Antigos membros do Coro Santa Cecília

No jornal Tribuna da Serra de 22.09.1963 foi feita uma tentativa de resgatar a história do Coro Santa Cecília, que acompanhava as missas, celebrações e eventos em geral da comunidade católica do centro de São Bento do Sul.  A matéria cita entre os primeiros componentes meu bisavô Frederico Fendrich, chamado “Fritz Fendrich”, que teria feito parte do Coral por cerca de 40 anos. Vários filhos seus também fizeram parte e são citados: Luiza Fendrich Peng, Hilda Fendrich Schewinsky, Wally Fendrich Hastreiter, Erna Fendrich Stähelin, Matilde Fendrich Freiberger e meu avô Herbert Alfredo Fendrich, que dele participou por cerca de 30 anos. Eis a matéria conforme saiu no jornal, apenas com ligeiras correções em alguns nomes:

A fé que jaz no pensamento humano se manifesta humildemente no Coro Santa Cecília

Revendo as páginas da história de São Bento, tentamos encontrar alusões sobre o Coro Santa Cecília. Procuramos em outras biografias achar passagens que assinalam a vontade férica, a imensa capacidade de trabalho e de sacrifício, paciência e tenacidade sem limites e ainda a fé cristã esculpida na alma desses “anônimos” que há mais de meio século vêm dando o apoio máximo em todas as cerimônias religiosas.

Mas nada encontramos…

Nesta pequena agremiação cultural sem subvenções, sem apoio material, eles nunca foram vencidos. Daí a razão de sua glória. Nosso preito de reconhecimento a estes abnegados anônimos, a eles a nossa homenagem, porque eles bem a merecem. 

“Coro Santa Cecília”

Foi fundado em 1904 quando aqui estava o Padre José Foxius, em colaboração com o Professor Max Dexel (marido da primeira parteira de São Bento).  Começou com o professor Max tocando harmônio e cantava ao mesmo tempo (era tenor) acompanhado por João Treml que respondia pelo baixo. Um ano depois já contava o coro com a participação de Ana e Francisca Augustin, Ana Bierman, Augusta Keil (Tante Guste), Maria e Bárbara Beil (ambas hoje freiras da Divina Providência), Francisca e Maria Roesler.  Isto ainda na antiga Matriz, onde hoje é a Vila Roesler. Com o tempo, foi ampliado o coro com a presença de Tereza e Maria Treml, Helena Kobs e outras que não conseguimos saber o nome. A seguir no elenco masculino anotamos Carlos Ehrl, Luiz Kollross, Fritz Fendrich, Carlos Ehrl Júnior, Carlos Zipperer, Carlos Zipperer Sob. Isto já na nova matriz, que há poucos anos foi demolida, então sob a direção do Padre Renakel.  Naquela época vieram á São Bento as Irmãs da Divina Providência, que desde logo começaram a participar do Coro.  Surgiu depois para ampliação do Coro: Otília Virmond, Luiza Fendrich, Margarida Hoffmann, Francisca Eckstein, Marichern Roesler, Berta Robl, Luiza Fendrich, Maria Verbinem e outras. Logo após ingressaram no Coro os Irmãos Weihermann, que vieram da Alemanha. Na época do Padre Francisco von Nagy (por sinal parente de uma estrela de Holywood, Quety von Nagy) o coro tomou grande impulso e muitos novos cantores. Entre eles, Elisabeth e Adelaide Fendrich, Paula e Amanda Ehrl, Anéida(?) Costa, Wally, Erna e Hilda Fendrich, Elfriede Treml, Cecília Buschle, etc. Uns continuavam anos a colaborarem, outros por motivos particulares desistiam. Continuando ainda anotamos nomes como Mathilde Fendrich, Theolinda Roesler, Harry Pfutzenreuter, filhas de Jorge Schreiner, Affonso Treml, Rubens Zanluca, João Schindler, Ernesto V. dos Santos, Nelson Hümmelgen, Affonso Kurowsky, Inês, Cornélia e Hilda Weihermann, João Weihermann, Franz Bruk e senhora. Este último dirigou o coro com muita segurança e prestígio. Também anotamos os nomes das irmãs que colaboraram durante todos esses tempos, e que foram as seguintes Irmãs: Cacilda, Gabriela, Engeltrudes(?), Hildebaldes(?), Vicentina, Anésia, Raquel, Lourença e Olívia, sendo que esta última está atualmente integrada no grupo acompanhando o mesmo em todas as festividades religiosas.  Hoje, o coro está sob a maestria doa batuta  Wilfredo Weihermann, competente e dinâmico regente. Fazem parte do grupo atual Ludgero, Afonso e João Weihermann, Mário Cristofolini, Adolar Sontag, Miguel Barati(?), Afonso Treml, Carlos Zipperer Sobrinho, Herbert Fendrich, José Montowsky, Ingoberto Kaiser, José M. Vieira, Antônio Moreira, viúva Francisca Schwarz, Paula Hortz(?), Wally Moreti, Claudete Moreti, Lacerda, Theolinda Kobs, Matilde Freiberger, Erna Stähelin, Lídia Kurowsky, Lia Hilgenstieler, Cecília Buschle, Luiza e Nilza Peng, Dolores Schreiner, Dorotéa Endler,  Matilde Cristofolini, Wilma Sontag. 

É possível que por um lapso ou falta de conhecimento tenhamos esquecido alguns nomes, que pelo transcorrer dos anos ficaram esquecidos, no entanto deixamos aqui registrado uma “Pequena Grande História” de elementos que merecem todo nosso respeito. Ao Coro “Santa Cecília” os nossos Vivas, pois ele o merece. 

Anúncios do Teatro Bandeirantes, de Arno Fendrich

Em homenagem ao Dia Internacional do Teatro, comemorado neste 27 de março, publico dois anúncios de apresentações do grupo de teatro Bandeirantes, de São Bento do Sul, que tinha como diretor e produtor Arno Fendrich, uma figura impressionante pela dedicação com que se entregava às causas do teatro na cidade.  Basta dar uma olhada nas edições antigas do jornal Tribuna da Serra para encontrar uma série de artigos defendendo incentivos e buscando um maior envolvimento da cidade com o gênero.

Os dois anúncios foram, justamente, publicados no mesmo jornal, do qual Arno Fendrich chegou também a ser diretor:

Pequenos Apontamentos sobre o Futebol em SBS

O jornal Tribuna da Serra de 23.09.1966 apresenta uma entrevista feita por Sabino Salomon com Álvaro Guerreiro Krüger sobre a sua participação história do futebol em São Bento do Sul. Krüger foi, de fato, um dos primeiros praticantes desse esporte na cidade. Na entrevista, que levou o título de “”Futebol ainda não completou meio século em São Bento”, Krüger afirma que o esporte teve início na cidade “lá pelos idos de 1920”. O primeiro time se chamava “São Bento”. Não sabemos quem foram os primeiros jogadores. Os jogos eram realizados no “potreiro do Klaumann”, localizado onde hoje ficam as dependências da Sociedade Ginástica, no centro da cidade. Em meio a entrevista, Krüger disse que já estava esquecendo de mencionar um certo Waldemar, que naquela época trabalhava no D.E.R e que havia sido “o pioneiro do futebol em São Bento”.

Depois do São Bento, surgiram outros dois clube de futebol, com os curiosos nomes de “Almofadinha” e “Melindroso”. As duas equipes logo se tornaram rivais, e foram muitos os “clássicos” disputados entre as duas equipes. O time do Bandeirantes, que se tornaria o mais tradicional de São Bento nos anos seguintes, só surgiu em 24.06.1930, tendo Krüger sido um dos fundadores e primeiro diretor esportivo – além de jogador, chamado carinhosamente de “Meladinho”.

Ao ser perguntando sobre os grandes jogadores da história do Bandeirantes, Álvaro Guerreiro Krüger cita vários, e provavelmente de épocas diversas. É provável que, entre esses nomes, estejam alguns daqueles que, junto com Krüger, primeiro praticaram futebol em São Bento. Boa parte da lista de jogadores deve compreender atletas das décadas de 20 e 30. A seleção de Krüger contava com os seguintes jogadores: Jacosinho, Fonsi, Moreti, Renato, Prospinho, Periquito, Vino Treml, Fernando, Elizio, Enedy, Pires, Pinto, Bequinha, Toni, Putzi Beckert[1], Saporiti, Marçal, Schroth e Siqueira. Krüger menciona ainda um técnico negro chamado Bagé. Todos esses representam a primeira geração do futebol em São Bento, pois em seguida cita os mais “recentes”, que foram: Cigano, Zoni, Erico, Grilo, Cabo, Werner, Wolney, Mengarda, Aldo, Zito, Edi, Carlito, Trajano, Gildo, Osmar, Lauro, Chiquinho e Marreco.

A entrevista de Salomon contém, ainda, algums momentos curiosos, como quando o entrevistador perguntou se Krüger lhe guardava algum rancor – pois ele era o cronista de futebol do jornal e, invarialvelmente, devia falar coisas que não soavam agradáveis a todo mundo. Krüger disse que rancor não sentia, mas ressentimento sim. Isso porque, segundo ele, havia publicações que não correspondiam com a verdade.

Em outra pergunta, Salomon quis saber qual a comparação que Krüger fazia entre o futebol daquela época (1966) e aquele que teve início na década de 20 em São Bento do Sul. Krüger deu uma resposta saudosista, dizendo que, antigamente, se jogava com mais entusiasmo e garra. Além disso, o futebol daquela época, para ele, estava sendo muito matemático, “carregado de táticas e esquemas”.

Considerando o atual estágio do futebol mundial, é possível que, em 2009, Krüger abominasse o futebol mais do que tudo.


[1] Putzi Beckert certamente foi jogador na década de 30. Sabemos disso porque temos a informação de que faleceu em 1935. Foi ele o primeiro esquife levado ao Cemitério Municipal pela carroça construída pelo meu bisavô Frederico Fendrich, o filho.

Jogos do Bandeirantes no ano de 1963

Com base no jornal Tribuna da Serra, chamado anteriormente de Tribuna da Fronteira, foi possível levantar os resultados abaixo de jogos da Sociedade Desportiva Bandeirantes, time de futebol de São Bento do Sul, no ano de 1963. Esses jogos não representam a totalidade de confrontos, mas apenas aqueles que puderam ser noticiados.

 

17.02.1963 BANDEIRANTES 5×1 Grêmio Esportivo 25 de Agosto – Joinville

10.03.1963 BANDEIRANTES 8×3 Esporte Clube Itaiópolis

07.04.1963 BANDEIRANTES 2×3 Santa Cruz Esporte Clube – Canoinhas

28.04.1963 BANDEIRANTES 3×4 Clube Atlético Operário – Mafra

01.05.1963 BANDEIRANTES 0x1 Peri Ferroviário Esporte Clube – Mafra

28.07.1963 BANDEIRANTES 3×1 Icaraí – Curitiba

04.08.1963 BANDEIRANTES 2×2 Botafogo – Canoinhas

25.08.1963 BANDEIRANTES 4×1 Água Verde – Joinville

01.09.1963 BANDEIRANTES 1×3 Esporte Clube Continental – Rio Negrinho

20.10.1963 BANDEIRANTES 0x4 Ipiranga Futebol Clube

03.11.1963 BANDEIRANTES 2×1 Grêmio Esportivo Rionegrense – Rio Negro

17.11.1963 BANDEIRANTES 3×2 Clube Atlético Operário – Mafra

24.11.1963 BANDEIRANTES 3×3 Sociedade Esportiva Ipiranga – Rio Negrinho

01.12.1963 BANDEIRANTES 1×5 Sociedade Esportiva Ipiranga – Rio Negrinho

A Escolha do Nome “São Bento”

O Coronel Osny Vasconcellos, autor de valiosas contribuições para o melhor conhecimento da história de São Bento do Sul, também escreveu sobre a escolha do nome de “São Bento” à região. O próprio Vasconcellos chama a história de “versão”, de modo que, até chegarmos a resultados conclusivos, pesquisas mais exaustivas precisam ser feitas. Por ora, atemo-nos ao que foi publicado no jornal Tribuna da Serra de 23.09.1966, quando São Bento do Sul completava 93 anos.

 

E o nome São Bento? 

Miss Brasil filha de São Bento

A filha do são-bentense Coronel Osny Vasconcellos com a pintora surreralista Arlete Reis Neto, de nome Angela Teresa Reis Neto Vasconcellos, foi eleita miss Brasil no ano de 1964, em plena ditadura militar. Ele concorreu pelo estado do Paraná, onde nasceu e morava. No final daquele ano, também chegou até a semi-final do Miss Universo. Angela foi a mais alta Miss Brasil até então, contando com 1,75 metro.
Imagens: Jornal Gazeta 25.09.2007
Família. O Coronel Osny Vasconcellos teve com sua esposa outras duas filhas. Ele é o autor do célebre “São Bento – Cousas do Nosso Tempo”, feito em parceria com Alexandre Pfeiffer. Gostava e cultivava a história de sua cidade. Conseguiu grande destaque em sua carreira militar. Foi também grande desportista. Ele era filho de Luiz de Vasconcellos, cearense, que se mudou para São Bento e depois se tornou o “prefeito-deputado”, uma vez que acumulava os dois cargos. Sua mãe era Maria Linzmeyer, filha do cervejeiro Josef Linzmeyer com Therese Zipperer.