Famílias da Boêmia e suas aldeias de origem

Abaixo, seguem o nome de aldeias da Boêmia e os respectivos sobrenomes de famílias que de lá imigraram ao Brasil pelo porto de São Francisco do Sul.

A maioria se estabeleceu em São Bento do Sul/SC, mas outras tomaram destinos diversos, inclusive indo para o Rio Grande do Sul.

Há sobrenomes que aparecem em várias aldeias. Sugiro pesquisar um sobrenome usando Ctrl + F.

Há famílias que ainda não tiveram a sua aldeia identificada.

Se estiver interessado em uma informação ou pesquisa específica sobre alguma dessas famílias, entre em contato.

ALBERSDORF: Baumrucker, Böhm

ALBRECHTSDORF: Endler, Fischer, Paulata, Rössler, Simm, Swarowsky, Zimmermann

ARNAU: Havel, Kapp, Scholz

ARNSDORF (há mais de uma): Jankel, Raschel, Schlögl (Schlegl)

AUSSIG: Malik

BÄRNSDORF: Ritter

BAUSCHOWITZ (há mais de uma): Laube

BAUTZEN: Schützel

BRAND (há mais de uma): Schwarz

BRUNN: Barnack

BUCHAU: Kolbe

BULLENDORF: Lammel

CHINITZ-TETTAU: Gruber, Knickel, Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

CHUDIWA: Gruber

DALLESCHITZ: Jappe

DESCHENITZ: Dietrich (Ditrich), Seidl (Seidel), Treml, Zierhut

DESSENDORF: Adamitschka, Fischer, Schwedler

DITTERSBACH: Altmann

DÖRRSTEIN: Rohrbacher

DUX: Grimm, Schneider, Walter

EGER: Bergler

EISENSTEIN: Gschwendtner, Maurer (Mauerer), Pilati, Schaffhausen, Stöberl (Stoeberl)

EISENSTRASS: Bachal (Bachel), Baierl, Böschl (Pöschl), Brandl, Brozka, Frisch, Fürst, Gregor, Grossl (Grassl), Kahlhofer, Konrad, Kuchler, Linzmeyer (Linzmayer), Marx, Neppel , Pflanzer, Schröder (Schroeder)

FALKENAU (há mais de uma): Tietzmann

FLECKEN: Baierl, Hübl (Hiebl), Hien, Kohlbeck, Kirschbauer, Kautnick (Koutnick), Maier (Mayer), Mühlbauer, Münch, Prechtl, Rank, Stascheck (Tascheck), Stueber (Stuiber, Stüber), Stöberl (Stoeberl), Treml, Zipperer

FREIHÖLS: Adlersflügel, Rosenscheck (Rosnischeck)

FREUDENBERG: Richter

FRIEDLAND IN BÖHMEN: Neumann, Scholz

FRIEDRICHSDORF: Prade

FRIEDRICHSWALD: Gärtner (Gaertner), Heinrich, Keil, Lammel, Müller, Schaurig (Schaurich), Streit, Weber

FUCHSBERG: Heinrich

GABLONZ: Brückner, Fink(e), Görnert, Grolop, Hatschbach, Hinke, Hübner, Kirschner (Kirchner), Kohl, Ludwig, Luke, Scholz, Seidl (Seidel), Strackel, Vorbach, Zenkner

GLASHÜTTEN: Aschenbrenner, Eckstein, Grosskopf, Seidl (Seidel), Weiss, Wotroba

GRÄNZENDORF: Bergmann, Hübner, Leubner, Patzelt, Rieger, Seibt, Tandler, Ullrich

GRAUPEN: Seifert (Seiffert)

GRÜNAU: Artner

GRÜNTHAL: Ludwig

GRÜNWALD: Bergmann, Fleischmann, Heidrich (Haidrich), Scholz, Wöhl (Woehl), Zappl (Zappe), Zeemann (Zemann)

GUTBRUNN: Kundlatsch

HAIDA: Hermann, Langhammer, Student

HAIDL AM AHORNBERG: Bayerl (Bail)

HAMMERN: Augustin, Buchinger (Puchinger), Dorner, Drechsler, Dums, Eckel, Ehrl (Erl), Fürst, Grossl, Jungbeck, Kahlhofer (Kohlhofer), Kollross, Liebl, Linzmeyer (Linzmayer), Muckenschnabel, Oberhofer, Pscheidt, Rorhbacher, Rückl, Schreiner, Stiegler, Stöberl (Stoeberl), Tauscher (Tanscher)

HARRACHSDORF: Seidl (Seidel)

HINTERHAUSER: Christoph (Christof)

JOHANNESBERG: Fischer, Gürtler, Jantsch, Kaulfuss, Nierig, Pilz, Posselt, Preussler, Reckziegel, Rösler (Rössler), Schöler, Schwedler , Worm

JOHANNESTAHL: Mai (May), Stark, Swarowsky, Thalowitz

JOSEFSTHAL: Dressler, Zimmermann

KALTENBRUNN: Gassner, Hübl (Hiebel), Schreiner

KARLSBERG: Posselt

KATHARIENBERG: Beckert

KLATTAU: Fleischmann, Mundel

KLETSCHEDING: Bauer

KOCHOWITZ: Hanush (Hannusch)

KOHLHEIM: Grosskopf, Kroll, Schürer

KOMOTAU: Schreiber

KUKAN: Kittel, Mensel, Simm

LABAU: Pfeiffer

LADOWITZ: Schneider

LANGENAU: Hüttel, Keil

LANGENBRÜCK (há mais de uma): Jung

LANGENDORF (há mais de uma): Glaeser, Rauch

LEWIN: Grossmann

LICHTNECK: Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

LIEBENAU: Preissler, Skolande, Watzke

LIEBORITZ: Anton, Hübsch

LIPTITZ: Bobel (Bobl), Czernay

LOMNITZ BEI GITSCHIN: Fendrich

MAFFERSDORF: Bergmann, Hauser, Keil, Klinger, Lorenz, Maier (Mayer), Möller, Posselt, Schwarzbach, Wöhl (Woehl)

MARIA RADSCHITZ: Nacke (Nake, Nakl)

MARIASCHEIN: Kern

MARIENBERG: Altmann, Breisler, Endler, Fischer, Müller, Neumann, Niester, Poerner (Perner), Ringmuth, Simm, Urbanetz , Wolf (Wolff)

MARSCHOWITZ: Grossmann, Hatschbach, Pfeiffer

MAXDORF: Dressler, Elstner, Hoffmann, Jäckel  (Jäkel), Morch, Pilz, Prediger, Reckziegel, Schöler, Tandler, Tischer, Vater

MORCHENSTERN: Elstner, Endler, Engel, Feix, Fischer, Haupt, Hoffmann, John, Kaulfuss, Klinger, Köhler, Luke, Melich, Posselt, Reil, Rössler, Scheibler, Scheufler, Schier, Schöffel (Scheffel), Staffen (Steffen), Strauski, Ullmann, Ullrich, Wildner

MÜLLIK: Pauli

NEU PAULSDORF: König

NEUBIDSCHOW: Neumann, Schick

NEUDORF (há mais de uma): Bauer, Binder, Dobner, Dunzer, Hoffmann, Hüttl (Hütl), Mareth, Peyerl, Preissler, Schlögl , Schreiber, Schwarz, Warth, Weiss, Wolf (Wolff)

NEUERN: Augustin, Grosskopf, Pospischil, Schadeck, Tauscheck (Tauschek), Zierhut

NEUSORGE: Dittrich

NIEDER-GEORGENTHAL: Grohmann

OBERKREIBITZ: Bienert

OSSEGG: Liebsch

PELKOWITZ: Klamatsch, Lang, Seiboth (Saiboth), Sedlak , Stracke, Weiss

PETLARN: Bauer, Theinl

PILSEN: Morawka

PLÖSS: Hübl (Hiebl)

POLAUN: Bartel, Feix (Faix), Fischer, Haupt, Hinke, Langhammer, Neumann, Pachmann, Seidl (Seidel), Umann, Weinert

PRISCHOWITZ: Friedrich, Hossda, Lang, Rössler, Schier, Simm, Thomas

PULETSCHNEI: Schöffel (Scheffel), Wabersich

RADL: Kundlatsch (Rundlatsch), Seiboth

RATSCHENDORF: Kaulfersch, Rieger

REHBERG: Gruber, Pauckner, Raab

REICHENAU: Fink(e), Hoffmann, Jäger, Kraus(s), Kwitschal (Kwicala), Maschke, Milde, Peukert, Preissler, Preussler, Rössler (Roesler), Schwarzbach, Strnad (Sternardt), Stracke, Weiss, Wenzel

REICHENBERG: Beckert, Brokopf,  Fiebiger, Hartel, Hoffmann, Hübner, Killmann (Kilmann), Kluss, Mittelstedt, Purde, Riedel, Roscher, Stark, Thurm, Worrel (Warel)

RÖCHLITZ: Linke

ROSSHAUPT: Degelmann, Diener, Dobner, Dörfler, Fleischmann, Freiersleben, Friedel, Hoffmann, Körb, Krauss, Kreutzer, Magerl, Nosseck, Plomer, Prem, Randig, Rauch, Salfer, Stieg, Veith (Voith), Wagner

ROTHENBAUM: Bechler (Boechler), Rank, Wöllner

RÜCKERSDORF: Appelt, Maros (Meros)

SATTELBERG: Raab

SCHENKENHAHN: Friedrich

SCHLAN: Michel

SCHLUCKENAU: Otto

SCHÖNWALD (há mais de uma): Huf , Steiner

SCHUMBURG: Richter, Swarowsky

SILBERBERG: Bayerl

SONNENBERG: Hanel, Wand

SPITZBERG: Katzer, Kriesten, Schindler

STADTLER: Hoffmann, Müller, Schiessl, Uhlig (Uhlich), Uhlmann, Wolf (Wolff)

STEINSCHÖNAU: Richter, Ritschel

ST. KATHARINA: Augustin, Drechsler, Grossl, Hoffmann, Lobermeyer (Lobermayer), Maurer (Mauerer), Münch, Rank, Stuiber (Stüber)

SVAROV: Balatka

TACHAU: Wächter

TANNWALD: Brückner, Endler, Feix, Hillebrand, Horn, Nigrin, Schnabel, Schwarz, Seibt

TIEFENBACH: Tureck, Umann

ULLERSDORF: Köhler, Zeithammer

UNTERMARKTSCHLAG: Naderer

VOITSDORF: Schlinzig

WALDAU: Duffeck

WEGSTÄDTL: Neumann

WEISSKIRCHEN: Hoffmann

WIESENTHAL: Dietrich (Ditrich), Fischer, Haupt, Hoffmann, Jantsch, Koliska, Krupka, Ludwig, Lung, Nowotny, Pfeiffer, Rössler, Scholz(e), Wöhl (Woehl), Zimmermann

WURZELSDORF: Hermann, Korbelar, Krause, Neumann, Schier

Os Mühlbauer no Brasil

Artigo publicado no jornal Folha do Norte de 23.04.2013.

Os Mühlbauer no Brasil

Foram duas as famílias Mühlbauer que imigraram ao Brasil e se estabeleceram na região de São Bento do Sul. A primeira delas foi a de Michael Mühlbauer, que vinha de Flecken, na Boêmia, e se estabeleceu ao longo da Estrada Rio Negro em 1876. No ano seguinte, a bordo do “Rio”, veio a família de Anton Mühlbauer, da Baviera. Estes foram moradores na Estrada dos Banhados.

Anton Mühlbauer era pedreiro e nasceu por volta de 1834. Era filho de Mathias e Klara Mühlbauer, proprietários em Schwarzenberg, na Baviera. Já adulto, Anton conheceu Barbara Pfeffer, com quem passou a morar e ter filhos, mesmo antes do casamento. Pelo nascimento desses filhos, é possível encontrar Anton morando em várias aldeias bávaras diferentes, todas próximas uma das outras, o que sugere pouca estabilidade e que deve ter contribuído para que decidissem imigrar.

Em São Bento, a filha mais velha Theresia se casou com Anton Fürst. O filho Philipp casou-se com Rosália Kellner, e foi o responsável pela idealização da Capela de São Felipe, em Banhados I, em pagamento a uma promessa que fez para se recuperar de uma enfermidade. Francisca, outra filha, casou-se com Johann Augustin. Depois dela havia um filho chamado Ludwig, que deve ter falecido na Europa.

Duas filhas de Anton Mühlbauer, chamadas Katharina e Barbara, se casaram com dois irmãos da família Hannusch, chamados Franz e Johann. A família Hannusch havia imigrado pelo mesmo navio que os Mühlbauer. Os dois casais se mudaram para Fragosos. Por fim, o filho Georg se casou com Maria Reinert.

Anton Mühlbauer, sua esposa Barbara e o filho Philipp aparecem entre os vários signatários da ata de lançamento da pedra fundamental da igreja católica de São Bento, em 1901. Anton faleceria dez anos depois, já morando no Mato Preto. Barbara Pfeffer viveu na companhia das filhas em Fragosos, onde faleceu apenas em 1932, com 93 anos. Velhinha, velhinha, como se observa na imagem abaixo, rodeada pelas filhas Katharina e Barbara.

Retreta da Banda Treml nos anos 80

O amigo Marcio Brosowsky, músico da Banda Treml, disponibilizou há algum tempo no Youtube a gravação de uma retreta feita em São Bento do Sul no final dos anos 80.  Desde os anos 40, as retretas acontecem no coreto da praça Getúlio Vargas entre os meses de janeiro e março. Brosowsky cita os músicos Otto Roesler Filho, Harald Bollmann, Bubi Grossl, Lauro Muhlbauer, Aldo Denk, João Galkowski, Herbert Fendrich e Fuhrmann entre aqueles que aparecem no vídeo e que já são falecidos.

As primeiras parteiras de São Bento do Sul

Você já teve curiosidade em saber como vieram mundo os primeiros são-bentenses? Eles, naturalmente, não dispunham do mesmo conforto que temos hoje. O atendimento médico se resumia ao Dr. Felippe Maria Wolff, que só se instalou em São Bento alguns anos depois que a colônia já havia sido fundada – antes disso, fazia apenas visitas regulares. Não é difícil imaginar que as mulheres grávidas não podiam depender da sua assistência quando sentiam as dores do parto. Logo, quem entrava em cena eram as parteiras.
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A história acabou deixando à margem essas personagens, e hoje pouco sabemos a respeito do trabalho das primeiras parteiras de São Bento. Descobri por acaso o nome de algumas delas, mencionadas por um escrivão mais detalhista, no ano de 1879 – mesmo assim, normalmente a identificação era imprecisa (“a mulher do colono Henrique”, por exemplo). De tudo que foi possível descobrir, as seguintes mulheres atuaram pelo menos uma vez como parteira nos primórdios de São Bento:
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Franziska Schmidt (ou, “a mulher do Gschwendtner”), Marianna Faralich, Anna Hanisch (Hanusch?), Carolina Lemann, Guilhermina Engel, Anna Leck, Barbara Grossl, Anna Tauscheck, Maria Mühlbauer, a mulher do Schabniefska, a mulher do colono Henrique, a mulher do Jantsch, a mulher Bäcker, e mais alguns nomes ilegíveis.
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Dessas, as primeiras aparecem em mais de um registro, fazendo acreditar que realmente atuavam como parteiras na região. Era um trabalho que possivelmente exigia caminhadas longas, às vezes noturnas, e no qual não contavam com muitos materiais de auxílio. É possível imaginar as dificuldades de um parto realizado de madrugada, com pouca iluminação na casa.
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Provavelmente, essas parteiras passavam por muitas situações de incerteza e insegurança – elas estavam sujeitas a vários riscos, pois muitas crianças e mulheres morriam durante o parto. Por outro lado, deviam ser mulheres de notável sensibilidade e sabedoria. É possível que fizessem uso de práticas populares, como uso de plantas medicinais e simpatias. Certamente faziam uso da oração, como forma de garantir que o parto acontecesse sem maiores problemas.
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E, pelas mãos dessas mulheres, nasceram gerações de são-bentenses.

Sobrenomes Mais Comuns em SBS

Resolvi contar na lista telefônica os sobrenomes com maior quantidade de números em São Bento do Sul. O objetivo era ter uma ideia dos sobrenomes estrangeiros mais comuns na cidade. Consultei as edições do Rotary de 2000, 2003 e 2005 (infelizmente não tive acesso à de 2008). Os resultados foram bastante semelhantes nas três edições, apenas com ligeira troca de posições de ano para ano. Naturalmente, esse não é um trabalho científico, e seus resultados não podem ser levados tão a sério – embora possam ser bons indicativos.

Segundo a lista telefônica de 2005, os sobrenomes mais comuns em São Bento são:

2005

1. Pscheidt 86

2. Becker/Beckert 82

3. Weiss 73

4. Bail/Bayerl e variações 70

5. Linzmeyer e variações 68

6. Liebl e Rank 64

8. Grossl 53

9. Rudnick 52

10. Schröder 45

11. Krüger 44

12. Dums 42

13. Mühlbauer 41

14. Fendrich, Gruber e Neumann 40

Isso significa que a família Pscheidt é a que mais possui telefone em São Bento. E que, provavelmente, tem tudo para ser o sobrenome com maior número de portadores na cidade. Tal predomínio se justifica: o imigrante Wenzel Pscheidt, quando veio ao Brasil em 1876, trouxe consigo 11 filhos. Destes, 7 eram homens – ou seja, levaram adiante o sobrenome Pscheidt. Cada um desses 7 também teve uma quantidade considerável de filhos, e boa parte deles também homens. Com isso, o sobrenome, que já era bastante comum no início, se tornou ainda mais popular e se espalhou pela região.

Os Pscheidt já lideravam a lista telefônica na edição anterior, de 2003, que apresentou a seguinte frequência de sobrenomes na cidade:

2003

1. Pscheidt 94

2. Becker/Becker 75

3. Bail/Bayerl e variações 70

4. Linzmeyer e Rank 67

6. Weiss 65

7. Liebl 64

8. Grossl 63

9. Rudnick 50

10. Schröder

11. Grosskopf 43

12. Fendrich e Krüger 41

14. Gruber 40

15. Mühlbauer e Neumann 39

Não houve alteração de sobrenome entre os 10 primeiros, apenas em suas posições. É possível ver que, entre 2003 e 2005, a família Pscheidt se desfez de alguns telefones. A família Becker, por sua vez, resolveu adquirir vários (talvez na ânsia de assumir a primeira posição). Ao contrário da família Pscheidt, não é possível dizer que os Becker venham de um único tronco familiar (a própria diferença entre Becker e Beckert é mostra disso).

Houve a família do imigrante Anton Beckert, que veio a São Bento, mas também houve ramos que vieram depois, de Joinville, para a cidade. Apenas um trabalho genealógico mais apurado vai poder identificar em que medida se trata de uma mesma família.

A lista telefônica do ano 2000, mais antiga a ser consultada, mantinha os Pscheidt na liderança. Na ocasião, os Becker ainda estavam na terceira colocação:

2000

1. Pscheidt 62

2. Bail/Bayerl e variações 55

3. Becker/Beckert 52

4. Grossl 48

5. Rank 44

6. Weiss 42

7. Rudnick 36

8. Fendrich e Schröder 34

10. Linzmayer e variações 32

11. Liebl 30

12. Gruber e Neumann 29

14. Dums 26

15. Grosskopf 25

Os resultados das três listas mostram a franca decadência do telefone nas residências dos Bayerl. Em 2000, era a segunda família mais citada. Em 2003, a terceira. Em 2005, a quarta. A família Bayerl e a sua meia dúzia de variações, também ao contrário dos Pscheidt, não representa a mesma família. Foram ao menos seis as famílias Bayerl que imigraram para São Bento do Sul na década de 1870. A grande quantidade de famílias portando o sobrenome ajuda a explicar a sua frequência. Se elas têm uma origem em comum, ela acontece apenas lá na Europa, o que hoje ainda é impossível descobrir.

Gostaria de citar também que, no ano 2000, os Fendrich apareceram entre os 10 primeiros, e depois nunca mais. Há uma explicação: já faz algum tempo que só nascem mulheres na família.

Meus Ancestrais: Família Roesler

I. FRANZ RÖSSLER, agricultor e carreteiro em Reichnau #11, na Boêmia. Foi casado com Klara Preissler, filha de Augustin Preissler, dono de um moinho, de Reichnau #1[1]. Faleceram antes de 1860, e tiveram:

II. FRANZ RÖSSLER, agricultor e carreteiro em Reichnau #11. Nasceu em Reichnau #12 e se casou com Antonia Lang, nascida em Pelkowitz #40, filha de Josef Lang, agricultor e carreteiro em Pelkowitz, e sua esposa Barbara Wawrich, a qual era filha do agricultor Josef Wawrich, também de Pelkowitz. Tiveram, entre seus filhos:

III. JOHANN RÖSSLER, nascido em Reichnau, na Boêmia, no dia 14.04.1860. Imigrou ao Brasil solteiro, em 1876, a bordo do Vapor Vandalia, em meio a outros imigrantes que teriam sido atraídos para São Bento do Sul pela propaganda de Franz Röhbacher, imigrante contratado pela Direção da Colônia (VASCONCELLOS, 1991). Durante a travessia do oceano, teria conhecido sua esposa Amalie Preussler, filha de Bernardo Preussler e Maria Anna Jäger.  Com ela, oficializou sua união em São Bento do Sul no dia 21.03.1882. Adquiriu dois lotes de 30 alqueires na Estrada dos Bugres (id). Naturalizou-se brasileiro em 1884. Sua esposa Amalie faleceu em 23.09.1893, vítima de tísica. No começo de 1895, Johann Rössler contraiu segundas núpcias com Franziska Mühlbauer, viúva de Anton Augustin. Johann faleceu no dia 03.10.1905, quando fazia a derrubada da mata e um pé de bracatinga caiu sobre ele, matando-o instantaneamente. Está sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul.  Teve de sua primeira esposa, entre outros:

IV. ANNA ROESLER, lavradora, doméstica e doceira de prestígio na região de São Bento do Sul, sempre solicitada para auxiliar em festas, casamentos e eventos comunitários. Nasceu no dia 03.04.1891, em São Bento do Sul, e se casou em 23.09.1908 com o sapateiro Frederico Fendrich, filho de Friedrich Fendrich, o professor, e Catharina Zipperer. Faleceu no dia 14.06.1968, já há muito em estado de viúva, sendo sepultada no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, no mesmo túmulo de seu esposo e sogro. Recebeu, em sua homenagem, o nome de uma rua no Bairro Colonial. A descendência segue no título FENDRICH.

 [Para reprodução do conteúdo, solicita-se a citação das fontes]


[1] As informações referentes aos ancestrais de Johann Rössler constam em seu registro de batismo, cuja fotografia nos foi fornecida por Marcelo Luiz Bork Roesler.

Família Mühlbauer

(quem tiver correções ou acréscimos, deixe seu email nos comentários)

Foram duas as famílias Mühlbauer que vieram para São Bento com grande descendência, sendo que houve ainda algumas famílias menores. Uma dessas grandes famílias era da Bavária e a outra da Boêmia, mais precisamente de Flecken, aldeia natal de tantas outras famílias que para cá vieram. Começamos com os Mühlbauer bávaros:

1. Mathias Mühlbauer, que casou com Klara, eram proprietários em Schwarzenberg, e foram pais do imigrante:

1.1 Anton Mühlbauer, sobre o qual não foi encontrado registro de batismo nos arquivos de Eschelkam, na Bavária, sendo portanto a sua origem um mistério, devendo ser natural de outra paróquia. Conforme o registro de navio que temos através do livro de Böbel, era pedreiro e nasceu por volta de 1834. Com a família, imigrou para o Brasil em 1877 a bordo do Navio Rio. Casou-se em Eschelkam no dia 03.10.1868 com Barbara Pfeffer, a qual nasceu em 09.12.1838 às 11h e foi batizada no mesmo dia, tendo por madrinha Barbara, que morava em Kleinagn, e que segundo nos foi possível apurar com a ajuda de pesquisadores bávaros, era fª de Georg Pfeffer e Anna Singer, neta de Josef Pfeffer e Anna Hastreiter, bisneta de Josef Pfeffer e Anna Maria Laurer, trineta de Peter Pfeffer e Margareth Hauser, a qual era fª de Georg e Barbara Hauser, tetraneta de Wolgang e Walburga Pfeffer, pentaneta de Andreas e Anna Pfeffer, e cremos ainda hexaneta de outro Andreas Pfeffer. Pelos registros de batismos dos filhos, sabe-se que Anton estava em 1859 em Schwarzenberg, 1869 em Kleinagn, 1872 em Grossaign e 1873 em Ritzenried. Em 1877 estava em São Bento, onde faleceu em 02.11.1911. Pais de:

1.1.1 Theresia Mühlbauer, que nasceu antes dos pais se casarem, no dia 01.11.1859 em Eschelkam, sendo batizada no dia seguinte, tendo por madrinha Theresia Schwarz, solteira e proprietária em Kleinagn. Imigrando para o Brasil, casou-se em São Bento do Sul no dia 20.09.1881 com Anton Fürst, filho natural de Anna Fürst, natural de Hammern, na Boêmia. Theresia faleceu em 27.03.1939, aos 79 anos. O casal morava na Estrada das Neves e teve ao menos:

1.1.1.1 Bárbara Fürst, nascida em 10.02.1883 e batizada em 09.04.1883, sendo padrinhos José Linzmayer e Bárbara Linzmeyer. Teve:

1.1.1.1.1 Maria, que faleceu com 1 ano e 10 meses no dia 25.10.1910.

1.1.1.2 José Fürst, nascido em 04.04.1884 e batizado no dia 20.04.1884, tendo como padrinhos José Linzmeyer e sua esposa Bárbara Linzmeyer.

1.1.2 Philipp Mühlbauer, nascido em Kleinagn e batizado em Eschelkam. Não foi encontrado seu registro de batismo, mas provavelmente também nasceu antes do casamento de seus pais. Casou-se em São Bento do Sul aos 24 anos no dia 19.10.1889 com Rosalia Kellnner, nascida em “Seigenhof”, e batizada em Eschelkam, filha de Josef Kellner e Barbara Kerscher, por essa neta de Wolfang Kerscher e Barbara Seltner. Como testemunhas, serviram Gaspar Liebl e Ignatz Fischer. Lá por volta de 1900, Phillip pegou tifo e sua situação era preocupante, restando pouca chance de salvação. No entanto, a sua esposa e filhos passaram a orar muito para Deus a fim de que Philippe pudesse sair dessa com vida. Mostrando grande fé, prometeram que caso ele se recuperasse, construiriam uma capela para louvar a Deus. Aos poucos, Philipp foi melhorando. Algum tempo depois, ele conseguiu voltar a trabalhar. Cumprindo a promessa, a família construiu a Capela, que foi inaugurada em 1902 e atendeu a muitos dos moradores da redondeza. Como patrono da igrejinha, a população achou por bem colocar “São Felipe”, pois fora o Philipp Muehlbauer que motivou e liderou a construção da Capela em Banhados I, na atural Rua Conrado Liebl. Philipp faleceu no dia 02.11.1926, com 63 anos. Pais de:

1.1.2.1 João Mühlbauer, casado em São Bento do Sul no dia 15.05.1916 com Margarida Müller, filha de Carlos e Mathilde Müller, com quem teve ao menos:

1.1.2.1.1 João Mühlbauer, casado.
1.1.2.1.2 Ervino Mühlbauer, casado com Renata.
1.1.2.1.3 Ewaldo Mühlbauer, casado com Maria.
1.1.2.1.4 Carlos Mühlbauer, que ainda vive em 2008.
1.1.2.1.5 Willy Mühlbauer
1.1.2.1.6 Maria Mühlbauer, casada com Erico Bail.
1.1.2.1.7 Elly Mühlbauer, casada com Erhardt Weiss.
1.1.2.1.8 Regina Mühlbauer, casada.
1.1.2.1.9 Odete Mühlbauer, casada.
1.1.2.1.10 Iracema Mühlbauer, casada.
1.1.2.1.11 Cristina Mühlbauer, casada.
1.1.2.1.12 Frida Mühlbauer, casada com Erhardt Pauli.

1.1.2.2 Felipe Mühlbauer, que se tornou padre.
1.1.2.3 Francisco Mühlbauer
1.1.2.4 José Mühlbauer, casado com Francisca, e pais de:

1.1.2.4.1 Leonardo Mühlbauer, casado com Wally.

1.1.3 Franziska Mühlbauer, nascida em Kleinagn e batizada Eschelkam no dia 06.05.1868, tendo por madrinha Katharina Pfeffer. Casou-se em São Bento do Sul no dia 23.06.1888 com Johann Augustin, nascido e batizado em Santa Katharina, na Boêmia, e que contava com 26 anos na ocasião, filho de outro Johann Augustin e Theresia Altmann. Pais de ao menos:

1.1.3.1 João Augustin, falecido no dia 21.06.1947, com 53 anos. Casou-se com Francisca Liebl.
1.1.3.2 Carlos Augustin, que faleceu com 5 dias em 11.12.1902, sendo sepultado na sede de São Bento do Sul.
1.1.3.3 Antônio Augustin, que faleceu com 6,5 anos no dia 06.02.1914, na Estrada das Neves.

1.1.4 Ludwig Mühlbauer, que teria nascido em 23.07.1869, às 19h30, e batizado no dia seguinte, tendo por padrinho Ludwig, solteiro, morador de Kleinagn. Como não imigrou, supõe-se que tenha falecido pequeno.

1.1.5 Katharina Mühlbauer, nascida em 14.06.1870 às 19h30 e batizada em seguida, sendo madrinha Katharina Vogl, moradora de Kleinagn. Casou-se aos 22 anos no dia 09.01.1892 com Franz Hannusch, natural de Osseg, na Boêmia, filho de Wenzel Hannusch e Anna Trojan, por essa neto de Anton Trojan e Elisabeth Tausch. Serviram de testemunhas Anton Fürst e Philippe Mühlbauer. Franz faleceu no dia 15.07.1921, aos 55 anos, vítima de influenza. Tiveram ao menos:

1.1.5.1 Francisco Hannusch, nascido em 09.07.1896 e batizado em Bechelbron no dia 26.07.1896, sendo madrinha Barbara Mühlbauer.
1.1.5.2 João Hannusch Sobrinho.
1.1.5.3 Rosália Hannusch, que faleceu com 2 meses no dia 19.12.1905, em Mato Preto, sendo sepultada na sede de São Bento do Sul.

1.1.6 Barbara Mühlbauer, nascida em 29.09.1872 às 16h30, tendo por madrinha Magdalena. Faleceu em Fragosos, onde está sepultada, nno dia 02.07.1943. Se casou no dia 21.12.1895 com Johann Hannusch, filho de Wenzel Hannusch e Anna Trojan, por essa neto de Anton Trojan e Elisabeth Tausch. Como testemunhas, assinaram Anton Fürst e Philipp Mühlbauer. Tiveram ao menos:

1.1.6.1 Francisco Hannusch, batizado na Capela de Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos, em Lençol, no dia 15.03.1896, tendo como padrinhos seus tios Franz Hannusch e Catharina Mühlbauer.
1.1.6.2 João Hannusch Filho, que nasceu no dia 26.04.1898 e falecido em 22.07.1983, solteiro. Sepultado em Fragosos.
1.1.5.3 Catharina Hannusch, nascida em 26.02.1900 e falecida em 20.11.1982, sendo sepultada em Fragosos. Casou-se com Antônio Basílio da Rocha, e teve:

1.1.6.3.1 Alzira da Rocha
1.1.6.3.2 Lucila da Rocha
1.1.6.3.3 Olinda da Rocha

1.1.6.4 André Hannusch, casado com Sebastiana, e pais de:

1.1.6.4.1 Darci Hannusch

1.1.6.5 Luiz Hannusch, casado com Eloína, com quem teve:

1.1.6.5.1 Jovino Hannusch

1.1.6.6 um filho que faleceu com 5 anos em 1910.
1.1.6.7 Rozina Hannusch, nascida no dia 07.01.1909 e falecida em Fragosos no dia 16.04.1980, sendo sepultada no Cemitério de Fragosos. Casou-se com Luiz Thomé Fragoso, descendente da tradicional família que primeiro ocupou aquela região, filho de Saturnino Fragoso de Oliveira e Joaquina Fragoso Cavalheiro, neto paterno de Generoso Fragoso de Oliveira e Leopoldina Maria de Almeida, e neto materno de Felippe Soares Fragoso e Flora Lina Cavalheira. Pais de:

1.1.6.7.1 Cristina Fragoso, casada com Narciso Ferreira da Silva.
1.1.6.7.2 Adelina Fragoso, casada com Livarte Cordeiro de Meira.
1.1.6.7.3 Carlos Fragoso, casado com Maria Diva Gonçalves.
1.1.6.7.4 Bernardo Fragoso, casado com Benedita de Mello.
1.1.6.7.5 Otília Fragoso, nascida em Fragosos no dia 31.07.1943, casado com Luiz da Silva, nascido em Piên no dia 04.01.1928 e falecido em Fragosos no dia 05.09.2007.

1.1.6.8 Lina Hannusch, falecida com 2 anos no dia 11.08.1914.

1.1.7 Georg Mühlbauer, nascido em 05.12.1873 às 23h e batizado no dia seguinte, tendo como padrinho Georg Rank, proprietário. Faleceu em São Bento do Sul no dia 19.11.1949, aos 75 anos.

63. Barbara Pfeffer (1838-)

Minha tetravó Barbara Pfeffer nasceu em Kleinagn, na Bavária, às 11h do dia 09.12.1838, filha de Georg Pfeffer e Anna Singer, sendo madrinha uma Magdalena. Casou-se em 03.10.1868 com Anton Mühlbauer, com quem imigrou ao Brasil em 1877 e com quem teve os seguintes filhos: Theresia Mühlbauer, casada com Anton Fürst; Philipp Mühlbauer, casado com Rosalia Kellner; Franziska Mühlbauer, casada com Johann Augustin; Ludwig Mühlbauer, que não aparece na lista de passageiros, mas cujo registro de batismo foi encontrado na Bavária; Catharina Mühlbauer, casada com Franz Hannusch; e minha trisavó Barbara Mühlbauer, casada com Johann Hannusch. Como se vê pela foto ao lado, Barbara faleceu com avançada idade, mas ainda não sabemos precisar em que ano. Cremos que foi depois de 1920.

62. Anton Mühlbauer (1833-1911)

Meu tetravô Anton Mühlbauer nasceu por volta de 1834. Sua aldeia natal ainda é um mistério. Sabe-se que esteve em várias aldeias da Bavária, mas não existe registro de batismo nos arquivos de Eschlkam entre 1831-1837. Supõe-se então que tenha nascido em outra Paróquia. Não descartamos a possiblidade de ser do outro lado da fronteira, ou seja, da Boêmia. De Flecken imigrou a família de um Michael Mühlbauer, mas ainda não encontramos relação com Anton Mühlbauer. Filho de Mathias e Klara Mühlbauer, Anton se casou em Eschlkam no dia 03.10.1868 com Barbara Pfeffer. O casal, antes de se casar, já havia tido dois filhos. Eis a cópia do seu registro, conforme fotografia que nos foi passada pelo alemão Franz Mühlbauer:
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O registro diz o seguinte:
(coluna esquerda) eodem
(coluna do meio) Zum hl. Sakr. Anton Muehlbauer, des Mathias der Klara Muehlbauer Inwohner v. Schwarzenberg … Sohn mit Barbara Pfeffer, des Georg Pfeffer Häusler von Kleinaign …
(coluna da direita)… 29st Sept
(coluna da esquerda): Eodem (é uma palavra em latim que quer dizer “o mesmo”, ou seja: mais um casamento no dia 03.10.1868)
(coluna do meio) Pelo sagrado sacramento Anton Muehlbaer, de Mathias e Klara Muehlbauer, locatário em Schwarzenberg… e Barbara Pfeffer, de Georg Pfeffer, dono de cabana/chalé em Kleinagn.
(coluna da direita) 29 de setembro
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O padre não escreveu sentenças inteiras, omitindo algumas palavras, talvez por estar cansado de repetir as mesmas palavras o tempo todo em todos os registros.
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Eschlkam, onde Anton Mühlbauer se casou, e onde eram feitos todos os registros de aldeias próximas

Pelos registro de batismos dos filhos de Anton, que também nos foram passados por Franz Mühlbauer, sabemos que ele esteve em outras aldeias bem próximas umas das outras, e que foram, a saber:
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Schwarzenberg, onde esteve em 1859. De lá também imigraria em 1877.

Kleinagn, onde esteve por volta de 1869 e 1870, já depois de casado

Grossaign, onde esteve por volta de 1872, e onde teria nascido minha trisavó Barbara Mühlbauer

Ritzenried, onde a família de Anton Mühlbauer esteve por volta de 1873

Em 1877, Anton e sua esposa Barbara decidem imigrar ao Brasil. E o fazem através do Navio Rio, que saiu do porto de Hamburgo no dia 20.03.1877 e chegou em São Francisco do Sul em 22.04.1877. Ainda não está claro o lugar em que a família passou a morar, visto que duas das filhas de Anton tem descendência em Fragosos, enquanto que um dos filhos morava em Serra Alta. Em 1900 Anton aparece na lista de signatários da ata de levantamento da nova Igreja Matriz de São Bento do Sul. Anton Mühlbauer faleceu no dia 02.12.1911, e segundo esse registro contava então com 78 anos e 10 meses.

21. Ida Bertha Labenz (1874-1934)

Minha trisavó Ida Bertha Labenz nasceu no dia 03.11.1874, na região de Eichstaedt, na Prússia, hoje território pertencente à Polônia. Imigrou para o Brasil em 1876 a bordo do Navio Bahia, junto com seus pais e a até então única irmã.

Casou-se com Karl Giese em 25.10.1891 e teve os seguintes filhos: Luiza Giese, casada com Carlos Blödorn; Adolfo Giese, casado com Marta Zellner; Rodolfo Giese, casado com Catharina Bail; Paulo Giese, casado com Anna Mühlbauer; Ernesto Giese, casado com Francisca Hinz, e Frederico Guilherme Giese, casado com Maria Bechler; e Ewaldo Giese, que faleceu com 1 ano de idade.

Conforme pode-se apurar de registros da igreja protestante de São Bento, Ida Bertha Labenz foi uma das madrinhas de Emil Otto Witt, batizado em 25.05.1890. Era filho de Albert Witt e Wilhelmine Witt. Isso pode denotar algum parentesco, já que a mãe de Ida também era Witt (inclusive, também era Wilhelmine, mas não se trata da mesma). Ida também foi madrinha de Auguste Emma Slopianka, batizada no dia 24.03.1891, filha de Johann Slopianka e Pauline Leffke. Essa família era de Rohmanen, também na Prússia.

Ida Bertha Labenz faleceu em São Bento do Sul em 03.10.1934. Eis o anúncio de seu falecimento conforme um jornal alemão da época.

Família Pfeffer

A senhora do meio é Barbara Pfeffer, casada com Anton Mühlbauer. A seu lado, suas filhas Catharina Mühlbauer, casada com Franz Hannusch, e Barbara Mühlbauer, casada com Johann Hannusch. Eram duas irmãs casadas com dois irmãos. Moravam na região de Fragosos, interior de Campo Alegre. Barbara veio com esposo e filhos ao Brasil em 1877.
Família Pfeffer
Andreas Pfeffer, que teria nascido por volta de 1580 em Stachesried, na Bavária. Pai de:

1. Andreas Pfeffer, nascido por volta de 1620 em Kleinagn. Teria se casado em 1645 com Anna. Tiveram:

1.1 Wolfgang Pfeffer, batizado em 01.01.1651 em Eschlkam. Seu padrinho foi Wolfgang Schwarz, fazendeiro em Schachten. Faleceu em 07.06.1709, também em Eschlkam. Casou-se com Walburga. Há dados que afirmam que ela faleceu em 1700 e um outro diz 24.01.1728. Era dona de casa. Wolfgang foi agricultor. Tiveram, entre outros:

1.1.1 Peter Pfeffer, nascido em 19.03.1689, provavelmente em Kleinagn, tendo como padrinho Peter Pongraz, fazendeiro em Grossaign. Faleceu em 27.10.1740 em Kleinagn. Era carpinteiro e também dono de uma taverna. Casou-se com Margareth Hauser, batizada em 23.07.1688, falecida em Kleinagn a 18.08.1756. Sua madrinha foi Margaretha Hartl, esposa de fazendeiro em Warzenried. Margarethe era filha do carpinteiro Georg Hauser e sua esposa Barbara. Peter e Margarethe se casaram em 04.03.1715, tendo como testemunhas Wolf Fenzel e Wolf Hauser. Pais de, entre outros:

1.1.1.1 Josef Pfeffer, nascido em 03.12.1727. Seu padrinho eram Adam Stoiber, ferreiro em Kleinagn. Teria se casado com Anna Hoffmann. Casado com Anna Maria Laurer em 22.11.1751. Em 20.06.1763, já viúvo, casa-se com Anna Hezenbauer, filha de Johann e Dorothea Hezenbauer. Josef Pfeffer também cuidava da taverna. Com Anna Maria Laurer, teve, entre outros:

1.1.1.1.1 Josef Pfeffer, que se casou em 22.11.1790 com Anna Hastreiter. Com ela teve ao menos:

1.1.1.1.1.1 Georg Pfeffer, nascido em Kleinagn nº 16 no dia 11.11.1802. Casou-se em 11.06.1832 com Anna Singer, nascida em Kleinagn nº 17 em 24.05.1810. Entre seus filhos, tiveram:

1.1.1.1.1.1.1 Barbara Pfeffer, nascida em Kleinagn a 09.12.1838. Casou-se com o pedreiro Anton Mühlbauer, filho de Mathias e Klara Mühlbauer, no dia 03.10.1868. Com o esposo e filhos, imigraram para São Bento do Sul no ano de 1877 pelo navio Rio. Seu esposo Anton faleceu em São Bento do Sul a 02.12.1911. Barbara faleceu depois, com avançada idade.