Famílias da Boêmia e suas aldeias de origem

Abaixo, seguem o nome de aldeias da Boêmia e os respectivos sobrenomes de famílias que de lá imigraram ao Brasil pelo porto de São Francisco do Sul.

A maioria se estabeleceu em São Bento do Sul/SC, mas outras tomaram destinos diversos, inclusive indo para o Rio Grande do Sul.

Há sobrenomes que aparecem em várias aldeias. Sugiro pesquisar um sobrenome usando Ctrl + F.

Há famílias que ainda não tiveram a sua aldeia identificada.

Se estiver interessado em uma informação ou pesquisa específica sobre alguma dessas famílias, entre em contato.

ALBERSDORF: Baumrucker, Böhm

ALBRECHTSDORF: Endler, Fischer, Paulata, Rössler, Simm, Swarowsky, Zimmermann

ARNAU: Havel, Kapp, Scholz

ARNSDORF (há mais de uma): Jankel, Raschel, Schlögl (Schlegl)

AUSSIG: Malik

BÄRNSDORF: Ritter

BAUSCHOWITZ (há mais de uma): Laube

BAUTZEN: Schützel

BRAND (há mais de uma): Schwarz

BRUNN: Barnack

BUCHAU: Kolbe

BULLENDORF: Lammel

CHINITZ-TETTAU: Gruber, Knickel, Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

CHUDIWA: Gruber

DALLESCHITZ: Jappe

DESCHENITZ: Dietrich (Ditrich), Seidl (Seidel), Treml, Zierhut

DESSENDORF: Adamitschka, Fischer, Schwedler

DITTERSBACH: Altmann

DÖRRSTEIN: Rohrbacher

DUX: Grimm, Schneider, Walter

EGER: Bergler

EISENSTEIN: Gschwendtner, Maurer (Mauerer), Pilati, Schaffhausen, Stöberl (Stoeberl)

EISENSTRASS: Bachal (Bachel), Baierl, Böschl (Pöschl), Brandl, Brozka, Frisch, Fürst, Gregor, Grossl (Grassl), Kahlhofer, Konrad, Kuchler, Linzmeyer (Linzmayer), Marx, Neppel , Pflanzer, Schröder (Schroeder)

FALKENAU (há mais de uma): Tietzmann

FLECKEN: Baierl, Hübl (Hiebl), Hien, Kohlbeck, Kirschbauer, Kautnick (Koutnick), Maier (Mayer), Mühlbauer, Münch, Prechtl, Rank, Stascheck (Tascheck), Stueber (Stuiber, Stüber), Stöberl (Stoeberl), Treml, Zipperer

FREIHÖLS: Adlersflügel, Rosenscheck (Rosnischeck)

FREUDENBERG: Richter

FRIEDLAND IN BÖHMEN: Neumann, Scholz

FRIEDRICHSDORF: Prade

FRIEDRICHSWALD: Gärtner (Gaertner), Heinrich, Keil, Lammel, Müller, Schaurig (Schaurich), Streit, Weber

FUCHSBERG: Heinrich

GABLONZ: Brückner, Fink(e), Görnert, Grolop, Hatschbach, Hinke, Hübner, Kirschner (Kirchner), Kohl, Ludwig, Luke, Scholz, Seidl (Seidel), Strackel, Vorbach, Zenkner

GLASHÜTTEN: Aschenbrenner, Eckstein, Grosskopf, Seidl (Seidel), Weiss, Wotroba

GRÄNZENDORF: Bergmann, Hübner, Leubner, Patzelt, Rieger, Seibt, Tandler, Ullrich

GRAUPEN: Seifert (Seiffert)

GRÜNAU: Artner

GRÜNTHAL: Ludwig

GRÜNWALD: Bergmann, Fleischmann, Heidrich (Haidrich), Scholz, Wöhl (Woehl), Zappl (Zappe), Zeemann (Zemann)

GUTBRUNN: Kundlatsch

HAIDA: Hermann, Langhammer, Student

HAIDL AM AHORNBERG: Bayerl (Bail)

HAMMERN: Augustin, Buchinger (Puchinger), Dorner, Drechsler, Dums, Eckel, Ehrl (Erl), Fürst, Grossl, Jungbeck, Kahlhofer (Kohlhofer), Kollross, Liebl, Linzmeyer (Linzmayer), Muckenschnabel, Oberhofer, Pscheidt, Rorhbacher, Rückl, Schreiner, Stiegler, Stöberl (Stoeberl), Tauscher (Tanscher)

HARRACHSDORF: Seidl (Seidel)

HINTERHAUSER: Christoph (Christof)

JOHANNESBERG: Fischer, Gürtler, Jantsch, Kaulfuss, Nierig, Pilz, Posselt, Preussler, Reckziegel, Rösler (Rössler), Schöler, Schwedler , Worm

JOHANNESTAHL: Mai (May), Stark, Swarowsky, Thalowitz

JOSEFSTHAL: Dressler, Zimmermann

KALTENBRUNN: Gassner, Hübl (Hiebel), Schreiner

KARLSBERG: Posselt

KATHARIENBERG: Beckert

KLATTAU: Fleischmann, Mundel

KLETSCHEDING: Bauer

KOCHOWITZ: Hanush (Hannusch)

KOHLHEIM: Grosskopf, Kroll, Schürer

KOMOTAU: Schreiber

KUKAN: Kittel, Mensel, Simm

LABAU: Pfeiffer

LADOWITZ: Schneider

LANGENAU: Hüttel, Keil

LANGENBRÜCK (há mais de uma): Jung

LANGENDORF (há mais de uma): Glaeser, Rauch

LEWIN: Grossmann

LICHTNECK: Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

LIEBENAU: Preissler, Skolande, Watzke

LIEBORITZ: Anton, Hübsch

LIPTITZ: Bobel (Bobl), Czernay

LOMNITZ BEI GITSCHIN: Fendrich

MAFFERSDORF: Bergmann, Hauser, Keil, Klinger, Lorenz, Maier (Mayer), Möller, Posselt, Schwarzbach, Wöhl (Woehl)

MARIA RADSCHITZ: Nacke (Nake, Nakl)

MARIASCHEIN: Kern

MARIENBERG: Altmann, Breisler, Endler, Fischer, Müller, Neumann, Niester, Poerner (Perner), Ringmuth, Simm, Urbanetz , Wolf (Wolff)

MARSCHOWITZ: Grossmann, Hatschbach, Pfeiffer

MAXDORF: Dressler, Elstner, Hoffmann, Jäckel  (Jäkel), Morch, Pilz, Prediger, Reckziegel, Schöler, Tandler, Tischer, Vater

MORCHENSTERN: Elstner, Endler, Engel, Feix, Fischer, Haupt, Hoffmann, John, Kaulfuss, Klinger, Köhler, Luke, Melich, Posselt, Reil, Rössler, Scheibler, Scheufler, Schier, Schöffel (Scheffel), Staffen (Steffen), Strauski, Ullmann, Ullrich, Wildner

MÜLLIK: Pauli

NEU PAULSDORF: König

NEUBIDSCHOW: Neumann, Schick

NEUDORF (há mais de uma): Bauer, Binder, Dobner, Dunzer, Hoffmann, Hüttl (Hütl), Mareth, Peyerl, Preissler, Schlögl , Schreiber, Schwarz, Warth, Weiss, Wolf (Wolff)

NEUERN: Augustin, Grosskopf, Pospischil, Schadeck, Tauscheck (Tauschek), Zierhut

NEUSORGE: Dittrich

NIEDER-GEORGENTHAL: Grohmann

OBERKREIBITZ: Bienert

OSSEGG: Liebsch

PELKOWITZ: Klamatsch, Lang, Seiboth (Saiboth), Sedlak , Stracke, Weiss

PETLARN: Bauer, Theinl

PILSEN: Morawka

PLÖSS: Hübl (Hiebl)

POLAUN: Bartel, Feix (Faix), Fischer, Haupt, Hinke, Langhammer, Neumann, Pachmann, Seidl (Seidel), Umann, Weinert

PRISCHOWITZ: Friedrich, Hossda, Lang, Rössler, Schier, Simm, Thomas

PULETSCHNEI: Schöffel (Scheffel), Wabersich

RADL: Kundlatsch (Rundlatsch), Seiboth

RATSCHENDORF: Kaulfersch, Rieger

REHBERG: Gruber, Pauckner, Raab

REICHENAU: Fink(e), Hoffmann, Jäger, Kraus(s), Kwitschal (Kwicala), Maschke, Milde, Peukert, Preissler, Preussler, Rössler (Roesler), Schwarzbach, Strnad (Sternardt), Stracke, Weiss, Wenzel

REICHENBERG: Beckert, Brokopf,  Fiebiger, Hartel, Hoffmann, Hübner, Killmann (Kilmann), Kluss, Mittelstedt, Purde, Riedel, Roscher, Stark, Thurm, Worrel (Warel)

RÖCHLITZ: Linke

ROSSHAUPT: Degelmann, Diener, Dobner, Dörfler, Fleischmann, Freiersleben, Friedel, Hoffmann, Körb, Krauss, Kreutzer, Magerl, Nosseck, Plomer, Prem, Randig, Rauch, Salfer, Stieg, Veith (Voith), Wagner

ROTHENBAUM: Bechler (Boechler), Rank, Wöllner

RÜCKERSDORF: Appelt, Maros (Meros)

SATTELBERG: Raab

SCHENKENHAHN: Friedrich

SCHLAN: Michel

SCHLUCKENAU: Otto

SCHÖNWALD (há mais de uma): Huf , Steiner

SCHUMBURG: Richter, Swarowsky

SILBERBERG: Bayerl

SONNENBERG: Hanel, Wand

SPITZBERG: Katzer, Kriesten, Schindler

STADTLER: Hoffmann, Müller, Schiessl, Uhlig (Uhlich), Uhlmann, Wolf (Wolff)

STEINSCHÖNAU: Richter, Ritschel

ST. KATHARINA: Augustin, Drechsler, Grossl, Hoffmann, Lobermeyer (Lobermayer), Maurer (Mauerer), Münch, Rank, Stuiber (Stüber)

SVAROV: Balatka

TACHAU: Wächter

TANNWALD: Brückner, Endler, Feix, Hillebrand, Horn, Nigrin, Schnabel, Schwarz, Seibt

TIEFENBACH: Tureck, Umann

ULLERSDORF: Köhler, Zeithammer

UNTERMARKTSCHLAG: Naderer

VOITSDORF: Schlinzig

WALDAU: Duffeck

WEGSTÄDTL: Neumann

WEISSKIRCHEN: Hoffmann

WIESENTHAL: Dietrich (Ditrich), Fischer, Haupt, Hoffmann, Jantsch, Koliska, Krupka, Ludwig, Lung, Nowotny, Pfeiffer, Rössler, Scholz(e), Wöhl (Woehl), Zimmermann

WURZELSDORF: Hermann, Korbelar, Krause, Neumann, Schier

Retreta da Banda Treml nos anos 80

O amigo Marcio Brosowsky, músico da Banda Treml, disponibilizou há algum tempo no Youtube a gravação de uma retreta feita em São Bento do Sul no final dos anos 80.  Desde os anos 40, as retretas acontecem no coreto da praça Getúlio Vargas entre os meses de janeiro e março. Brosowsky cita os músicos Otto Roesler Filho, Harald Bollmann, Bubi Grossl, Lauro Muhlbauer, Aldo Denk, João Galkowski, Herbert Fendrich e Fuhrmann entre aqueles que aparecem no vídeo e que já são falecidos.

Theolinda Kobs e os seus 90 anos de vida

O texto abaixo foi feito pelo doutor Romeu Rössler Telma em homenagem ao aniversário de sua tia Theolinda Kobs, nascida Roesler, por ocasião do seu aniversário de 90 anos, comemorados em São Bento do Sul no dia 22.01.2012. Theolinda é a filha mais nova de Otto Roesler e Maria Treml, neta paterna dos imigrantes Johann Rössler e Amalia Preussler e neta materna dos também imigrantes Jacob Treml e Maria Böhm. Ainda em nossos dias Theolinda Kobs exerce seu trabalho na Sociedade Literária de São Bento. 

“GRÜSS DICH GOTT, LIEBE TANTE LINDA,
DEIN GEBURTSTAG IST HEUT!”

Romeu Rössler Telma

O título acima, extraído de uma saudação aos aniversariantes, não poderia ser mais apropriado para festejar os 90 ANOS DE VIDA da nossa querida TANTE LINDA – Theolinda (Roesler) Kobs. Consegui resgatar algumas fotos de tempos passados, em que ela aparece no esplendor de sua juventude.

De alguma maneira, ela preserva o espírito jovem até os dias de hoje, em que a vemos andando sozinha pela cidade, seja em direção a afazeres diários de compras e contatos, seja em direção à Sociedade Literária São Bento – onde ainda exerce sua atividade de curadora do acervo bibliográfico lá preservado.

O que podemos destacar da personalidade da Tante Linda?

Em primeiro lugar, seu despreendimento e prontidão para ajudar, contribuir, somar.

Em segundo lugar, seu bom humor constante com o qual contagia quem a encontra ou com ela passa a conversar. Ela tem assuntos vários, e com base tanto na sua experiência de vida quanto nas suas leituras, e sempre é uma interlocutora inteligente, rápida no raciocínio e espirituosa nas observações.

Deve-se, também, salientar sua atitude pessoal simples, objetiva, cordial, com o que angariou inúmeras amizades ao longo de sua trajetória de vida, e assim permanece na lembrança dos que a conhecem. Talvez seja esta a sua maior qualidade, a de fazer-se presente sem chamar a atenção sobre si, mas sempre disposta a opinar e observar.

Para ilustrar um pouco esta singela homenagem que lhe faço, tanto em meu nome quanto no de todos os nossos parentes e amigos que a conheceram, decidi publicar algumas fotos do meu acervo, sendo que na primeira, acima, vemo-la em meio à natureza, com a característica “sombrinha” que as moças de pele alva e rosada usavam para proteger-se do sol, e acompanhada do famoso “Myko” – o cão da casa de Otto Rösler – seu pai e nosso avô.

Já na segunda, abaixo, está ela em frente à casa de sua irmã Alice Telma – com quem tinha uma afinidade toda especial – e diante da varanda da mesma, observando seu sobrinho que ora resgata este momento. Afinal, o que é a vida senão uma sucessão de eventos, milhões deles, mas sempre momentos e eventos que se sucedem. No caso da Tante Linda, há exatos 90 anos.

Esta blusa que ela está usando era de cor verde, e os desenhos sobre um fundo branco eram sempre um atrativo para mim, quando ela vinha nos visitar – e o fazia com freqüência, contando de suas viagens a “Hansa”, a “Cupim” no Paraná onde vivia o “Onkel Raimund” e ela ia visitar a Dolores… e para provar o vestido de noiva que a nossa mãe Alice Telma estava confeccionando.

A última foto apresenta as três irmãs mais próximas entre si, sendo da direita para a esquerda a Hilda, a Alice e a Theolinda. As irmãs mais velhas, Marichen e Emma já estavam em outra etapa de suas vidas.

A amizade fraterna entre as irmãs era uma característica da família Rösler, sendo que havia um intenso contato entre todas elas. Obviamente que, pela proximidade da idade entre as irmãs Alice e Theolinda – apenas dois anos de diferença – fazia com que elas estivessem em constante ligação. Tanto é ainda hoje, em quase todas as comemorações da família Telma, ela é convidada de honra, e muito apreciamos quando ela pode participar.

Finalizando, gostaria de destacar que, como testemunha viva da transposição dos imigrantes de origem centro-européia, ela preserva a língua alemã de forma muito efetiva, representa um dos destinos que couberam aos oriundos do Boehmerwald, do Reichenberg, de Gablonz e de tantas outras regiões tanto do Império Austríaco quando do Império Alemão. O outro destino dos nossos parentes distantes foi ainda mais difícil, pois foram expulsos de suas casas e terras após a segunda guerra mundial. Mas, sobre isso, vamos escrever em outra ocasião e em outro espaço. Que Deus abençoe a Tante Linda. Feliz Aniversário de 90 Anos!

Uma avó na Europa

Agora que a história antiga da família Roesler tem sido desvendada, é possível chegar a algumas curiosas constatações sobre a vida de seus personagens. O imigrante Johann Rössler, ancestral de todos com esses sobrenome em São Bento, veio ao Brasil em 1876 na companhia da irmã Juliana, já casada e com filhos.  Eram filhos de Franz Rössler, falecido ainda em 1869, e de Antonia Lang, que, naquele ano, completava o seu 49º aniversário. Ficou a mãe na Europa, e com ela alguns outros filhos. A imigração, na prática, significava o seguinte: eles não tornariam a ver a sua mãe de novo.

De alguma forma, no entanto, escreviam cartas para ela. Isso é possível imaginar quando, num registro de 1895, Johann Rössler afirma que sua mãe ainda vivia na Boêmia. Ele não teria essa informação caso não tivesse trocado algum tipo de correspondência com seus familiares europeus. Da Boêmia, Antonia Lang deve ter ficado sabendo do casamento de Johann com Amalie Preussler, e todos os filhos que tiveram. Também deve ter sido avisada do falecimento de Amalie e do novo casamento, com Franziska Auguste Mühlbauer, justamente em 1895.

Em outubro de 1905, aconteceu o acidente que vitimou fatalmente Johann Rössler, após a queda de uma árvore de bracatinga sobre si. E sua mãe Antonia ainda vivia na Europa. Um dos filhos de Johann, provavelmente Otto, deve ter se encarregado de dar a triste notícia para a avó – uma avó que ele nunca chegou a conhecer pessoalmente, pois nunca foi para a Boêmia.

Uma informação familiar, já quase perdida, dava conta justamente de que Otto se correspondia com parentes na Europa. Ali devia estar a avó, que veio a falecer apenas em 1913, aos 86 anos de idade, dos quais apenas 16 foram na companhia do filho Johann. Ela nunca chegou a conhecer os seus netos, e menos ainda os seus bisnetos – pois chegou a ter uns enquanto vivia. Todos permaneciam no distante Brasil, enquanto ela não saíra da Boêmia.

Novos ancestrais da família Roesler de SBS

As novas possibilidades de pesquisa no Family Search, que citei ontem, permitiram que eu descobrisse hoje mais ancestrais da família Roesler de São Bento do Sul, da qual também sou descendente através da minha bisavó Anna Roesler, filha do imigrante Johann Rössler.

Até então, sabia pelo batizado de Johann Rössler, em Reichenau no ano de 1860, que era filho de Franz Rössler e Antonia Lang, neto paterno de outro Franz Rössler e Klara Preissler, e neto materno de Josef Lang e Barbara Wawrich. Com os registros de Reichnau disponíveis, passei a procurar o casamento de Franz Rössler com Antonia Lang, mas, até agora, não obtive êxito.

Resolvi então recuar mais no tempo e procurar o casamento do primeiro Franz Rössler com Klara Preissler, que eu também sabia ser filha de  Augustin Preissler.  Encontrei um registro nessa página, datado de 31.01.1815, em que identifiquei unicamente o nome “Franz Rössler”, que tanto podia ser o nosso como podia ser homônimo.

Submeti o registro para avaliação de colegas nos grupos SC_Gen e Imigração Alemã, e recebi respostas esclarecedoras de Diego Pufal e do Dr. Lothar Wieser – aos quais agradeço mais uma vez. Ambos identificaram o que está escrito e, assim, descobri que se tratava justamente do casal que nos interessava.

O Dr. Lothar Wieser assim identificou o conteúdo do registro, que confere totalmente com aquilo que já sabíamos a respeito (e eu nem precisei dizer nome algum para ele), e ainda acrescenta novos ancestrais para os Rössler:

Franz Rößler Sohn des Joseph Rößler, Bauer (filho do Joseph Rößler, colono)
Klara Tochter des Augustin Preißler     (Klara filha do Augustin Preißler)
Müller und Bauer in Reichenau    (moleiro e colono em Reichenau)
Mutt. Barbara geb. Ullrich    (Mãe Barbara nasc. Ullrich)
.
Assim sendo, Joseph Rössler passa a ser o ancestral mais antigo que se tem conhecimento dos Roesler de São Bento. Ele foi o pai de Franz, casado em 1815 com Klara Preissler, avô do outro Franz, casado com Antonia Lang, e bisavô do imigrante Johann Rössler, que veio dar as caras no Brasil em 1876.
.
Infelizmente o registro não aponta a mãe. Diz, apesar disso, a idade de Franz na época, 22 anos, o que é uma pista para encontrar o seu batismo e, aí sim, identificar a mãe. Feito isso, basta procurar o registro de casamento de Joseph e ver que outras surpresas nos revelam os preciosos registros de Reichnau.
.
Os mesmos avanços valem para o lado dos Preissler, já que o registro dá a entender que eram da mesma cidade. Com algum esforço, deve ser possível identificar nesses registros o casamento de Augustin Preissler também.
Eis os avanços, por enquanto.

Casamento de Franz Rössler e Klara Preissler, avós do imigrante Johann Rössler

Família Roesler – Parte IV

O segundo casamento de Johann Rössler foi interrompido pouco mais de dez anos após ter acontecido. No dia 03.10.1905 Johann Rössler faleceu, vítima da queda de uma árvore de bracatinga sobre si, quando fazia a derrubada de um pedaço de mata. O acidente matou-o instantaneamente. Rössler foi mais um dos vários casos de colonos que perderam a vida dessa maneira em São Bento do Sul. Ao abordar o assunto, o cronista Josef Zipperer, um dos pioneiros da colonização na cidade, comentou que a bracatinga

 […] racha com extrema facilidade e, sendo derrubada sem as necessárias precauções, lasca até uma altura de seis metros, toma, por vezes, numa queda sempre fulminante, direção diversa da prevista, causando, desse modo, tão trágicos acidentes. (ZIPPERER, 1951, p. 37)

Tal foi o destino de Johann Rössler. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal de São Bento. A história da família Rössler na cidade continuou com os filhos de Johann – que passaram a adotar como sobrenome a variante nacional “Roesler”, usada até os nossos dias.

Otto Roesler, o primeiro desses filhos, viria se casar com Maria Treml, nascida em São Bento do Sul no dia 24.04.1882, filha dos imigrantes Jacob Treml e Maria Böhm, que vieram ao Brasil a bordo do Humboldt, em 1876, neta paterna de outro Jacob Treml e Barbara Bachmeier, e neta materna de Josef Böhm e Maria Rank. Otto possuía um engenho de serra movido à água na localidade de Rio Antinha. Também fabricava farinha de mandioca e criava gado vacum. Participou ativamente da Sociedade de Tiro, Caça e Pesca “23 de Setembro”, de São Bento do Sul.

Otto Roesler e Maria Treml tiveram tradicional prole na cidade: Ana Maria Roesler, casada com Carlos Zimmermann; Francisco Roesler, casada com Margarida Hoffmann; Emma Roesler, casada com Ernst Walter Zulauf; João Roesler, casado com Regina Linzmeyer; José Roesler, casado com Anna Grossl; Otto Roesler Filho, casado com Amanda Telma; Roberto Roesler, casado com Paula Mühlbauer; Hilda Roesler, casada com José Fürst; Alfredo Roesler, casado com Ana Goertler; Alice Amália Roesler, casada com Fernando Telma; e Theolinda Roesler, casada com Paulo Kobs.

Otto e sua esposa celebraram suas bodas de ouro no dia 26.06.1952, em uma das maiores festas de sua época, animada, inclusive, pela Banda Treml. E no dia 16.12.1956, um domingo, ocorreu o falecimento de Otto Roesler, que, em um enterro também grandioso, foi sepultado no Cemitério Municipal ao som das marchas fúnebres da Banda. Sua esposa Maria faleceu em 23.06.1965 e foi sepultada no mesmo local.

Leia também:

Parte I, II e III.

Família Roesler – Parte III

Citando Josef Blau, Vasconcellos e Pfeiffer afirmam que Johann Rössler era um homem bonito e elegante, que “andava sempre bem vestido e cuidadoso com a sua aparência” (PFEIFFER, 1991, p. 325). Várias vezes Rössler teria tentado conseguir uma vaga de Conselheiro Municipal, mas sem obter sucesso.

Em 27.08.1884, o então presidente da Província de Santa Catarina, Francisco da Gama Rosa, assinou o processo de naturalização de Johann Rössler, que então passava a ser considerado oficialmente um cidadão brasileiro. Esse documento, no entanto, o qualifica como súdito alemão, quando, na verdade, era austríaco, posto que a Boêmia, àquela época, fazia parte do Império Austro-húngaro.

Os cinco filhos de Johann tiveram que ficar sob sua inteira responsabilidade quando, às 3h do dia 23 ou 24.09.1893, ocorreu o prematuro falecimento de Amalie Preussler, vítima de tísica, contando com apenas 39 anos. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Católico da Estrada dos Bugres, onde a família morava. Em 1956, foi transladado para o Cemitério Municipal, no mesmo túmulo de seu marido. Seu neto Otto Roesler Filho, presente na ocasião, disse ter ficado “impressionado com o fato de a ossatura de Amalie Preussler ser de compleição grande e forte” (TELMA, 2010, p. 1). 

Terminava, dessa forma, a história do romance iniciado ainda em alto-mar. Em janeiro de 1894, Johann Rössler contraiu segundas núpcias com a também viúva Franziska Augusta Mühlbauer – e não Kohlbeck, como apontado na obra de Vasconcellos e Pfeiffer. O casamento civil dos dois foi oficializado apenas em 02.02.1895. Franziska havia nascido em Flecken ou Rothenbaum, na Boêmia, no dia 24.06.1867. Veio ao Brasil em 1876, a bordo do Humboldt, acompanhado dos pais Michael Mühlbauer e Anna Maria Kordig.

Em São Bento do Sul, Franziska casou-se no dia 05.09.1883 com Anton Augustin, nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, filho de Josef Augustin e Anna Maria Modl, com quem veio ao Brasil a bordo do mesmo navio. O casal passou a morar na Estrada das Neves e teve, entre os filhos que chegaram à idade adulta, Catharina, que se casaria com Eduardo Pscheidt, e Francisca, casada com Otto Zschoerper. Anton Augustin faleceu aos 28 anos no dia 10.11.1890, vítima de desastre.

Era essa, até então, a história familiar de Franziska, que aceitou se casar novamente, dessa vez com Johann Rössler, o qual, como visto, já contava com cinco filhos de sua falecida esposa. Dessa segunda união de Johann nasceram mais quatro filhos: Bertha, nascida no dia 20.07.1895; Júlia, nascida no dia 13.06.1897; João, nascido no dia 20.04.1900; e Emília, nascida no dia 15.11.1904.

Leia também:

Parte I

Parte II

Família Roesler – Parte II

No mesmo navio em que imigrou Johann Rössler, viajava aquela que, em São Bento do Sul, viria a ser sua esposa. Chamava-se Amalie Preussler, nascida em Grafendorf no dia 12.10.1853. Era filha de Bernard Preussler e Maria Anna Jäger, neta paterna de Ferdinand Preussler e Anna Elisabeth Staffen, e neta materna de Augustin Jäger e Anna Maria Ehrentraud (RECKZIEGEL, 2008, p. 1). O registro de imigração de Amalie aponta que ela viajava na condição de criada, mas ainda não foi possível descobrir para quem trabalhava. Ao contrário do que é possível ler no artigo de Vasconcellos e Pfeiffer, Amalie não veio com a família – ao menos, não existe qualquer menção a Bernard Preussler nas listas de passageiros.

 Convivendo durante um mês a bordo, Johann e Amalie se interessaram um pelo outro e começaram a construir a sua história. Ao chegar em solo são-bentense, Johann comprou dois lotes de 30 alqueires cada na Estrada dos Bugres – região de solo pouco fértil, como os primeiros colonos do lugar descobriram. Essa dificuldade, e as demais que surgiram por conta da natureza inóspita que os rodeava, em muito contrastavam com as promessas que foram feitas a eles quando ainda estavam na Europa. Vasconcellos e Pfeiffer salientaram a dificuldade desses imigrantes para se adaptar a uma realidade que não esperavam e tampouco estavam acostumados:

Não possuíam eles a menor experiência em relação à mata virgem, transitável apenas por picadas. Conflitos de fronteiras com o Paraná, cobras, animais selvagens, incursões de índios, doenças, privações de toda sorte, faziam-nos desanimar, e em nada contribuíram para o seu bem-estar. (PFEIFFER, 1991, p. 323)

Apesar de todas as dificuldades, as necessidades não deixavam alternativa que não fosse a de trabalhar arduamente, pois só assim poderiam sobreviver e, alcançando maior estabilidade, projetar um futuro mais promissor. Aos poucos essas famílias foram se adaptando e conseguindo melhorar as suas condições de vida.

Naqueles primeiros anos, tudo indica que Johann Rössler já estava morando com Amalie Preussler, embora o casamento não houvesse sido oficializado. No dia 04.09.1878, Amalie deu à luz o primogênito do casal, que recebeu o nome de Otto. Foiele, assim, o primeiro Roesler brasileiro. O casamento religioso aconteceu apenas no dia 21.03.1882, em uma cerimônia simples na Capela do quilômetro 17 (Siebzehn). Já no mês de junho daquele ano, no dia 19, nasceu o segundo filho do casal, chamado Raymundo. Além deles, Johann e Amalie também foram pais de Emma, nascida em 24.06.1884, Maria, nascida em fevereiro de 1887, e Anna, nascida em 02.04.1891.

Leia a parte I.

Família Roesler – Parte I

Em 2010, lembrou-se os 150 anos de nascimento do imigrante boêmio Johann Rössler – o patriarca dessa família em São Bento do Sul. Johann nasceu no dia 14.04.1860 em Reichenau, no norte da Boêmia, atualmente conhecida como Rychnov u Jablonce nad Nisou, na República Tcheca. Era filho de Franz Rössler, agricultor e carreteiro em Reichenau #11, e de Antonia Lang, natural de Pelkowitz #40, filha de Josef Lang, também agricultor e carreteiro, e sua esposa Barbara Wawrich – filha do agricultor Josef Wawrich. Seu pai era filho de outro Franz Rössler, igualmente agricultor e carreteiro, e sua esposa Klara Preissler, filha de Augustin Preissler. Os avós Rössler já eram falecidos em 1860, ano em que Johann nasceu.

Franz Rössler e Antonia Lang, que ainda vivia em Reichenau no ano de 1895, tiveram três filhos conhecidos, e todos imigraram para São Bento do Sul: Juliana (Julia) e Johann Rössler, que vieram em 1876, e Josef Rössler, que imigrou em 1877. O artigo sobre os Roesler que o Coronel Osny Vasconcellos escreveu em parceria com Alexandre Pfeiffer no livro “São Bento – Cousas do Nosso Tempo” não cita os irmãos de Johann. Segundo os autores, Johann Rössler, na época com 16 anos, teria imigrado sozinho, tendo como responsável Franz Rohrbacher, imigrante contratado pela Companhia Colonizadora para atrair novas famílias para São Bento. Na verdade, Johann veio na companhia de sua irmã Juliana Rössler.

Rohrbacher havia iniciado sua busca por imigrantes na região do Böhmerwald, de onde era originário e de onde imigraram várias das famílias pioneiras na colonização de São Bento do Sul, entre 1873-1875. Não encontrando lá muita gente ainda disposta a tentar nova sorte no Brasil, partiu para a Província de Reichenberg, no norte da Boêmia, região mais desenvolvida economicamente mas que, na época, sofria com o desemprego e a ameaça de depressão (PFEIFFER, 1991, p. 322). Lá, logrou êxito e convenceu várias famílias a imigrar, inclusive algumas de Reichenau. Entre elas estava a família de Juliana Roesler, na época com 26 anos, já casada com Josef Peukert e com quatro filhos. O casal decidiu imigrar e trazer consigo o jovem Johann Rössler, que acolheu com bons olhos o desafio de tentar uma vida melhor em outro continente.

Tomada a decisão, a família de Juliana e o seu irmão seguiram de trem em direção ao porto de Hamburgo. Lá, embarcaram no Vapor Vandalia, que partiu em 20 de junho de 1876 e chegou ao porto de São Francisco do Sul exatamente um mês depois, em 20 de julho de 1876.

Livro encontra dificuldades para ser publicado

O livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”  está aguardando pelo encaminhamento do projeto junto aos órgãos governamentais de Santa Catarina. A informação foi do organizador Toni Jochem, que afirmou existirem dois PTEC para o projeto (817/090 e 1892/100). Jochem também disse, que em todos os contatos, a resposta é sempre que é preciso esperar, esperar, esperar. Possivelmente, os autores que quiserem terão que partir para um plano alternativo, que consiste no próprio custeio da obra.

O projeto contará com a participação de famílias de São Bento do Sul e região. Foram inscritas as seguintes famílias e seus respectivos autores:

Angewitz – Márcio Ricardo Staffen

Bollmann – Antônio Dias Mafra

Diener – Douglas Moeller Diener

Fendrich – Henrique Luiz Fendrich

Froehner – Juliano Froehner

Hackbarth – Zilda Hatschbach

Hatschbach – Zilda Hatschbach

Hümmelgen – Cristian Luis Hruschka

Kobs – Sueli Aparecida Tuleski

Prüss – Flávio Pruess

Roesler – Henrique Luiz Fendrich

Schindler – Flávio Pruess

Schuhmacher – Márcio Ricardo Staffen

Staffen – Márcio Ricardo Staffen

Zipperer – Henrique Luiz Fendrich

Esperamos que a situação possa ser resolvida brevemente. A obra era para ter sido publicada ano passado, quando se lembrava dos 180 anos da imigração alemã no estado. É importante o registro da história dessas famílias que, embora em número reduzido, representam significativos subsídios para o entendimento do passado de São Bento do Sul e região.

Meus Ancestrais: Família Preussler

I. CHRISTOPH PREUSSLER, lavrador em Albrechtsdorf #33, na Boêmia. Nasceu antes de 1657 e casou-se em Nabsel no dia 18.02.1677 com Susanna Linke, filha de Martin Linke, um dos primeiros moradores de Albrechtsdorf, onde era lavrador, tendo falecido em 16.02.1691, e sua esposa Maria. Christoph Preussler e Susanna Linke tiveram, entre outros:

II. JOHANN GEORG PREUSSLER, nascido em Albrechtsdorf no dia 08.06.1688, tendo depois se mudado para Josefsthal, onde faleceu em 29.03.1744. Casou-se em 19.11.1713 com Salomena Prediger, de Tannwald, filha de Elias Prediger e Rosina Feix (ver Prediger). Foram pais de:

III. GOTTFRIED PREUSSLER, lavrador e tecelão em Grafendorf #7. Nasceu em Albrechtsdorf no dia 29.07.1714 e faleceu em Grafendorf no dia 20.05.1784, vítima de cólera. Casou-se em 21.11.1745, quando morava em Josefsthal, com Anna Maria Tischer, de Johannesberg, filha de Johann Christoph Tischer e Regina Rössler (ver Tischer). Viúvo, Gottfried voltou a se casar em 16.11.1788 com Anna Maria Pilz. Teve com sua primeira esposa:

IV. FERDINAND PREUSSLER, morador de Grafendorf #25. Nasceu em Grafendorf no dia 13.06.1767. Casou-se pela primeira vez em Morchenstern no dia 21.11.1796 com Maria Anna Seidl e, já viúvo, casou-se no mesmo lugar em 25.09.1806 com Anna Elisabeth Staffen, de Antoniwald, filha de Anton Staffen e Maria Elisabeth Mitlehner (ver Staffen). Ferdinand Preussler e sua segunda esposa tiveram:

V. BERNARD PREUSSLER, nascido em Grafendorf no dia 02.01.1810.  Casou-se em Johannesberg no dia 10.09.1840 com Maria Anna Jäger, nascida em Johannesberg no dia 03.03.1816, filha de Augustin Jäger, tecelão em Karlsberg #35, anteriormente em Johannesberg #12 e #16, e sua esposa Anna Maria Ehrentraud, de Ebersdorf, a qual era filha de Gottlob Ehrentraud, falecido antes de 1813, morador de Ebersdorf #3 e de Friedland, e Anna Rosina Wendler, de Luxdorf. Bernard Preussler e sua esposa foram pais de:   

VI. AMALIE PREUSSLER, nascida em Grafendorf no dia 12.09.1853, tendo sido batizada em Johannesberg. Imigrou ao Brasil em 1876, como criada, a bordo do Vandalia. Durante a viagem, conheceu Johann Rössler (VASCONCELLOS, 1991), de Reichnau, filho de Franz Rössler e Antonia Lang, com quem viria a legitimar sua união em São Bento do Sul no dia 21.03.1882. Amalie faleceu em São Bento do Sul no dia 22 ou 23.09.1893, vítima de tísica. Sua lápide está no Cemitério Municipal de São Bento, que ainda não existia na época do seu falecimento, razão pela qual acredita-se em translado ou então em equívoco. A geração segue no título ROESLER.

[Todas as informações relativas aos ancestrais de Amalie Preussler foram obtidas pelo pesquisador tcheco Bruno Reckziegel, profundo conhecedor dos arquivos do norte da Boêmia, e gentilmente repassadas. Para a reprodução do conteúdo, solicita-se a citação das fontes]

Meus Ancestrais: Família Roesler

I. FRANZ RÖSSLER, agricultor e carreteiro em Reichnau #11, na Boêmia. Foi casado com Klara Preissler, filha de Augustin Preissler, dono de um moinho, de Reichnau #1[1]. Faleceram antes de 1860, e tiveram:

II. FRANZ RÖSSLER, agricultor e carreteiro em Reichnau #11. Nasceu em Reichnau #12 e se casou com Antonia Lang, nascida em Pelkowitz #40, filha de Josef Lang, agricultor e carreteiro em Pelkowitz, e sua esposa Barbara Wawrich, a qual era filha do agricultor Josef Wawrich, também de Pelkowitz. Tiveram, entre seus filhos:

III. JOHANN RÖSSLER, nascido em Reichnau, na Boêmia, no dia 14.04.1860. Imigrou ao Brasil solteiro, em 1876, a bordo do Vapor Vandalia, em meio a outros imigrantes que teriam sido atraídos para São Bento do Sul pela propaganda de Franz Röhbacher, imigrante contratado pela Direção da Colônia (VASCONCELLOS, 1991). Durante a travessia do oceano, teria conhecido sua esposa Amalie Preussler, filha de Bernardo Preussler e Maria Anna Jäger.  Com ela, oficializou sua união em São Bento do Sul no dia 21.03.1882. Adquiriu dois lotes de 30 alqueires na Estrada dos Bugres (id). Naturalizou-se brasileiro em 1884. Sua esposa Amalie faleceu em 23.09.1893, vítima de tísica. No começo de 1895, Johann Rössler contraiu segundas núpcias com Franziska Mühlbauer, viúva de Anton Augustin. Johann faleceu no dia 03.10.1905, quando fazia a derrubada da mata e um pé de bracatinga caiu sobre ele, matando-o instantaneamente. Está sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul.  Teve de sua primeira esposa, entre outros:

IV. ANNA ROESLER, lavradora, doméstica e doceira de prestígio na região de São Bento do Sul, sempre solicitada para auxiliar em festas, casamentos e eventos comunitários. Nasceu no dia 03.04.1891, em São Bento do Sul, e se casou em 23.09.1908 com o sapateiro Frederico Fendrich, filho de Friedrich Fendrich, o professor, e Catharina Zipperer. Faleceu no dia 14.06.1968, já há muito em estado de viúva, sendo sepultada no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, no mesmo túmulo de seu esposo e sogro. Recebeu, em sua homenagem, o nome de uma rua no Bairro Colonial. A descendência segue no título FENDRICH.

 [Para reprodução do conteúdo, solicita-se a citação das fontes]


[1] As informações referentes aos ancestrais de Johann Rössler constam em seu registro de batismo, cuja fotografia nos foi fornecida por Marcelo Luiz Bork Roesler.

Famílias de São Bento estão confirmadas

O livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”, projeto organizado por Toni Jochem em comemoração aos 180 da Imigração Alemã em Santa Catarina, contará com a presença significativa de sobrenomes da região de São Bento do Sul. Das mais de 100 famílias já inscritas, a cidade estará representada pelos seguintes sobrenomes e pesquisadores:

 

Angewitz – Henrique Luiz Fendrich e Márcio Ricardo Staffen

Beyerl – Henrique Luiz Fendrich

Bollmann – Antônio Dias Mafra

Diener – Douglas Moeller Diener

Fendrich – Henrique Luiz Fendrich

Froehner – Juliano Froehner

Hackbarth – Zilda Hatschbach

Hatschbach – Zilda Hatschbach

Hümmelgen – Cristian Luis Hruschka

Kobs – Sueli Aparecida Tuleski

Prüss – Flávio Pruess

Roesler – Henrique Luiz Fendrich

Schindler – Flávio Pruess

Schuhmacher – Márcio Ricardo Staffen

Staffen – Márcio Ricardo Staffen

Zipperer – Henrique Luiz Fendrich

 

É um bom número de participantes, que certamente saberá representar da melhor maneira as suas famílias e a própria história de São Bento do Sul. Lamenta-se, no entanto, que alguns sobrenomes tradicionais na cidade, como Pscheidt, Grossl e outros, não possuam pesquisadores entre os seus descendentes e, por conta disso, não poderão fazer parte dessa valiosa publicação, que se deverá se tornar fonte de pesquisa para as gerações posteriores. A nossa intenção era fazer com que o maior número possível de famílias são-bentenses fossem representadas no livro.

Silêncio da Banda

O dia 5 de Abril de 1964 era um dia de festa para os Atiradores de São Bento: naquela ocasião, seria realizado nova competição do Tiro de Rei.

Como tradição, a Banda Treml saiu em marcha do Bar Toni em direção à casa do Rei do ano anterior – que havia sido Francisco Roesler.

Mas houve um momento em que a banda ficou em silêncio.

É que passaram em frente da casa de Ernesto Venera dos Santos, figura tradicional na vida pública da cidade – tendo sido inclusive prefeito.

Ernesto havia falecido no começo daquele mesmo dia.

Livro: 180 Anos de Imigração Alemã em SC

Para melhor comemorar os 180 Anos de Imigração Alemã em Santa Catarina, um projeto deverá lançar um livro com a história de várias famílias germânicas que, nesse período, se instalaram no estado. A iniciativa e organização está a cargo de Toni Jochem, e todos os pesquisadores poderão escrever artigos sobre suas famílias – ainda é possível se cadastrar.

São Bento do Sul e região estão representados, até agora, por: Márcio Ricardo Staffen (um colega que nasceu no mesmo dia, mês e ano que eu), que escreverá sobre a família Staffen (de quem também sou descendente remoto, ainda nos tempos da Boêmia) e a família Schuhmacher, que atuou na Ceramarte em Rio Negrinho; Flávio Pruess, de Blumenau, que irá escrever sobre a família Prüss; Cristian Luis Hruschka, que falará sobre os Hümmelgen e Hruschka; além deste blogueiro, que irá falar sobre Fendrich, Zipperer e Roesler.

A iniciativa é uma ótima oportunidade para que as famílias da região sejam representadas em um publicação que deverá virar referência e fonte de consulta para as gerações posteriores.  

Mini-Contos de São Bento do Sul II

Os Maridos de Julia Roesler

 

Julia Roesler foi casada com José Peukert, que morava na Estrada do Lago. Algum tempo depois, seu marido faleceu. Ela voltou a se casar, dessa vez com Antônio Finke. Esse seu segundo marido também faleceu pouco tempo depois. Julia então se casou com José Raschel. E quando ficou viúva dele também, não voltou a se casar – embora tivesse recebido uma quarta proposta.

 

Original em: “História da Igreja Católica de São Bento”, de Alexandre Pfeiffer.

Centenário do Casamento de Frederico Fendrich e Anna Roesler

Há exatos 100 anos, no dia 23.09.1908, uniam-se em matrimônio na cidade de São Bento do Sul meus bisavós Frederico Fendrich, o filho, de 27 anos, e Anna Roesler, de 17. Do feliz consórcio nasceram 14 filhos, sendo que três faleceram pequenos. São os pais do meu avô Herbert Alfredo Fendrich.

Na ocasião desse casamento, tanto Frederico Fendrich quanto Anna Roesler não puderam contar com a presença dos pais, falecidos alguns anos antes. Assinaram como testemunhas desse casamento Carlos Zipperer e João Hoffmann.

Famílias de Pelkowitz: Os Wawrich

Com muita dificuldade e com a ajuda de pessoas mais entendidas, eu havia descoberto que descendo também da família Wawrich. Esse nome aparece no registro de batismo de meu trisavô Johann Rössler, e corresponde ao sobrenome de sua avó materna: Barbara Wawrich, casada com Josef Lang. O registro também informa que essa família era de Pelkowitz, na Boêmia. E informa o ainda o pai de Barbara, chamado Josef Wawrich (verdadeira preciosidade encontrar um registro de batismo que informa alguns dos bisavós da criança).

Pesquisando, percebi que esse sobrenome “Wawrich” parece bem pouco comum hoje em dia, e mesmo antigamente não parecia ser dos mais populares, embora todos as pessoas com esse nome fossem moradores de regiões próximas a Pelkowitz. No livro “Famílias Tradicionais”, do Paulo Jürgensen, encontrei por acaso outros nomes que, sem dúvida, são da mesma família que me interessa.

Maria Anna Ullrich, natural de “Boeshing” era casada com Franz Seiboth, de Pelkowitz, e juntos imigraram para São Bento do Sul. O registro de uma filha do casal, já brasileira, nos dão o nome de seus pais, os avós da criança. E Maria Anna era filha de Josef Ullrich e Maria Anna Wawrsich. Esse sobrenome parece claramente ser uma variação de Wawrich. Entre os padrinhos da filha Inez, de Franz Seiboth e Maria Anna Ullrich, também estava um certo Antônio Wawrisch. Ao que parece, no entanto, não há famílias com esse sobrenome nas listas de passageiros dos navios que chegaram a São Bento.  Por serem praticamente da mesma região que os meus Wawrich, certamente há parentesco.

Na internet, encontrei menção a um Jozef Wawrich, nascido por volta de 1765, casado com Anna Didková, pais de uma Anna Wawrich, nascida por volta de 1793, esposa de Franz Hawlina. Eram de “Chloudov 2”. Como ainda não conheço profundamente a geografia da época na região, não sei dizer se moravam próximos ou não de Pelkowitz, região de meu interesse.

Pelo livro de Jürgensen, é possível encontrar uma séria de sobrenomes que eram comuns na região norte da Boêmia, incluindo Pelkowitz, Gablonz, Johannesberg e muitas outras aldeias. São sobrenomes que, invariavelmente, acabam se relacionando entre eles. Entre eles, estão as famílias: Rössler, Lang, Preissler, Seiboth, Ullrich, Jaeger, Wünsch, Hübner, Pfeiffer, Weiss, Pilz, Posselt, Reckziegel, Schwedler, Wöhl, Jantsch, Seidl e muitas outras.

40 Anos do Falecimento de Anna Roesler

Minha bisavó Anna Roesler faleceu há 40 anos, no dia 14.06.1968, aos 77 anos. Era filha de Johann Rössler e Amalia Preussler, neta paterna de Franz Rössler e Antonia Lang, e neta materna de Bernard Preussler e Anna Jaeger. Lavradora, doméstica e cozinheira bastante conhecida na região, sempre ajudando nos eventos comunitários. Casada com Frederico Fendrich Filho, de quem já era viúva há 21 anos, teve 14 filhos, entre eles meu avô Herbert Alfredo Fendrich, que assim anotou essa triste data em seus registros:

“No dia seguinte, 14-6-68, tivemos em nossa família a maior tristeza da vida: a morte de minha querida mãe, que alcançou a idade de 77 anos. Depois deste acontecimento, faltei em alguns ensaios e tocatas. Mas nós devemos continuar.”

Anna está sepultada no mesmo túmulo de seu esposo e de seu sogro Frederico Fendrich, no Cemitério Municipal de São Bento.

Famílias Roesler da Boêmia

Tenho registrado as seguintes famílias Roesler na Boêmia, sem que tenha sido possível estabelecer ainda uma relação com os meus Roesler que imigraram para São Bento do Sul/SC:

Franz Roesler, nascido em 1785 em Schlag, Boêmia. Casou-se em 1812 com Barbara Wuensch, nascida em 1790 em Gablonz
 
Maria Elisabeth Roesler, nascida em 1737 em Gablonz e falecida em 1805, casada com Johann Wenzel Wuensch.
 
Catharina Roesler, casada com Wenzel Neumann, tiveram o filho Franz Neumann, nascido em Pollaum, Boêmia, em 1838.
 
Herepir Rossler, casada com Anton Wüsnch, tiveram Joseph, nascido em 1855 em Gablonz.
 
Anna Rosina Rossler, nascida em Johannesberg em 1712 e falecida em 1760, casada com Heinrich Wünsch (1712-1783).
 
Johanna Rosler, casada com Franz Heiderich, tiveram Anna, nascida em 1836 em Johannesberg, falecida em Gablonz em 1921.
 
Maria Anna Rossler, casada com Franz Nosswitz, tiveram Josef, nascido em 1818 em Gablonz, falecido em 1901.
 
Antônio Roesler, casado com Paulina Holdemburk. Tiveram Olga, nascida em Imbituva em 1900.
 
Joseph Roessler, nascido por volta de 1760 em Gruenwald, casado com Theresia Roggin.

Meus ancestrais são Franz Rössler, casado com Antônia Lang, filho de outro Franz Rössler, casado com Klara Preissler.