, tornaram a São Bento do Sul algum tempo depois. Uma das filhas, chamada Anna, casou-se na família Liebl.

Andreas Linzmeyer, viúvo de Anna Maria Stahl, veio ao Brasil na companhia dos filhos também em 1877, a bordo do Bahia, estabelecendo-se, ao que parece, na Estrada dos Banhados. O filho Josef deixou descendência em São Bento do Sul. O filho Andreas mudou-se para Corupá, sendo o patriarca do sobrenome que ainda existe na cidade. A filha Clara casou-se na família Buchinger e a filha Anna Maria casou-se com outro Linzmeyer. Dos filhos Jakob, Therese e Ferdinand não  foram encontrados registros.

Outro casal imigrante foi Karl Linzmeyer e Anna Maria Rückl, vindos em data incerta ao Brasil. Fixaram residência na Estrada dos Banhados. Futuramente, filhos do casal estiveram no Mato Preto e no Fundão. A filha Maria casou-se na família Gassner, a filha Anna na família Schreiner, e a filha Rosina casou-se com outro Linzmeyer.

Por fim, houve a família de Ferdinand Linzmeyer e Anna Marx, também imigrados em data desconhecida, e que se estabeleceram em Bechelbronn, atual Rio Vermelho. Como não foi encontrado registro posterior dos descendentes deste casal, é provável que tenha se mudado para outras regiões.

GEORG LINZMEYER, operário e lavrador, filho de Jakob Linzmeyer e Barbara Augustin, imigrou de Hammern, na Boêmia, sua aldeia natal, aos 30 anos de idade, na companhia da esposa Caroline Rückl, de 23 anos, filha de Josef Rückl e Anna Maria Rohrbacher, a bordo do Humbolt, que saiu porto de São Francisco do Sul aos 15.04.1876 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 11.04.1876. Uma irmã de Georg, chamada Thereza, também imigrou. Georg Linzmeyer recebeu um lote colonial na Estrada das Neves, em São Bento do Sul. No dia 13.04.1897 (3FC-20), Georg Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul, aos 51 anos, na casa de Georg Zipperer, sendo sepultado no cemitério da Vila. Caroline Rückl faleceu em São Bento do Sul com 82 anos de idade aos 03.11.1934 (1FC-7v), sendo sepultada no Cemitério Municipal. Pais de:

 1.1 Jorge Linzmeyer § 1.º

 1.2 José Linzmeyer § 2.º

 1.3 Clara Linzmeyer § 3.º

 1.4 Carlos Linzmeyer § 4.º

 § 1.º

1.1 Jorge Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 06.04.1879 e batizado no mesmo lugar aos 16.05.1879, tendo como padrinhos Georg Buchinger e Clara Linzmeyer. Foi casado civilmente na mesma cidade aos 05.08.1916 (9C-12v) com Catharina Lobermeyer, de 37 anos, filha de Georg e Barbara Lobermeyer. Jorge Linzmeyer faleceu no lugar São Pedro aos 31.08.1922 (6FC-152).

§ 2.º

1.2 José Linzmeyer, lavrador, nascido aos 09.03.1882 e batizado em São Bento do Sul aos 19.03.1882, tendo como padrinhos Georg Buchinger e Clara Linzmeyer. Foi casado civilmente na mesma cidade aos … com Francisca Robl, de 21 anos de idade, filha dos bávaros Josef Robl, de Schwarzenberg, e Anna Pankratz, de Wartzenried, neta paterna de Francisca Robl e neta materna de Anton Pankratz e Barbara Weiss. O casal morava na Rua das Neves. José Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 05.04.1951 (2FC-21), sendo sepultado no Cemitério Municipal. Francisca Robl faleceu na mesma cidade aos 30.10.1969 (3FC-246v) e foi sepultada no mesmo cemitério. Não tiveram filhos.

§ 3.º

1.3 Clara Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 05.02.1886, e casada civilmente na mesma cidade aos 08.07.1908 (6C-67v) com Gustavo Wöhl, lavrador, de 27 anos, filho de Gregor Wöhl e Mathilde Schwedler, neto paterno de Andreas Wöhl e Theresia Hübner, e neto materno de Anton Schwedler e Joana Kleinert. Clara Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 05.09.1974 (4FC-102v). Tiveram geração conforme o título Wöhl.

(…)

GEORG LINZMEYER, operário, que imigrou de Hammern, na Boêmia, com 56 anos de idade, a bordo do Humboldt, que saiu porto de São Francisco do Sul aos 15.04.1876 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 11.04.1876. Em sua companhia, imigrou a esposa Katharina Oberhofer, de 40 anos, e o filho Josef, de 17 (é possível que fosse, na verdade, Jakob). Chegando ao Brasil, a família partiu para São Bento do Sul, onde recebeu um lote no lado oeste da Estrada dos Banhados. Georg Linzmeyer já era falecido em 1891. No mesmo ano, sua esposa Katharina Oberhofer aparece como moradora na América do Norte. É bem possível que, após o falecimento do marido, tenha decidido imigrar para algum lugar do Estados Unidos onde já tivesse parentes próximos. Tiveram:

 1.1 Jakob Linzmeyer § 1.º

 § 1.º

1.1 Jakob Linzmeyer, lavrador, natural de Hammern, casado com Anna Linzmeyer, nascida também em Hammern, filha de Georg Linzmeyer e Anna Maria Oberhofer, falecidos na Boêmia. Foram moradores na Estrada dos Banhados. Anna Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 62 anos de idade no dia 06.06.1913 (4FC-213), sendo sepultada no cemitério da vila. Jakob Linzmeyer faleceu no mesmo lugar aos 74 anos de idade no dia 10.08.1921 (6FC-89) e foi sepultado no mesmo cemitério. Tiveram:

 2.1 Catharina Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 28.09.1879 e batizada no mesmo lugar aos 29.09.1879, tendo como padrinhos Fernando e Anna Maria Linzmeyer. Residente na Estrada dos Banhados. Casada religiosamente em São Bento do Sul aos 04.04.1899 com Franz Hornig, filho de outro Franz Hornig e de Catharina Schmidt. Os dois tiveram filhos tidos como naturais, e que, apesar da diferença de idade, parecem ser realmente do mesmo casal. Catharina Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 03.09.1946 (1FC-223v), sendo sepultada no Cemitério Municipal. Tiveram geração conforme o título Hornig.

2.2 Fernando Linzmeyer, lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 06.04.1881 e batizado no mesmo lugar aos 03.05.1881, tendo como padrinho Ferdinand Linzmeyer. Foi casado civilmente na mesma cidade aos 08.07.1905 (5C-102) com Anna Maria Hillebrand, ou apenas Anna Hillebrand, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 30.05.1885, filha de Josef Hillebrand e Francisca Lang, imigrantes de Tannwald, neta paterna de Ignatz Hillebrand e Maria Anna Seiboth, e neta materna de Franz Lang e Barbara Preissler. Foram moradores do lugar Papanduva, atual Trigolândia, na época pertencente ao município de Campo Alegre. Anna Hillebrand faleceu na casa do seu irmão João Hillebrand, na Estrada Bismarck, em São Bento do Sul, aos 29.07.1931 (7FC-142v), sendo sepultada no cemitério da cidade. Tiveram:

 3.1 Fernando Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 30.10.1905 (10N-95v) e falecido no mesmo lugar aos 17.12.1905 (3FC-149).

3.2 Rodolfo Linzmeyer, com 24 anos em 1931.

3.3 Otto Linzmeyer, com 22 anos em 1931.

3.4 Antônio Linzmeyer, com 19 anos em 1931.

3.5 Anna Linzmeyer, com 17 anos em 1931.

3.6 Frida Linzmeyer, com 14 anos em 1931.

3.7 Bertha Linzmeyer, com 12 anos em 1931.

3.8 Helena Linzmeyer, com 9 anos em 1931.

3.9 Paulo Linzmeyer, com 7 anos em 1931.

 2.3 Anna Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 08.08.1883 e batizada no mesmo lugar no dia 03.09.1883, tendo como padrinho Carlos Schreiner. Foi casada civilmente em São Bento do Sul aos 08.07.1905 (5C-103) com Antônio Fuckner, nascido em São Bento do Sul aos 28.06.1883, filho de Wilhelm Fuckner e Katharina Rohrmann, imigrantes de Dortmund, na Westfália, neto paterno de Karl Fuckner e Juliana Weinrich. Foram moradores na Estrada dos Banhados e mais tarde do lugar Papanduva, atual Trigolândia. Pais de:

 3.1 Antônio Fuckner, nascido em São Bento do Sul aos 14.02.1905 (10N-54v).

 3.2 Henrique Fuckner, nascido em São Bento do Sul aos 07.12.1906 (22N-6v).

 2.4 Bárbara Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 10.09.1886 e batizada aos 20.10.1886, tendo como padrinhos Carlos Schreiner e sua esposa Barbara. Casada civilmente em São Bento do Sul aos 27.10.1906 (5C-183) com João Hillebrand, nascido na mesma cidade aos 08.04.1884, também filho Josef Hillebrand e Francisca Lang, imigrantes de Tannwald. João Hillebrand faleceu em São Bento do Sul aos 07.08.1958 (2FC-235). Bárbara Linzmeyer aos 12.03.1962 (3FC-39v). Tiveram geração conforme o título Hillebrand.

(…)

2.7 Carlos Emanuel Linzmeyer, operário, nascido em São Bento do Sul aos 03.01.1893 (5aN-37v), residente no Rio Vermelho. Foi casado civilmente na mesma cidade aos 12.05.1917 (9C-29) com Frida Schöffel, de 22 anos, filha de José e Maria Schöffel. Carlos Emanuel Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 24.04.1956 (2FC-156). Frida Schöffel faleceu em São Bento do Sul aos 31.03.1971 (3FC-285), sendo sepultado no Cemitério Municipal. Pais de:

3.1 João Emanuel Linzmeyer, lustrador e operário, nascido em São Bento do Sul aos 05.04.1918 (17N-163v). Foi casado civilmente em Rio Negrinho aos 14.11.1942 (4C-59v) com Ottília Pscheidt, nascida em São Bento do Sul aos 10.07.1923, residente na Colônia Olsen, filha de Carlos Pscheidt e Thereza Treml, neta paterna de Benedict Pscheidt e Francisca Lobermeyer, e neta materna de Josef Treml e Thereza Hien. João Emanuel Linzmeyer faleceu em Rio Negrinho aos 23.09.1971 (8FC-12v). Ottília Pscheidt faleceu no mesmo lugar aos 13.11.1993 (C3-233v), sendo ambos sepultados no cemitério local.

(…)

JOHANN LINZMEYER, lavrador, que imigrou ao Brasil com 48 anos de idade, vindo de Eisenstrasse, na Boêmia, a bordo do Humboldt, que partiu do porto de Hamburgo aos 15.04.1876 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 11.06.1876. Trouxe consigo a esposa Anna Maria Stiegler (48 anos), nascida em Eisenstresse, e os filhos Josef (23), Karl (21) e Johann Linzmeyer (17). A família foi moradora no bairro de Oxford, em São Bento do Sul, onde Johann manteve um dos primeiros salões de baile de São Bento do Sul. Anna Maria Stiegler faleceu na Estrada Dona Francisca, na mesma cidade, aos 62 anos de idade no dia 12.05.1891 (2FC-91), sendo sepultada no cemitério da sede. Johann Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 02 ou 03.07.1909 (4FC-17), com 79 anos e meio, sendo sepultado na sede de São Bento do Sul. Tiveram:

 1.1 Josef Linzmeyer § 1.º

1.2 Karl Linzmeyer § 2.º

1.3 Johann Linzmeyer § 3.º

§ 1.º

1.1 Josef Linzmeyer, cervejeiro, nascido em Eisentrasse aos 13.01.1853. Ainda bastante jovem, Josef Linzmeyer foi aprendiz em uma fábrica de cerveja em Zwiesel, na Baviera. Em São Bento do Sul, Josef foi o primeiro cervejeiro da cidade, preparando o seu próprio malte. O empreendimento já aparece entre os registros de negócio no ano de 1883. Josef Linzmeyer foi casado em São Bento do Sul no dia 16.09.1877 (2C-72v), conforme assento anotado nos livros de Joinville, com Therese Zipperer, a Zippraresl, nascida em Flecken, na Boêmia, no dia 14 ou 15.10.1859, filha de Anton Zipperer, pioneiro na colonização de São Bento do Sul, e sua esposa Elisabeth Mischeck, neta paterna de Jakob Zipperer e Theresia Bohmann, e neta materna de Thomas Mischeck e Barbara Krall. Therese Zipperer faleceu em São Bento do Sul aos 28.06.1920 (6FC-46), sendo sepultada no cemitério da Vila. Josef Linzmeyer faleceu no mesmo lugar no dia 01.11.1932 (7FC-164v) e foi sepultado no mesmo cemitério. Pais de:

2.1 João Linzmeyer, carreteiro, nascido em São Bento do Sul no dia 01.06.1879 e batizado no mesmo lugar aos 07.07.1879, tendo como padrinhos Anton Zipperer e Inez Breszinski.

 2.2 Antônio Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 24.04.1881 e batizado no mesmo lugar aos 04.05.1881, tendo como padrinhos Anton Zipperer e sua esposa Inez Breszinski. Teria se casado aos 05.07.1916 com Anna Augustin.

 2.3 Maria Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 26.02.1884 e batizada no mesmo lugar aos 21.04.1884, tendo como padrinhos Anton Zipperer e sua esposa Inez Breszinski. Foi casada no mesmo lugar aos 16.02.1901, conforme o registro religioso (p. 35) e civil (3C-178v), com o major Luiz de Vasconcellos, o prefeito-deputado de São Bento do Sul, nascido em Baturité, no Ceará, no dia 01.11.1874, filho de Antônio Pinto de Vasconcellos e Maria Jardelina, já falecida na ocasião. Luiz de Vasconcellos faleceu aos 05.05.1944. Maria Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 26.07.1960 (3FC-3), sendo sepultada no Cemitério Municipal.

(…)

2.4 Rodolfo Linzmeyer, casado com Maria ou Marietta da Rocha, natural do Paraná, filha de João Baptista da Rocha e Tibúrcia Ferreira. Pais de:

3.1 Edasina Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 19.08.1911 (16N-36).

3.2 Hercília Linzmeyer, falecida em Curitiba aos 23.09.2004.

3.3 Florisvaldo Linzmeyer, conferente, falecido em Curitiba aos 10.05.2007.

(…)

§ 2.º

1.2 Karl Linzmeyer, nascido em Eisentrasse aos 28.10.1855(?), casado religiosamente em São Bento do Sul aos 16.10.1878 com Anna Dums, filha dos imigrantes Johann Dums e Barbara Pflanzer, de Hammern, na Boêmia. Foram moradores na Estrada Dona Francisca. Karl Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 52 anos de idade no dia 16.12.1907 (3FC-185), sendo sepultado no cemitério da vila. Anna Dums faleceu em São Bento do Sul aos 25.10.1927 (7FC-68v), quando morava no Mato Preto, sendo sepultada no mesmo cemitério Tiveram:

2.1 João Linzmeyer, carreteiro e lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 05.11.1876 e batizado como filho natural no mesmo lugar aos 12.11.1876 . Foi casado civilmente no mesmo lugar aos 27 anos no dia 04.11.1903 (4C-88) com Bertha Ziemann, de 25 anos de idade, filha de João Ziemann e Ernestina. João Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 02.09.1950 (2FC-6). Sua esposa Bertha Ziemann faleceu no mesmo lugar aos 04.02.1951 (2FC-14v), sendo ambos sepultados no Cemitério Municipal. Pais de:

3.1 Maria Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 16.09.1903 (9N-58). Foi casada civilmente no mesmo lugar aos 17.11.1923 (10C-42) com José Kerscher, carroceiro, nascido em São Bento do Sul no dia 01.09.1897, residente em Oxford, filho de Josef Kerscher e Barbara Schierer, neto paterno de outro Josef Kerscher e Francisca Schmucker. José Kerscher faleceu em São Bento do Sul aos 26.09.1959 (2FC-276). Maria Linzmeyer faleceu no mesmo lugar aos 28.10.1978 (C1-127). Tiveram geração conforme o título Kerscher.

3.2 Hedwiges Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 04.12.1904 (21N-42). Foi casada civilmente na mesma cidade aos 24.04.1926 (10C-153) com Paulo Alvino Rudnick, nascido em São Bento do Sul aos 26.11.1903, residente na Estrada Dona Francisca, filho de Guilherme e Antonia Rudnick. Hedwiges Linzmeyer já era falecida em 1951, tendo seis filhos.

3.3 Rodolfo Linzmeyer, jornaleiro e carroceiro, nascido em São Bento do Sul aos 02.10.1906 (21N-47v). Casado civilmente no mesmo lugar aos … com Elsa Neumann, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 17.01.1907, residente em Oxford, filha de Otto e Herminia Neumann. Foram moradores da Rua Francisco Pauli 588. Elsa Neumann faleceu na mesma cidade aos 16.07.1985 (C2-160), sendo sepultada no Cemitério Municipal. Rodolfo Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 29.11.1994 (C4-113), sendo sepultado no mesmo lugar.

(…)

§ 3.º

1.3 Johann Linzmeyer, carreteiro, nascido em Eisentrasse, casado em São Bento do Sul aos 28 anos de idade no dia 21.06.1888 com Therezia Konrad, de 20 anos de idade, nascida e batizada também em Eisentrasse, filha dos imigrantes Jacob Konrad e Clara Beil. O casal foi morador na Estrada Dona Francisca. Johann Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 28.09.1905, sendo sepultado no cemitério de sede de São Bento do Sul. Therezia Konrad faleceu em São Bento do Sul aos 12.02.1946 (1FC-211v), sendo sepultada no mesmo cemitério. Pais de:

2.1 Pedro Linzmeyer, lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 16.07.1889 (3N-93). Foi casado civilmente na mesma cidade aos 23.09.1916 (9C-17) com Frieda Rudnick,  doméstica, de 25 anos, filha de Guilherme Germano Rudnick e Antônia Scholze, neta paterna de Wilhelm Rudnick e Christine Luize Ernestine Bayer, e neta materna de João e Agnes Scholze.. Frieda Rudnick faleceu em São Bento do Sul aos 28.09.1954 (C2-112v), sendo sepultada no Cemitério Municipal. Pedro Linzmeyer residia em Oxford quando faleceu na mesma cidade aos 21.05.1962 (3FC-44), sendo sepultado no mesmo cemitério. Pais de:

3.1 Paula Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 18.10.1917 (17N-131). Faleceu no mesmo lugar aos 07.03.1928 (7FC-74), sendo sepultada no cemitério de São Bento do Sul.

 2.2 João Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 29.05.1891 (4aN-1v). Foi casado civilmente na mesma cidade aos 20.11.1912 (7C-247) com Maria Rosa Schröder, nascida possivelmente aos 04.06.1891, filha de Josef Schröder e Therezia Dums, imigrantes de Eisenstrasse, neta paterna de Maximilian Schröder e Katharina Gschwendtner, e neta materna de Johann Dums e Anna Maria Prantel. Residiam no bairro Lençol. Maria Rosa Schröder faleceu em São Bento do Sul aos 29.05.1969 (3FC-235v), sendo sepultada no Cemitério de Lençol. João Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 27.06.1971 (3FC-292), sendo sepultado no mesmo cemitério. Pais de:

3.1 Maria Christina Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 26.01.1913 (16N-247). Foi casada civilmente na mesma cidade aos 21.04.1934 (1C-17) com Rodolfo Treml, sapateiro, industriário, nascido em São Bento do Sul aos 10.09.1911, filho de Jacob Treml e Maria Catharina Fendrich, neto paterno de outro Jacob Treml e Maria Böhm, e neto materno de Friedrich Fendrich e Katharina Zipperer. Rodolfo Treml faleceu no dia 06.02.1990 e foi sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul. Tiveram geração conforme o título Treml.

3.2 Lydia Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 22.01.1925 (20N-144). Foi casada civilmente em Rio Negrinho no dia 01.09.1945 (4C-174v) com José Preissler, alfaiate, nascido em São Bento do Sul no dia 08.02.1921, residente no lugar Lençol, filho de Carlos e Maria Preissler. José Preissler faleceu em São Bento do Sul aos 25.04.1994 (C4-67v).

 2.3 Francisco José Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 10.12.1892 (5aN-31) e falecido no mesmo lugar aos 03.03.1893 (2FC-147), sendo sepultado no cemitério público da vila de São Bento do Sul.

 2.4 Maria Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 20.12.1895. Foi casada civilmente na mesma cidade aos 25.02.1922 (9C-159) com Frederico Ernesto Paulo Heyse, negociante, nascido em São Bento do Sul aos 13.06.1893, residente no lugar Moema, em Itaiópolis, filha de Paul e Wanda Heyse. Frederico Ernesto Paulo Heyse faleceu em Mafra aos 1x.05.1962 (9FC-66). Maria Linzmeyer faleceu no mesmo lugar aos 10.08.1976 (2C-35), sendo sepultado no cemitério da cidade.

(…)

WOLFGANG LINZMEYER, operário e lavrador, natural de Eisenstrasse, na Boêmia, e que imigrou de Hammern aos 54 anos de idade na companhia da esposa Anna Theresia, de 47 anos, vindos pelo Humboldt, que partiu do porto de Hamburgo aos 15.04.1876 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 11.06.1876. O casal se estabeleceu na Estrada Dona Francisca, em São Bento do Sul. No mesmo lugar, Wolfgang Linzmeyer faleceu aos 73 anos de idade no dia 06.02.1891 (2FC-85v), deixando a viúva e sendo sepultado no cemitério da sede da cidade. Não tiveram filhos.

GEORG LINZMEYER, lavrador, filho de Sebastian Linzmeyer e Anna Maria Stöberl, casado com Anna Maria Linzmeyer, provavelmente o mesmo que imigrou de Hammern, na Boêmia, aos 25 anos de idade, na companhia da esposa, com 24 anos, e da irmã Anna Linzmeyer, solteira, a bordo do Valparaíso, que partiu do porto de Hamburgo aos 19.06.1877 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 19.07.1877. Foram lavradores na Estrada dos Banhados. Georg Linzmeyer faleceu aos 66 anos na casa de seu filho de Carlos no dia 06.06.1917 (5FC-104v), sendo sepultado no cemitério da Vila. Anna Maria Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 70 anos de idade no dia 07.11.1920 (6FC-59), sendo sepultada no mesmo cemitério. Tiveram:

 2.1 Maria Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 24.08.1879 e batizada no mesmo lugar aos 31.08.1879, tendo como padrinhos Karl Rückl e Anna Maria Oberhoffer. Maria Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 23.07.1885, quatro dias após o seu irmão Jorge Linzmeyer.

2.2 Anna Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 29.09.1881 e batizada aos 08.11.1881, tendo como padrinhos Karl Rückl e sua esposa Anna Maria Oberhoffer. Casado civilmente na mesma cidade aos 23.10.1984 (5C-55) com Jakob Liebl, de 43 anos de idade, viúvo de Katharina Augustin, nascido em Hammern, na Boêmia, filho de Kasper Liebl e Anna Maria Muckenschnabel, já falecida. Anna Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 05.11.1949 (1FC-290). Tiveram geração conforme o título Liebl.

2.3 Jorge Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 27.05.1884 e batizado no dia 01.07.1884, tendo como padrinhos Karl Rückl e sua esposa Anna Maria Oberhoffer. Jorge Linzmeyer faleceu na Estrada dos Banhados aos 19.07.1885, sendo sepultado na sede de São Bento do Sul.

2.4 Carlos Linzmeyer, lavrador, residente na Estrada dos Banhados. Foi casado civilmente em São Bento do Sul aos 27 anos de idade no dia  10.11.1913 (8C-14v) com Rosina Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 15.10.1889 (3N-120v), filha de Karl Linzmeyer e Anna Maria Linzmeyer, imigrantes de Hammern, neta paterna de Georg Linzmeyer e Anna Maria Rückl, e neta materna de Andreas Linzmeyer e Anna Maria Stahl. Rosina Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 27.05.1965 (3FC-118v). Carlos Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 30.06.1967 (3FC-179), sendo sepultado no mesmo cemitério. Carlos Linzmeyer teve duas enteadas, de nomes Hedwiges Linzmeyer, com 47 anos em 1967, e Regina Heinrich, com 43 anos em 1967.

2.5 Engelberto Linzmeyer, lavrador, nascido aos 21.12.1888 e batizado em São Bento do Sul aos 21.02.1889, tendo como padrinhos Karl Rückl e Anna Maria Oberhoffer. Foi casado civilmente na mesma cidade aos 10.01.1914 com Maria Tauscher, de 18 anos de idade, filha de Kasper Tauscher, de Deschenitz, na Boêmia, e Therezia Czadek, de Petrowitz, também na Boêmia, neta paterna de outro Kasper Tauscher e Anna Maria Tauscheck, e neta materna de Karl Czadek e Klara Grosskopf. Tiveram ao menos:

3.1 Otto Linzmeyer, carpinteiro e pedreiro, nascido em Itaiópolis, e lá casado civilmente com Hilda Pscheidt. Otto Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 17.04.1978 (C1-102), sendo sepultado no Cemitério Municipal. 

(…)

ANDREAS LINZMEYER, operário, que imigrou de Hammern aos 60 anos de idade, já viúvo de Anna Maria Stahl, falecida em Hammern, tendo vindo a bordo do Bahia, que partiu do porto de Hamburgo aos 19.09.1877 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 21.10.1877. Com ele vieram os filhos Jakob (29), Clara (24), Therese (22), Anna (21) e Ferdinand Linzmeyer (16). Andreas Linzmeyer já era falecido em 1889. Com sua esposa, teve no total os seguintes filhos:

 1.1 Jakob Linzmeyer § 1.º

1.2  Josef Linzmeyer § 2.º

1.3 Clara Linzmeyer § 3.º

1.4 Andreas Linzmeyer § 4.º

1.5 Therese Linzmeyer § 5.º

1.6 Anna Maria Linzmeyer § 6.º

1.7 Ferdinand Linzmeyer § 7.º

§ 1.º

1.1 Jakob Linzmeyer

§ 2.º

1.2 Josef Linzmeyer, lavrador e moleiro, inspetor de quarteirão na Estrada dos Banhados, natural de Hammern, onde nasceu possivelmente em 1850. Imigrou ao Brasil antes da vinda de seu pai e irmãos, tendo embarcado no Valparaíso, que partiu do porto de Hamburgo aos 19.06.1877 e chegou ao porto de São Francisco do Sul aos 19.07.1877. Contava então com 26 anos de idade, e na ocasião já estava casado com Barbara Schreiner, de 21 anos, também de Hammern, nascida possivelmente em 1855, filha de Lorenz Schreiner e Anna Maria Kirschbauer. Foram moradores na Estrada dos Banhados e tiveram:

 2.1 Clara Linzmeyer, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 13.09.1877, tendo como padrinhos Josef Eckel e sua esposa Anna. Faleceu solteira no mesmo lugar aos 14.08.1953 (2FC-85v), sendo sepultada no Cemitério Municipal.

2.2 Antônio Linzmeyer, lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 25.10.1881 e batizado na mesma cidade aos 07.11.1881, tendo como padrinhos Anton Fürst e sua esposa Theresa Mühlbauer. Foi casado civilmente em São Bento do Sul aos 12.06.1909 (6C-97v) com Catharina Gassner, de 20 anos de idade, filho de Josef Gassner e Philomena Hornick, neta paterna de Andreas Gassner e Anna Bohmann, e neta materna de Franz Hornick e Thereza Plötz. Viúvo, Antônio Linzmeyer voltou a se casar civilmente na mesma cidade aos 05.07.1916 (9C-9v) com Anna Augustin, de 20 anos, filha de Wolfgang e Francisca Augustin. Anna Augustin residia no lugar Salto quando faleceu, já em estado de viúva, em Campo Alegre aos 22.08.1968 (4FC-229v). Com sua primeira esposa, Antônio Linzmeyer teve:

3.1 Aloís Linzmeyer, lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 31.01.1915 (16N-728), residente no lugar Lageado. Casou-se civilmente em São Bento do Sul aos 18.02.1939 (1C-159) com Philomena Wojakiewicz, doméstica, nascida em São Bento do Sul aos 27.06.1914, residente à Estrada Wunderwald, filha de José e Cecília Wojakiewicz.

(…)

§ 4.º

1.4 Andreas Linzmeyer, natural de Hammern, lavrador, casado em São Bento do Sul aos 17.05.1879 com Anna Bail ou Bayerl, nascida em Silberberg no dia 12.09.1861, filha dos imigrantes Georg Bayerl e Elisabeth Achatz. Foram moradores na Estrada Wunderwald e depois passaram à cidade de Corupá, sendo os patriarcas da família deste sobrenome na cidade. Andreas Linzmeyer morava à Estrada Isabel quando faleceu em Corupá aos 74 anos de idade no dia 07.10.1930 (1FC-113v), sendo sepultado no cemitério da sede do lugar. Tiveram:

2.1 Carlos Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 11.09.1880 e batizado na mesma cidade aos 10.10.1880. Teve como padrinhos Karl Ehrl e Barbara Bail.

2.2 Bárbara Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 20.07.1883 e batizada no mesmo lugar aos 08.09.1883, tendo como padrinhos Karl Ehrl e Barbara Bail.

2.3 Maria Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 24.08.1884 e batizada no mesmo lugar aos 08.09.1884. Teve como padrinhos Karl Ehrl e Barbara Beil. Maria Linzmeyer faleceu na Estrada Wunderwald no dia 03.11.1884, sendo sepultado no cemitério da sede de São Bento do Sul.

 2.4 Eduardo Linzmeyer, natural de São Bento do Sul, residente no Rio Novo, em Corupá. Foi casado civilmente em Jaraguá do Sul com Anna Buchsteiner, natural da Alemanha, também residente no Rio Novo, filha de Engelberto e Guilhermina Buchsteiner. Tiveram:

 3.1 …

3.2 Ida Linzmeyer, nascida em Corupá aos 10.06.1917 (1N-71v).

3.3 Eduardo Linzmeyer, nascido em Corupá aos 18.03.1919 (1N-70v).

3.4 Ervin Linzmeyer, nascido em Corupá aos 16.05.1921 (2N-67).

2.5 André Linzmeyer, operário, nascido em São Bento do Sul aos 06.07.1889 (3N-70v). Foi casado civilmente em Jaraguá do Sul com Elsa Mayer, filha de Francisco Mayer e Joanna Hilgenstieler. Foram moradores no Ribeirão Correia, em Corupá. Tiveram:

 3.1 Affonso Linzmeyer, nascido em Corupá aos 28.08.1914 (2N-120). Foi casado civilmente em Jaraguá do Sul aos 25.01.1941(?) com Maria Eisching.

3.2 Hildegard Linzmeyer, nascida em Corupá aos 08.12.1916 (2N-120).

3.3 Wally Linzmeyer, nascida em Corupá aos 18.11.1918 (2N-120).

3.4 Elsa Linzmeyer, nascida em Corupá no dia 01.01.1922 (2N-120).

(…)

2.7 Rodolfo Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 07.12.1891 (5N-7). Foi casado civilmente em Jaraguá do Sul com Bertha Mayer, filha de Francisco Mayer e Joanna Hilgenstieler, com quem morou no Ribeirão Correia, em Corupá, com quem teve, ao que se sabe:

 3.1 Alvina Mayer, nascida em Corupá aos 21.12.1918 (2N-120v). Foi casada em Rio Negrinho aos 12.10.1942 com José Pedro de Lima.

3.2 Walter Linzmeyer, nascido em Corupá aos 22.07.1920 (2N-120v).

3.3 Waldemar Linzmeyer, nascido em Corupá aos 20.03.1921 (2N-120v).

(…)

KARL LINZMEYER, lavrador, natural de Hammern, na Boêmia, filho de Georg Linzmeyer e Anna Maria Rückl, ambos falecidos em Hammern. Foi casado também em Hammern com Anna Maria Linzmeyer, filha do imigrante Andreas Linzmeyer e de sua esposa Anna Maria Stahl. O casal morava na Estrada dos Banhados. Karl Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 20.04.1890 (2FC-62v), sendo sepultado na sede de São Bento do Sul. Anna Maria Linzmeyer faleceu na casa de Carlos Schreiner, no Mato Preto, em São Bento do Sul, aos 84 anos de idade no dia 30.03.1932 (7FC-150v), sendo sepultada no Cemitério Municipal. Tiveram:

 1.1 Maria Linzmeyer § 1.º

 1.2  João Linzmeyer § 2.º

 1.3 Aloís Linzmeyer § 3.º

 1.4 Anna Linzmeyer § 4.º

 1.5 Rosina Linzmeyer § 5.º

§ 1.º

1.1 Maria Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 09.06.1881 e batizada no mesmo lugar aos 10.07.1881, tendo como padrinhos Georg Kollross e Therezia Müller. Foi casada civilmente em São Bento do Sul aos 06.11.1912 (7C-243) com Antônio Gassner, nascido no mesmo lugar aos 31.08.1881, filho de Josef Gassner e Philomena Hornick, neto paterno de Andreas Gassner e Anna Bohmann, e neto materno de Franz Hornick e Thereza Plötz. O casal residia no Mato Preto. Maria Linzmeyer faleceu no dia 11.12.1957 e foi sepultada no Cemitério Municipal. Tiveram geração conforme o título Gassner.

§ 2.º

1.2 João Linzmeyer, lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 04.08.1882 e batizado no mesmo lugar aos 28.08.1882, tendo como padrinho Johann Schreiner. Foi casado civilmente em São Bento do Sul aos 17.08.1907 (6C-23) com Carlota Gruber, nascida em São Bento do Sul aos 12.08.1886, filha de Karl Gruber e Maria Firch, neta paterna de Jakob Gruber e Anna Maria Maurer, e neta materna de Carolina Firch. Foram moradores na Estrada dos Banhados e depois no Mato Preto e Fundão. João Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 08.06.1950 (1FC-299), sendo sepultado no Cemitério Municipal. Sua esposa Carlota Gruber faleceu na mesma cidade aos 13.09.1956 (2FC-168), sendo sepultada no mesmo cemitério. Pais de:

 2.1 Anna Linzmeyer, com 49 anos em 1956.

 2.2 Maria Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 12.04.1910 (22N-136). Foi casada civilmente na mesma cidade aos 30.08.1930 (11C-104).

 2.3 Carlos Linzmeyer, operário e marceneiro, nascido em São Bento do Sul aos 12.09.1911 (16N-174), residente no distrito do Rio Preto. Foi casado civilmente em São Bento do Sul aos 17.04.1937 (1C-112) com Maria Rückl, doméstica, nascida na mesma cidade aos 04.11.1913, residente na Estrada das Neves, filha de Carlos e Francisca Rückl. Carlos Linzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 19.06.1971 (3FC-296), sendo sepultado no Cemitério Municipal. Maria Rückl faleceu no mesmo lugar no dia 01.07.1984 (C5-279). Foram pais de:

3.1 Leopoldo Linzmeyer, com 36 anos em 1971.

3.2 Lúcia Linzmeyer, costureira, nascida em Campo Alegre, residente à Rua Estevão Buschle 131, em São Bento do Sul. Faleceu solteira na mesma cidade aos 20.07.1977 (C1-64v), com 37 anos, seis meses e 14 dias, sendo sepultada no Cemitério Municipal.

3.3 João Carlos Linzmeyer, com 30 anos em 1971.

3.4 Vitor José Linzmeyer, com 29 anos em 1971.

3.5 Paulo Linzmeyer, com 27 anos em 1971.

3.6 Lourdes Linzmeyer, com 24 anos em 1971.

(…)

§ 3.º

 1.3 Aloís Linzmeyer, também chamado Aloísio Linzmeyer, ou ainda Luiz Linzmeyer, lavrador, com 5 anos em 1890, residente à Estrada dos Banhados. Foi casado civilmente em São Bento do Sul aos 28 anos de idade no dia 13.08.1914 (8C-50) com Maria Augustin, de 21 anos, filha de Wolfgang Augustin, de Santa Katharina, na Boêmia, e Francisca Hornig, de Neukirchen, na Baviera, neta paterna de Franz Augustin e Anna Maria Altmann, e neta materna de Franz Hornig e Katharina Schmidt. Maria Augustin faleceu em São Bento do Sul aos 08.08.1952 (2FC-60), sendo sepultada no Cemitério Municipal. Aloís Linzmeyer faleceu na mesma cidade aos 29.02.1960 (2FC-286v) e foi sepultado no mesmo cemitério. Tiveram:

2.1 Carlos Aloís Linzmeyer, lavrador, nascido em São Bento do Sul aos 23.05.1915 (16N-625), residente na Estrada dos Banhados. Foi casado civilmente na mesma cidade no dia 01.07.1939 (1C-169v) com Maria Schöffel, doméstica, nascida na Vila Deodoro, Paraná, aos 16.04.1916, filha de Rodolfo e Rosa Schöffel. Carlos Aloís LInzmeyer faleceu em São Bento do Sul aos 29.12.1943 (1FC-173), sendo sepultado no Cemitério Municipal. Sua esposa contraiu novo matrimônio com João Müller.

(…)

FERDINAND LINZMEYER, lavrador, com 28 anos em 1889, filho de Jakob Linzmeyer e Barbara Rückl, ambos residentes na Boêmia, casado no lugar Bechelbronn, em São Bento do Sul, com Anna Marx, nascida em Eisenstrasse, na Boêmia, com 25 anos em 1889, filha dos imigrantes Franz Marx e Therezia Zelzer. Imigraram em ano e navios e desconhecidos. O casal morava na Estrada Saraiva. Tiveram:

1.1 João Linzmeyer § 1.º

1.2  Maria Linzmeyer § 2.º

1.3  … § 3.º

1.4  Carlos Linzmeyer § 4.º

1.5  Jorge Linzmeyer § 5.º

§ 1.º

1.1 João Linzmeyer, filho natural nascido em São Bento do Sul aos 19.06.1883 e batizado no mesmo lugar aos 21.06.1883, tendo como padrinhos João Müller e sua esposa Paulina. Foi casado em Rio Negro aos 26.06.1913 com Filomena Grossl.

§ 2.º

1.2 Maria Linzmeyer, nascida em São Bento do Sul aos 06.09.1884 e batizada no mesmo lugar aos 08.09.1884, tendo como padrinhos João Müller e sua esposa Paulina.

§ 3.º

1.3 …

§ 4.º

1.4 Carlos Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 08.02.1889 (3N-5v), e batizado no mesmo lugar, tendo como padrinhos Francisco Max e Johann Lobermeier.

§ 5.º

1.5 Jorge Linzmeyer, nascido em São Bento do Sul aos 30.06.1891 (4aN-9v).

Eleições municipais em 1891

No dia 30 de agosto de 1891 houve uma eleição em São Bento do Sul para o cargo de Superintendente (equivalente ao atual Prefeito), intendentes municipais (os vereadores) e juízes de paz (com eleição específica para Campo Alegre).  Ao contrário do que normalmente acontecia, as eleições transcorreram pacificamente.

A apuração ocorreu apenas no dia 16 de setembro e revelou o seguinte resultado (os eleitos estão sublinhados, com exceção dos juízes de Campo Alegre, que não sabemos quantos vagas tinham):

SUPERINTENDENTE 

Francisco da Silva Sinks: 368 votos

Amando Jürgensen: 67 votos

INTENDENTE MUNICIPAL

Francisco Antônio Maximiano: 430 votos

João Machado Pereira: 367 votos

Philipp Maria Wolff: 362 votos

Agostinho Ribeiro da Silva: 361 votos

Líbero Guimarães: 355 votos

Jorge Schlemm: 73 votos

Aníbal Cezar da Rocha: 69 votos

Ernesto Mendel: 67 votos

Luiz  Scholz: 67 votos

Francisco José Ribeiro: 18 votos

Amando Jürgensen: 4 votos

João Filgueiras de Camargo: 1 voto

Francisco Bueno Franco: 1 voto

Rodolpho Klaumann: 1 voto

Frederico Rathunde: 1 voto

JUIZ DE PAZ – SÃO BENTO

João Filgueiras de Camargo: 281 votos

Francisco Gery Kamienski: 278 votos

José Linzmeyer: 277 votos

Jorge Schlemm: 228 votos

David Gaspar dos Santos Lima: 69 votos

Otto Bernardo Krause: 67 votos

Ignácio Fischer: 65 votos

Agostinho Ribeiro da Silva: 64 votos

JUIZ DE PAZ – CAMPO ALEGRE

José Affonso Ayres Cubas: 86 votos

João Augusto Schröder: 86 votos

Antônio Pedro de Carvalho Lisboa: 52 votos

Antônio Felisbino Lamim: 49 votos

Francisco Teixeira de Freitas: 42 votos

Francisco Carvalho de Assis: 23 votos

Olympio Nóbrega de Oliveira: 8 votos

Francisco Bueno Franco: 2 votos

Francisco Simões de Salles: 1 voto

Pedro Pereira Júnior: 1 voto

Manoel Cardoso Ferreira: 1 voto

Joaquim Narciso Soares: 1 voto

Júlio Richter: 1 voto

Essa eleição acabou sendo anulada por decreto, como todas as demais ocorridas no estado naquele dia. Os eleitos  tiveram que entregar o poder para a Junta Provisória Governativa, por conta das transformações políticas no Brasil e em Santa Catarina. A Junta dissolveu a Câmara e nomeou uma outra.
 .
Nessa câmara nomeada, reunida pela primeira vez em São Bento aos 23.01.1892, estavam: Francisco José Ribeiro, Presidente da Intendência, que não havia conseguido se eleger; Jorge Schlemm, que havia sido eleito juiz de paz; Paulo Timotheo Wielewski, que sequer aparecia na última votação; Olympio Nóbrega de Oliveira e Agostinho Ribeiro da Silva, que haviam concorrido a juiz de paz e que viraram Intendentes Conselheiros de São Bento.
 .
Naturalmente, essa transição não foi nada pacífica. Wolff, Líbero Guimarães e Maximiano resistiram por um bom tempo até entregar a chave e os arquivos da Câmara.
 .
A apuração dessa eleição, ainda que anulada, mostra o envolvimento de ao menos dois boêmios na política local: José Linzmeyer, que havia sido inclusive eleito juiz de paz, e Ignácio Fischer, que não conseguiu ser eleito para o mesmo cargo. Em geral, comenta-se que os imigrantes não tinham lá muito interesse na política, o que é bem visível se repararmos nos nomes das figuras que ocuparam cargos nos primeiros anos de São Bento. Quando havia imigrantes alemães, até então, nenhum deles tinha a origem boêmia, que foi a mais comum em São Bento e a qual pertenciam Linzmeyer e Fischer.
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Também chama a atenção a destacada votação de Francisco Antônio Maximiano, outrora visto como um simples intruso e perturbador do sossego alheio de São Bento, e especialmente dos imigrantes.

Atriz Bruna Linzmeyer teve ancestrais em São Bento

Não costumo assistir novelas, então foi por acaso que descobri que Bruna Mayara Linzmeyer, uma das atrizes de destaque de Insensato Coração, tem esse nome que já denuncia a sua origem. Ela nasceu em Corupá no dia 11.11.1992, e diz que seu avô era alemão – certamente de ascendência, e não de origem. Não há duvidas de que os ancestrais de Bruna eram imigrantes Linzmeyer que, primeiro, vieram para São Bento, e depois desceram a serra até Corupá – como muitos outros fizeram.

Bruna Linzmeyer tem ancestrais que imigraram para São Bento

De qual família Linzmeyer ela descende, no entanto, ainda não é possível afirmar. Várias foram as que imigraram para São Bento. Paulo Henrique Jürgensen, em seu livro “Famílias Tradicionais”, compilou as seguintes:

1. Georg Linzmeyer, operário, de Hammern, na Boêmia, imigrou aos 56 anos pelo Humboldt, em 1876, casado com Catharina Herhofer, com quem teve ao menos o filho Jacob Linzmeyer, também imigrante.

2. Johann Linzmeyer, lavrador, e que abriu um Salão de Bailes em Oxford, natural de Eisenstrass, na Boêmia, imigrou aos 48 anos pelo Humboldt, em 1876, casado com Anna Maria Stiegler, com quem teve os filhos Josef, Karl e Johann Linzmeyer.

3. Wolfgang Linzmeyer, operário, de Hammern, na Boêmia, imigrou aos 54 anos pelo Humboldt, em 1876, com a esposa Theresia. 

4. Georg Linzmeyer, operário, filho de Jacob Linzmeyer e Barbara Augustin, imigrou aos 30 anos, também pelo Humboldt, em 1876, com a esposa Caroline Rückl.

5. Veid Linzmeyer, lavrador, de Eisenstrasse, imigrou aos 25 anos pelo Valparaíso, em 1877, solteiro.

6. Karl Linzmeyer, operário, de Hammern, imigrou aos 28 anos pelo Bahia, em 1877, com a esposa Maria.

7.  Andreas Linzmeyer, operário, de Hammern, imigrou aos 60 anos pelo Bahia, em 1877, viúvo de Anna Maria Stähl, com quem teve ao menos os filhos Jacob, Clara, Therese, Anna, Ferdinand, Andreas, Josef, Franziska e Catharina Linzmeyer.

8. Georg Linzmeyer, casado com Anna Maria Rückl, os quais não se sabe se imigraram, mas tiveram aqui os filhos Carlos e Anna Linzmeyer.

9. Sebastian Linzmeyer, casado com Anna Maria Starkerswitt ou Störbel, que também não se sabe se imigrou, mas teve os filhos Catharina e Jorge Linzmeyer.

Pessoalmente, imagino que Bruna descenda da família 7, da qual já encontrei registros em Corupá. Mas seria preciso fazer uma pesquisa mais apurada antes de confirmar.

A moça demonstra valorizar sua cidade e conterrâneos, embora reconheça que sentiu necessidade de buscar oportunidades que Corupá não mais oferecia.  A sua mudança para São Paulo é, no fundo,  uma louvável repetição daquilo que seus ancestrais fizeram – e que muitos não tem coragem de fazer nos nossos dias.

Sobrenomes Mais Comuns em SBS

Resolvi contar na lista telefônica os sobrenomes com maior quantidade de números em São Bento do Sul. O objetivo era ter uma ideia dos sobrenomes estrangeiros mais comuns na cidade. Consultei as edições do Rotary de 2000, 2003 e 2005 (infelizmente não tive acesso à de 2008). Os resultados foram bastante semelhantes nas três edições, apenas com ligeira troca de posições de ano para ano. Naturalmente, esse não é um trabalho científico, e seus resultados não podem ser levados tão a sério – embora possam ser bons indicativos.

Segundo a lista telefônica de 2005, os sobrenomes mais comuns em São Bento são:

2005

1. Pscheidt 86

2. Becker/Beckert 82

3. Weiss 73

4. Bail/Bayerl e variações 70

5. Linzmeyer e variações 68

6. Liebl e Rank 64

8. Grossl 53

9. Rudnick 52

10. Schröder 45

11. Krüger 44

12. Dums 42

13. Mühlbauer 41

14. Fendrich, Gruber e Neumann 40

Isso significa que a família Pscheidt é a que mais possui telefone em São Bento. E que, provavelmente, tem tudo para ser o sobrenome com maior número de portadores na cidade. Tal predomínio se justifica: o imigrante Wenzel Pscheidt, quando veio ao Brasil em 1876, trouxe consigo 11 filhos. Destes, 7 eram homens – ou seja, levaram adiante o sobrenome Pscheidt. Cada um desses 7 também teve uma quantidade considerável de filhos, e boa parte deles também homens. Com isso, o sobrenome, que já era bastante comum no início, se tornou ainda mais popular e se espalhou pela região.

Os Pscheidt já lideravam a lista telefônica na edição anterior, de 2003, que apresentou a seguinte frequência de sobrenomes na cidade:

2003

1. Pscheidt 94

2. Becker/Becker 75

3. Bail/Bayerl e variações 70

4. Linzmeyer e Rank 67

6. Weiss 65

7. Liebl 64

8. Grossl 63

9. Rudnick 50

10. Schröder

11. Grosskopf 43

12. Fendrich e Krüger 41

14. Gruber 40

15. Mühlbauer e Neumann 39

Não houve alteração de sobrenome entre os 10 primeiros, apenas em suas posições. É possível ver que, entre 2003 e 2005, a família Pscheidt se desfez de alguns telefones. A família Becker, por sua vez, resolveu adquirir vários (talvez na ânsia de assumir a primeira posição). Ao contrário da família Pscheidt, não é possível dizer que os Becker venham de um único tronco familiar (a própria diferença entre Becker e Beckert é mostra disso).

Houve a família do imigrante Anton Beckert, que veio a São Bento, mas também houve ramos que vieram depois, de Joinville, para a cidade. Apenas um trabalho genealógico mais apurado vai poder identificar em que medida se trata de uma mesma família.

A lista telefônica do ano 2000, mais antiga a ser consultada, mantinha os Pscheidt na liderança. Na ocasião, os Becker ainda estavam na terceira colocação:

2000

1. Pscheidt 62

2. Bail/Bayerl e variações 55

3. Becker/Beckert 52

4. Grossl 48

5. Rank 44

6. Weiss 42

7. Rudnick 36

8. Fendrich e Schröder 34

10. Linzmayer e variações 32

11. Liebl 30

12. Gruber e Neumann 29

14. Dums 26

15. Grosskopf 25

Os resultados das três listas mostram a franca decadência do telefone nas residências dos Bayerl. Em 2000, era a segunda família mais citada. Em 2003, a terceira. Em 2005, a quarta. A família Bayerl e a sua meia dúzia de variações, também ao contrário dos Pscheidt, não representa a mesma família. Foram ao menos seis as famílias Bayerl que imigraram para São Bento do Sul na década de 1870. A grande quantidade de famílias portando o sobrenome ajuda a explicar a sua frequência. Se elas têm uma origem em comum, ela acontece apenas lá na Europa, o que hoje ainda é impossível descobrir.

Gostaria de citar também que, no ano 2000, os Fendrich apareceram entre os 10 primeiros, e depois nunca mais. Há uma explicação: já faz algum tempo que só nascem mulheres na família.

Meus Ancestrais: Família Brandl

I. MICHAEL BRANDL, que foi casado com Margareth Mundl e com ela teve:

II. JOSEF BRANDL, lavrador, nascido por volta de 1837 na região de Eisenstrass, na Boêmia. Ainda na Europa, casou-se com Anna Weinfalter ou Schweinfalter, nascida por volta de 1835, com quem imigrou ao Brasil em 1874, a bordo do Shakespeare, estabelecendo-se em São Bento do Sul num lote no lado oeste da Avenida Argolo. Sua esposa Anna faleceu no dia 15.10.1890, vítima de apoplexia, e foi sepultada no Cemitério Católico da sede de São Bento, não mais existente. Viúvo, Josef Brandl voltou a se casar no dia 08.10.1892 com Therezia Grossl, de Hammern, filha de Johann Grossl e Therezia Linzmeyer. Às 5h do dia 02.07.1917, na casa de seu genro Benedikt Beyerl, faleceu Josef Brandl, em consequência de velhice, deixando três filhos de maior idade, e sendo sepultado no Cemitério de São Bento, em túmulo desconhecido. Tiveram Josef e sua primeira esposa Anna Weinfalter, entre outros:

III. CATHARINA BRANDL, nascida em Eisenstrass no dia 21.03.1865, tendo imigrado ao Brasil em companhia de seus pais e irmãos. Casou-se em 10.02.1886 com Benedikt Beyerl, de Holschlag, filho de Peter Haden e Maria Beyerl, e viúvo de Anna Maria Neppel. Faleceu em São Bento do Sul no dia 04.02.1911, sendo sepultada no Cemitério Municipal da cidade. Teve geração conforme o título BAIL.

Aldeia Natal dos Imigrantes II – Eisenstrass

Eisenstrass, na Boêmia

Eisenstrass, na Boêmia

Da vila de Eisenstrass, na Boêmia, hoje chamada de Hojsova Straz, vieram para São Bento do Sul, ao que se sabe, as seguintes famílias:

 

Bacherl, Josef

Bayerl, Jacob

Bayerl, Josef

Brandl, Josef (meu tetravô)

Fritsch, Josef

Fürst, Anton

Gregor, Stephan

Grossl, Kasper

Grossl, Laurenz

Kahlhofer, Aloys

Konrad, Jacob

Kuchler, Josef

Linzmeyer, Johann

Linzmeyer, Veit

Marx, Franz

Neppel, Reinhold

Pflanzer, Carl

Pöschl, Franz

Roerl, Johann

Schroeder, Josef

Schroeder, Georg

Stoeberl, Felix  

 

Sobre a vila de Eisentrass, encontramos informações no mesmo site que fala sobre Hammern. A tradução é a seguinte:

 

HOJSOVA STRÁŽ (Eisenstrass)

 

Hojsova Stráž, centro de visitação no inverno, fica na parte ocidental das montanhas Šumava (Floresta Boêmia). Está localizada cerca de 8 km ao norte da cidade Železná Ruda, nas escostas ocidentais da montanha Můstek.

 

Foi fundada por mineiros, próximos das minas de ferro, no século XVI. Foi também sede, naquela época, do gabinete magistrado. Esse lugar se tornou muito conhecido no século XX, devido ao desenvolvimento do turismo nas montanhas Šumava.

 

A Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na vila, foi construída entre 1824-1826.

Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição

É muito provável que esses imigrantes citados tenham sido batizado ou tenham se casado nessa Igreja. Meu tetravô nasceu em 1817 – portanto, antes da sua criação. De qualquer forma, deve ter sido lá que se casou com Anna Schweinfurter, esposa com a qual teria três filhos.

Aldeia Natal dos Imigrantes I – Hammern

Da aldeia de Hammern, na Boêmia, imigraram para Sâo Bento do Sul as famílias Aschenbrenner, Augustin, Dorner, Dums, Eckl,  Ehrl, Fürst, Grossl, Jungback, Kollross, Liebl, alguns Linzmeyer, Oberhofer, Pscheidt, Puschinger, Rank, Rohrbacher, Rückl,  Schreiner, Stiegler, Stoeberl, Stueber, Tauscher, alguns Treml, e provavelmente outras.

Existe um site específico sobre o sul e a floresta da Boêmia. Nele, constam algumas informações sobre a história das vilas daquela região. Entre elas, a vila de Hamry, nome atual de Hammern. De lá, traduzo as seguintes informações sobre a vila:

 

HAMRY

A pequena vila Hamry é um centro bem conhecido de lazer na parte ocidental das montanhas Sumava (Bôhmerwald) no Rio Uhlava, cerca de 8 km a sudeste da cidade de Nyrsko.

A vila surgiu como um assentamento de ferreiros, próximo das minas de ferro. A primeira menção é de 1429. As fábricas de vidro foram fundadas ali na primeira metade do século XVIII. Hamry foi também uma sede do gabinete magistrado, na Idade Média.

O nome Hamry quer dizer “moinhos de ferro” e se origina do tempo da fundação do original assentamento de ferreiros.

A Igreja de Nossa Senhora das Dores (está “Sorrow”) surgiu da capela original em 1773. A única fonte talhada de um bloco de granito pode ser vista próxima da Igreja. Ela data de 1856 e tem cerca de 4m de comprimento e 1m de largura.

O compositor P. Stuiber nasceu e morreu em Hamry.

O Cônsul Que Não Veio

Protocolo de Recepção ao Cônsul que nunca veio. O texto do documento encontra-se mais abaixo.
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“Na história das colônias, principalmente alemãs, as sociedades culturais, recreativas e beneficentes sempre tiveram uma influência decisiva na formação moral e cultural dos colonos”. (FICKER, 1973 p. 205).
Entre os são-bentenses já havia sido criada uma sociedade literária, em 1881, e a Sociedade Atiradores em 1895. Ambas as sociedades perduram até os nossos dias. Somava-se a essas a Sociedade dos Soldados Veteranos. Essa última, aceitava como membros ex-combatentes alemães, principalmente aqueles que lutaram nas guerras de 1864-1866 e na grande guerra contra a França, em 1870-1871. Muito bem organizada, a sociedade desfilava garbosamente pelas ruas da vila no dia 02 de Setembro, que era quando comemoravam a batalha de Sedan, da guerra de 1870. Os sócios exibiam suas condecorações no peito, enquanto uma banda puxava as marchas da apresentação. Findando o dia, realizavam um grande baile.
Ora, os boêmios também ficaram com vontade de fazer a sua sociedade, e de fato a fizeram. Entre eles, havia também ex-combatentes de guerras na Dinamarca, em Sadwa, contra a Prússia e ainda na Itália. Continuamos com as palavras de Josef Zipperer:
“Esses veteranos não podiam fazer parte da associação já existente, que só agremiava descendentes alemães, principalmente prussianos, contra os quais havia poucos anos passados, os austríacos tinham estado em guerra, resolveram criar sua própria sociedade, sob a forma de uma Sociedade Auxiliadora. Essa foi criada sob a denominação de “Sociedade Auxiliadora Austro-húngara”, na qual todos os súditos da velha Áustria podiam se associar. (ZIPPERER, 1951 p. 90).
Frederico Fendrich era o presidente da recém-fundada sociedade. Foi criada, para bem representá-los, uma bandeira pintada em verde-amarelo de um lado, as cores da nova pátria, e amarelo-preto do outro, as cores que identificavam a dinastia dos Habsburgueses. Os Habsburgos, conforme já dissemos, governaram a Áustria por séculos, e eram ainda eles que governavam quando da criação da sociedade.
Se os prussianos tinham no 02 de setembro um motivo de comemoração, os boêmios consideravam o 18 de agosto um dia de grande festa. Era essa a data de aniversário do então imperador austríaco Francisco José. A data era muito festejada. Era então a oportunidade da Sociedade desfilar nas vias públicas, com os ex-combatentes igualmente exibindo suas condecorações.
Antes do desfile, porém, os membros e seus familiares participavam de uma missa. Só então era que começavam os festejos, sempre animados por bandas tocando alegres canções da Velha Áustria, as quais nunca esqueciam e que tanto animavam seus dias cá no Brasil. Terminavam o dia na cervejaria do Hoffmann, os sócios e seus parentes.
Em dezembro de 1898, o imperador Francisco José comemorou meio século à frente da Áustria. Foi outro dia de grandes comemorações para a sociedade da qual Fendrich era presidente. Tanta alegria resultou num grande baile no salão de Josef Zipperer. Eis as palavras do próprio a respeito:
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“A Sociedade tinha a sua sede no meu salão e com guirlandas, bandeiras transparentes com as armas da Áustria e do Brasil, aquele salão apresentava um ar festivo. À noite a minha casa ficou completamente cheia de sócios e suas famílias, os quais na maioria eram simples lavradores”. (ZIPPERER, 1951 p. 91).
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O detalhe é que o local ficou cheio demais, obrigando os dançarinos a ficarem separados em grupos. A diretoria da sede achou por melhor mudar a sua sede para um local mais amplo, a fim de dar uma maior comodidade aos seus membros. Escolheram então o salão de Hermann Knop, que era pomerano.
Isso revoltou Josef Zipperer, o dono do salão aonde até então eram realizadas as reuniões e comemorações da Sociedade. Fez ele, então, um elaborado plano. Sabendo da recente criação do Consulado Austríaco em Curitiba, resolveu simular uma visita do Cônsul para a cidade. Foi escrita uma carta assinada pelo “cônsul” e entregue a Frederico Fendrich.
A visita do cônsul animou sobremaneira a Sociedade, e boa parte da cidade. Começaram os preparativos para o grande dia da recepção.
Josef Zipperer foi então ter com seu cunhado Josef Linzmeyer, morador de Oxford. Linzmeyer dispunha de um trole com dois cavalos. Era o que Zipperer precisava para que seu plano funcionasse. Afinal, ele não queria que o plano resultasse apenas na decepção pela não vinda de cônsul nenhum.
Assim, quando todos avistaram no horizonte o trole, julgaram ser o cônsul austríaco, que finalmente chegara a São Bento do Sul. Qual não deve ter sido a estupefação e a frustração, quando viram que os ocupantes do trole eram justamente Zipperer e Linzmeyer, que acenavam alegremente para a multidão atônita. Obviamente, o trole seguia ligeiro, afinal, eles não podiam arriscar (vai que alguém se recuperava do susto enquanto eles ainda estavam passando?)
Um episódio curioso, envolvendo nomes importantes da história de São Bento do Sul. O Arquivo Histórico de nossa cidade tem em seu acervo uma cópia do “Protocolo de Recepção ao Cônsul”, constando o nome de diversos vultos e as entidades que eles deveriam representar durante a visita que nunca houve.
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Eis a versão transcrita do protocolo de recepção:
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Protocollo
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da deliberação respeito do arranjo de uma cumprimentação a fazer nachegada do Senr. de Zimmerer (Limmerer?) – consul geral do impériode Allemanha, acreditado no Estado de Sta. Catharina da República doBrazil – a qual será anunciada pelo telégrafo de Joinville:As seguintes associações tem mandado deputados:
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1. A Associação Literária pelo senhor Carlos Leichsenring
2. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ militar ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Henrique Hussmann
3. ¨¨¨¨¨¨¨¨ Erholing (?) (literário) ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ João Hoffmann
4. ¨¨¨¨¨¨¨¨ escolar dos allemães ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨Otto Krause
5.¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ dos atiradores de São Bento, ¨¨¨¨¨¨¨ Antº Koenig
6. ¨¨¨¨¨¨¨ escolar da estrada Dª Francisca ¨¨¨¨¨Carlos Doetsch
7. ¨¨¨¨¨¨¨¨ dos atiradores de Lençol ¨¨¨¨¨¨ Jozé Kwitschal
8. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨de Cultura Glüchauf (?) ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Jozé Wand
9. ¨¨¨¨¨¨¨¨ Hungaro-Austríaco de S. Bento¨¨¨¨¨¨¨¨ Frederico Fenrich
10. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨ idem Lençol ¨¨¨¨¨¨¨¨ Jozé Endler
11. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨dos cantadores (???) ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Veit Schwedler
12. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨escolar do Lençol ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨Julio Schindler
13. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨dos cantadores (Saengerbund) ¨¨¨¨¨¨ Max Richter
14. ¨¨¨¨¨¨¨¨ Evangelica Ecclesial ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Georg (?) Boettner
15. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨Camara Municipal ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Gustavo Kopp
16. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨escolar de Oxford ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Ernesto Wolf
17. ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ São Bento ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨(não consta)
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A resolução do programma para esta comprimentação é a seguinte:
1. O arco triumphal será construido na Rua Argollo entra as casasdos Srs. Wünsche e Lutz, e as despezas serão pagas por contribuiçõesvoluntarias.
2. A collocação das associações e dos alumnos das escolas perto aocuidado do Comite Festival, o qual se compõe das seguintes pessoas:
3. Gustavo Kopp, Henrique Hussmann, Frederico Fendrich, MoritzRichter e Antº Koenig.
4. O Comitê tem de reservar e escolher um lugar mais favorável econveniente para as autoridades convidadas.
5. Os cantadores reunen-se e collocão-se na varanda da casa daDirecção e principião com o canto de comprimentação no momento dachegada do Festivado.
6. As despezas pª esta comprimentação e seus preparos serão pagastambém por contribuições voluntárias.
7. O convite das autoridades como também a participação do dia ehora da solemnidade é confiado ao cuidado do senhor Otto Gelbike
8. A comprimentação do Festivado por sermão é confiado ao Senr.Theodoro Hermann.
9. A apresentação das autoridades, (como a participação do dia ehora da solemnidade) e de outras pessoas distinctas é confiada aoSenr. Otto Gelbike.
10. O Comité festival terminará, confore ás circunstancias, umanoite dos dias seguintes pª uma assemblea social do salão do Senr.Linke, e convidará por este fim as autoridades e pessoas distinctas.
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Contrasignado pelos deputados
Assignado pelo escrivão João Hoffmann
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by Henrique Fendrich.

Miss Brasil filha de São Bento

A filha do são-bentense Coronel Osny Vasconcellos com a pintora surreralista Arlete Reis Neto, de nome Angela Teresa Reis Neto Vasconcellos, foi eleita miss Brasil no ano de 1964, em plena ditadura militar. Ele concorreu pelo estado do Paraná, onde nasceu e morava. No final daquele ano, também chegou até a semi-final do Miss Universo. Angela foi a mais alta Miss Brasil até então, contando com 1,75 metro.
Imagens: Jornal Gazeta 25.09.2007
Família. O Coronel Osny Vasconcellos teve com sua esposa outras duas filhas. Ele é o autor do célebre “São Bento – Cousas do Nosso Tempo”, feito em parceria com Alexandre Pfeiffer. Gostava e cultivava a história de sua cidade. Conseguiu grande destaque em sua carreira militar. Foi também grande desportista. Ele era filho de Luiz de Vasconcellos, cearense, que se mudou para São Bento e depois se tornou o “prefeito-deputado”, uma vez que acumulava os dois cargos. Sua mãe era Maria Linzmeyer, filha do cervejeiro Josef Linzmeyer com Therese Zipperer.