Michael Witt, o primeiro a morrer

Coluna publicada no Jornal Folha do Norte de 09.04.2013.

Existe na Estrada Wunderwald um monumento em homenagem a Karl Wilhelm Bendlin, muitas vezes tido como o primeiro imigrante falecido em São Bento. O cronista Josef Zipperer descreveu o enterro de Bendlin em suas memórias e afirmou ter sido esta a primeira morte na cidade. A afirmação, no entanto, é equivocada, pois Bendlin parece ter falecido no segundo semestre de 1874, quando outros tantos imigrantes já haviam falecido em São Bento.

Na sua obra “São Bento do Sul – Subsídios Para Sua História”, o historiador Carlos Ficker aponta os primeiros óbitos registrados na cidade. Antes de Bendlin, já haviam falecido Johann Wilke, que não era colono, mas um engenheiro de Joinville, e Franz Zipperer, irmão de Josef, solteiro e com apenas 16 anos. O primeiro imigrante chefe de família a falecer em São Bento foi Michael Witt, aos 11.03.1874

Natural da região de Münsterwalde, na Prússia Ocidental, Michael Witt chegou ao Brasil em setembro de 1873 a bordo do Zanzibar. Veio acompanhado da esposa Eva Bormann. Seus filhos, já grandes, permaneceram na Europa. Michael esteve entre os 70 imigrantes pioneiros de São Bento. Recebeu um lote no lado norte da Estrada Wunderwald e nele começou a trabalhar na derrubada da mata, na plantação das primeiras sementes e na construção de sua casa. Mas, como visto, faleceu pouco tempo depois, com cerca de 50 anos.

Em 1876, imigrou ao Brasil uma das filhas de Michael, chamada Wilhelmine Witt, casada com Friedrich Labanz. Nove dias antes da chegada de Wilhelmine, sua mãe havia se casado com Mathias Piritsch, outro dos 70 pioneiros, e que se suicidaria alguns anos depois. Em 1883, outro filho de Michael, chamado Albert Witt, também imigrou. Ainda há descendentes de Michael Witt na região, entre eles este cronista.

A imagem a seguir registra uma cerimônia em homenagem a Karl Wilhelm Bendlin, na época ainda tido como o primeiro imigrante falecido na cidade. Há relatos de que o atual monumento não está em bom estado de conservação.

A casa de Friedrich Labanz

Meu tetravô Friedrich Wilhelm Labanz nasceu em Danzig, ou naquela região, na Prússia Ocidental, aos 05.09.1847. Era filho de outro Friedrich Labanz e de Louise Zollmenger.  Aparentemente era evangélico. Casou-se por lá com Wilhelmine Witt, com quem imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Vapor Bahia, já com duas filhas (Ida Bertha, minha trisavó, e Emma).  Estabeleceram-se na Estrada Bismarck, em São Bento do Sul. Lá, Friedrich  foi lavrador e também, curiosamente, vigia noturno. 

Friedrich Labanz só teve filhas mulheres – isto é, chegou a ter um homem, chamado Germano, mas ele faleceu aos 15 anos após um coice de cavalo.  As mulheres se casaram e adotaram o sobrenome de seus maridos, de modo que o sobrenome se perdeu, não existe mais na região. Ainda assim, existe em nossos dias quem tenha uma referência sobre a passagem de Friedrich Labanz por aqui.

O colega Marcio Brosowsky contou-me que Friedrich Labanz comprou a propriedade de Franz Brosowsky, seu trisavô, quando este mudou para Corupá. Décadas depois, o local passaria para Heinrich Pichol, professor de música, segundo o qual a casa havia sido construída por Labanz.  Essa casa ainda existe, embora tenha sido uma tanto descaracterizada pelas reformas feitas.

Uma foto dos fundos da casa:

Friedrich Labanz morou na Estrada Bismarck até perto do fim da vida. Quando a esposa Wilhelmine Witt faleceu em junho de 1924, ele parece ter se mudado para a casa da filha Alma Ottília, casada com Bertholdo Feix, moradores na Estrada Dona Francisca. Neste mesmo lugar, Friedrich Labanz faleceu já no ano seguinte, exatamente aos 13.11.1925, há 87 anos. Foi sepultado no Cemitério Municipal, mas não há mais uma lápide que o identifique, a exemplo da esposa.

Famílias protestantes de São Bento (1873-1900)

Essa é uma lista das famílias protestantes que habitavam a região de São Bento do Sul antes de 1900, feita com base em especialmente nos próprios registros da Igreja Luterana da cidade, mas também nos registros civis e em outras fontes diversas. São famílias que imigraram da Pomerânia, da Saxônia, da Silésia e de várias regiões da Prússia em que o luteranismo predominava. Percebe-se uma maior concentração na Estrada da Serra e ao longo da Estrada Dona Francisca, além do próprio centro de São Bento do Sul.

É provável que ainda estejam faltando nomes, que serão acrescentados conforme forem descobertos. Existe o caso de nomes que aparecem em mais de um lugar, o que sugere que tenham morado em ambos. A própria família Bollmann, bastante conhecida, foi antes moradora da Bismarckstrasse. Também lá morava a família de Friedrich Wilhelm Labanz, uma das duas famílias protestantes das quais descendo. A outra é a família de Karl Friedrich Wilhelm Giese, morador do centro.

A lista também é útil para verificar o nome completo de personagens locais, pois em geral os protestantes tinham ao menos dois nomes além do sobrenome. Casos de famílias mistas merecem ser analisados especificamente. Eis os nomes e suas respectivas moradias:

Banhadostrasse: Johann August Wilhelm Lüpke

Bechelbronn: August Michler, Ernst Julius Brunnquell, Ernst Friedrich Ludwig Fehlow, Ernst Kleinschmidt, Franz Gustav Mühlmann, Gustav Hoffmann, Karl August Müller, Karl August Ernst Kardauke, Karl Kardauke (pai), Paul Christian Heyse, Paul Heyse II

Bismarckstrasse: Albert Gustav Witt, August Friedrich Wilhelm Bollmann, August Kötzler, Ernst Friedrich Ludwig Fehlow, Franz Greinert, Friedrich Köne, Friedrich Wilhelm Labanz, Karl August Benjamin Kötzler,

Bugrestrasse: Albert Beuter, August Schade, Ferdinand Brand, Hermann Heinrich Echterhoff, Johann Hansen, Julius Hermann Brand, Karl Brand, Paul Brand

Campo Alegre: August Wolter, Franz Gustav Mühlmann, Gustav Friedrich Wilhelm Reinhardt, Johann Peter Reinhardt, Louis Buchmann, Paul August Rudolf Reusing, Wilhelm Müller, Wilhelm Pfeiffer

Campo São Miguel: Karl Robert Leichsering

Lençol: Friedrich Johann August Wiese, Gustav König, Hermann Neitzke, Louis Ritzmann, Matthias Meyer, Robert Morrissen, Wilhelm Hettwer, Wilhelm Reddin

Mato Preto: Joseph Reichel, Rudolf Nennemann

Oxford: Albert Mallon, August Wolter, Christian Schlüter, Christian Orth, Christopher Wöhlk, Claus Maahs, Ernst Robert Otto Hannemann, Friedrich Henning, Georg Schlemm, Hermann Henning, Hermann Koch, Hermann Schröder, Karl Friedrich Parucker, Jakob Dreher, Julius Hoffmann, Leonard Meister, Leopold Meister, Louis Wolf, Otto Kaesemodel, Paul Friedrich Parucker, Peter Jürgensen Söbye, Theodor Morgenstern, Wilhelm Zimmer

Rionegrostrasse: Hermann Karl Henning, Karl Ferdinand Baum

Rio Preso: Ludwig Rudnick

São Bento: Adolf Sabrowsky, Albert Kramer, Albert Krause, Amandus Jürgensen, Anton König, Arnold Weinert, August Friedrich Wilhelm Bollmann, August Weber, Christian Wilhelm August Heeren, Daniel Köhler, Eduard Ulrich Ulrichsen, Ernst Mendel, Felix Heinrich Paul Baumann, Franz Engel, Franz Jacob Kim, Friedrich Hansen, Friedrich Lutz, Friedrich Moritz Richter, Friedrich Schulz, Friedrich Wilhelm Rathunde, Gustav Anton König, Gustav Kopp, Hans Friedrich Richard Monich, Hans Hansen, Heinrich Gotthard Kaesemodel, Herbert Langer, Hermann Hille, Hermann Johann August Knop, Hermann Wilhelm Gustav Emil Schade, Hugo Langer, Karl Bruno Ryssel, Jakob Heinrich Steinbock, Johann Heinrich Husmann, Johann Herbst, Johann Josef Schönfelder, Karl August Wilhelm Fertig, Karl Brock, Karl Friedrich Wilhelm Giese, Karl Heinrich Reusing, Karl Martin Engel, Karl Heinrich Mrosk, Karl Rudolph Uhlig, Louis Dietrich, Otto Bernhard von Krause, Otto Jung, Otto Svenson, Paul Zschörper, Peter Rudolf Klaumann, Richard Brand, Theodor Boettner (pastor), Theodor Emil Hermann, Wilhelm Friedrich Seiffer, Wilhelm Hackbarth, Wilhelm Quast (pastor).

Saraivastrasse: Friedrich Gorgas

Serrastrasse/Estrada Dona Francisca: Adolf Mielke, Albert Mallon, Albert Schröder, Albrecht Malschitzky, August Günther, August Michael Ruske, August Natzke, August Heinrich Schröder, August Wagner, August Wolter, Christian Buch, Daniel Abraham, Ernst Friedrich Ludwig Fehlow, Ernst Roberto Otto Hannemann, Ferdinand Worrel, Franz Christian Reichwald, Franz Selke, Franz Wilhelm Rudnick, Friedrich Albert Ludwig Panneitz, Friedrich August Wilhelm Schneider, Friedrich Heinrich Neumann, Friedrich Lietz, Friedrich Neubauer, Friedrich Wilhelm Grund, Friedrich Wilhelm Müller, Georg Adolf Thomsen, Gottlieb Ludwig Eichendorf, Gottlieb Neubauer, Gustav Ziebarth, Heinrich Ferdinand Selke, Heinrich Friedrich Franz, Heinrich Neubauer, Heinrich Sprotte, Hermann Gottlieb Heinrich Lietz, Hermann Koch, Johann Friedrich Samuel Heiden, Johann Friedrich Wilhelm Redel, Johann Scholze, Joseph Reichel, Julius Ratzke, Karl Albert Ferdinand Schneider, Karl August Richter, Karl August Wagner, Karl Heiden, Karl Julius Müller, Karl Panneitz, Karl Paul, Karl Rothsal, Leopold Rudnick, Ludwig Paul, Ludwig Rudnick, Ludwig Selke, Ludwig Wilhelm Neumann, Maximilian Wagner, Michael Friedrich Ferdinand Lietz, Oskar Ammon, Otto Franz Phillipp Bauscher, Otto Robert Hertl, Otto Rudnick, Robert Eduard Worrel, Rudolf Panneitz, Theodor Sill, Victor Greipel, Wilhelm Christian Priebe, Wilhelm Greffin, Wilhelm Hermann Rudnick, Wilhelm Hümmelgen, Wilhelm Ludwig Röpke, Wilhelm Ludwig Rudnick, Wilhelm Neumann, Wilhelm Schröder.

Wunderwaldstrasse: August Hackbarth, August Leffke, Ernst Ludwig Strauss, Friedrich Hackbarth, Friedrich Ziebarth, Gustav Reinhardt, Heinrich Marschalk, Hermann Blödorn, Hermann Julius Gatz, Karl Bendlin, Karl Wilhelm Berthold Franz, Johann Slopianka, Wilhelm Radoll.

Moradia ainda desconhecida: August Ferdinand Gottfried Kobs, Eduard von Grafenrieth, Friedrich Bernhard Otto Seeling, Gustav Höpfner

Eva – Uma das primeiras mulheres de São Bento

Uma das primeiras mulheres na história de São Bento do Sul se chamava, por redundância, Eva. Nasceu na Prússia, filha de Johann Daniel Bormann e Dorothea Fenske. O primeiro Adão de nossa Eva chamava-se Michael Witt, de quem já tratamos aqui, e que foi o primeiro imigrante chefe de família a falecer em São Bento do Sul. Viúva, Eva Bormann voltou a se casar com Mathias Piritsch, de quem também já falamos, e que foi o primeiro suicida da cidade – ou seja, Eva se casou com o primeiro imigrante que morreu de morte morrida e também com o primeiro que morreu de morte suicidada.

Eva não deve ter sofrido pouco. A morte prematura do marido com quem imigrara provavelmente representou um abalo nas esperanças que tinha quando decidiu vir ao Brasil. O segundo casamento, após três anos da imigração, indica uma superação da dor inicial e uma adaptação à nova realidade. Mas também esse casamento não teve um bom desfecho – ao contrário, terminou em um evento bastante traumático.

Mas tudo indica que Eva era realmente forte. Em 1891, sete anos após o suicídio de Piritsch, e já estando na casa dos sessenta anos de idade, ela voltou a se casar. Dessa vez, o escolhido foi um sueco chamado Otto Svenson, aproximadamente vinte anos (!) mais novo do que ela. Svenson teve mais sorte do que os outros maridos, e não foi o primeiro a morrer de algum jeito – embora talvez tenha sido o primeiro sueco a morrer na cidade. O terceiro casamento de Eva durou quinze anos, até ela falecer em 02.12.1906.

Na ocasião, Eva já contava com mais de 80 anos. Morreu de morte natural, então? Nada. Eva era realmente forte. Faleceu vítima de mordida de uma cobra. Se não fosse por ela, ninguém sabe quantos anos mais viveria – quem sabe chegasse a ter um quarto casamento.

Primeiro Suicida de São Bento

O imigrante Mathias Piritsch cometeu o primeiro suicídio registrado em São Bento do Sul – possivelmente não foi o primeiro a cometer, mas foi o primeiro que se tem notícia. Mathias havia imigrado solteiro ao Brasil a bordo do Guttenberg, que chegou ao porto de São Francisco do Sul em 12.07.1873. Era filho de Michael Piristch e Rosina Zehertner, tendo nascido na aldeia de Hofkirchen por volta de 1828.

Mathias Piritsch está entre os 70 primeiros imigrantes que subiram a Serra Dona Francisca para dar início a colonização que viria a se tornar a cidade de São Bento do Sul. Nessa colônia, casou-se às 12h do dia 14.11.1876 com minha tetravó Eva Bormann, viúva de Michael Witt[1], que veio ao Brasil com o esposo em 1873, pelo Zanzibar, sendo natural da região de Münsterwalde, na Prússia, e filha de Johann Daniel Bormann e Dorothea Fenske. Consta no registro que o casamento entre Mathias e Eva foi realizado na casa do contraente, que na ocasião se achava doente.

É provável que Mathias não tenha tido filhos com Eva, que já estava com cerca de 50 anos quando se casou com ele. No Brasil, Eva Bormann tinha ao menos uma filha chamada Wilhelmine Witt, casada com Friedrich Labanz, da Prússia, filho de outro Friedrich Labanz e de Louise Zollmenger. Mathias Piritsch e sua esposa foram padrinhos de batismo de uma das filhas do casal, chamada Alma Ottília, em 1878.

No dia 29.12.1884, por motivos que a história ainda não tornou possível descobrir, Mathias Piritsch se enforcou no mato da Estrada Wunderwald. Como costumava acontecer com os suicidas, foi sepultado fora do campo sagrado. Eva Bormann ficava viúva pela segunda vez de um imigrante pioneiro de São Bento do Sul.


[1] Michael Witt pode ser considerado o primeiro chefe de família a falecer em São Bento do Sul, no dia 11.03.1874. Há dois registros anteriores ao óbito de Michael Witt, mas tratam-se de Johann Wilke, que não era imigrante, pois trabalhava para o engenheiro Heeren, e Franz Zipperer, imigrante filho de Anton Zipperer, mas que contava com apenas 18 anos, e não havia constituído família. Michael também foi um dos 70 imigrantes pioneiros de São Bento.

Os 70 Primeiros Imigrantes de São Bento do Sul

Como várias pesssoas têm procurado no blog ou no google sobre o nome dos imigrantes pioneiros de São Bento do Sul, cito-os um a um conforme constam no livro “São Bento na Memória das Gerações”, de Alexandre Pfeiffer, publicado em 1999. Posteriormente, qualificarei cada um de acordo com a origem e família. A ordem corresponde à numeração dos lotes.

Ferdinand Kaulfersch, Theodor Sill, Karl A. Richter, Ferdinand Warel, Anton Becker, August König, August Natzke, Jacob Neubauer, Ludwig Selke, Ferdinand Mayer, Louis Guthmann, August Schroeder, Gottlieb Engel (Engler), Johann Glade, Friedrich Mielke, August Schneider, Wilhelm Huemmelchen, Johann Ziemann, Wilhelm Redel, Karl Becker, Anton Procop (Brokopf), Wilhelm Neumann, Wilhelm Ruske, Joseph Beierl, Georg Stueber, Ignatz Rohrbacher, Georg Zipperer, Anton Duffeck, Ignatz Pablowski, Martin Leck, Joseph Jelinski, Theodor Frick, Johannes Hinz, Thomas Cherek, Jacob Pillat, Casimir Waldmann, Joseph Brezinski, August Grimm, Ony Turmannkiewicz, Johann Hardt, Michael Karaschinski, Michael Witt, Friedrich Hackbarth, August Porges, Anton Jeroschewski, Heinrich Marschalk, Michael Gatz, Anton Zipperer, Johann Rossdeutsch, Georg Schielein, Franz Lella, Anton Jaschefsky, August Küchler, Wilhelm Berutzky, Felix Marschalk, Joseph Konkel, Joseph Niemezuck, Vicentz Czapiewicz, Joseph Faralich, Joseph Dziedzik, Franz Dolla, Joseph Wegrzyn, Thomas Fuhrmann, Brunislau Harz, Christian Marre, Gottlieb Ledebour, Mathias Piritsch, August Leffke e Octavian Tzerner.

Fim de Sobrenome

Frederico Labenz.

Cerca de 50 anos, morador da Estrada Bismarck, em São Bento do Sul. Filiação ignorada. Imigrou ao Brasil em 1876, vindo de Eichstedt, na Prússia, a bordo do Bahia. Trouxe consigo a esposa Guilhermina Witt, natural de Münsterwalde, e duas filhas – Ida Bertha e Emília. No Brasil, foram pais de Alma Ottília, Maria Augusta e Hedwiges Agnes – mulheres que, ao se casar, adotaram o sobrenome de seus esposos.

Em 02 de Maio de 1898, Frederico sofreu. Aquele que provavelmente era seu único filho homem, chamado Germano Labenz, morreu. Não morreu de morte morrida nem de morte matada, mas de morte estúpida: um coice de cavalo. A fatalidade levou o jovem de apenas 15 anos.

E, desde então, ninguém mais portou o sobrenome Labenz em São Bento.

21. Ida Bertha Labenz (1874-1934)

Minha trisavó Ida Bertha Labenz nasceu no dia 03.11.1874, na região de Eichstaedt, na Prússia, hoje território pertencente à Polônia. Imigrou para o Brasil em 1876 a bordo do Navio Bahia, junto com seus pais e a até então única irmã.

Casou-se com Karl Giese em 25.10.1891 e teve os seguintes filhos: Luiza Giese, casada com Carlos Blödorn; Adolfo Giese, casado com Marta Zellner; Rodolfo Giese, casado com Catharina Bail; Paulo Giese, casado com Anna Mühlbauer; Ernesto Giese, casado com Francisca Hinz, e Frederico Guilherme Giese, casado com Maria Bechler; e Ewaldo Giese, que faleceu com 1 ano de idade.

Conforme pode-se apurar de registros da igreja protestante de São Bento, Ida Bertha Labenz foi uma das madrinhas de Emil Otto Witt, batizado em 25.05.1890. Era filho de Albert Witt e Wilhelmine Witt. Isso pode denotar algum parentesco, já que a mãe de Ida também era Witt (inclusive, também era Wilhelmine, mas não se trata da mesma). Ida também foi madrinha de Auguste Emma Slopianka, batizada no dia 24.03.1891, filha de Johann Slopianka e Pauline Leffke. Essa família era de Rohmanen, também na Prússia.

Ida Bertha Labenz faleceu em São Bento do Sul em 03.10.1934. Eis o anúncio de seu falecimento conforme um jornal alemão da época.