Famílias da Boêmia e suas aldeias de origem

Abaixo, seguem o nome de aldeias da Boêmia e os respectivos sobrenomes de famílias que de lá imigraram ao Brasil pelo porto de São Francisco do Sul.

A maioria se estabeleceu em São Bento do Sul/SC, mas outras tomaram destinos diversos, inclusive indo para o Rio Grande do Sul.

Há sobrenomes que aparecem em várias aldeias. Sugiro pesquisar um sobrenome usando Ctrl + F.

Há famílias que ainda não tiveram a sua aldeia identificada.

Se estiver interessado em uma informação ou pesquisa específica sobre alguma dessas famílias, entre em contato.

ALBERSDORF: Baumrucker, Böhm

ALBRECHTSDORF: Endler, Fischer, Paulata, Rössler, Simm, Swarowsky, Zimmermann

ARNAU: Havel, Kapp, Scholz

ARNSDORF (há mais de uma): Jankel, Raschel, Schlögl (Schlegl)

AUSSIG: Malik

BÄRNSDORF: Ritter

BAUSCHOWITZ (há mais de uma): Laube

BAUTZEN: Schützel

BRAND (há mais de uma): Schwarz

BRUNN: Barnack

BUCHAU: Kolbe

BULLENDORF: Lammel

CHINITZ-TETTAU: Gruber, Knickel, Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

CHUDIWA: Gruber

DALLESCHITZ: Jappe

DESCHENITZ: Dietrich (Ditrich), Seidl (Seidel), Treml, Zierhut

DESSENDORF: Adamitschka, Fischer, Schwedler

DITTERSBACH: Altmann

DÖRRSTEIN: Rohrbacher

DUX: Grimm, Schneider, Walter

EGER: Bergler

EISENSTEIN: Gschwendtner, Maurer (Mauerer), Pilati, Schaffhausen, Stöberl (Stoeberl)

EISENSTRASS: Bachal (Bachel), Baierl, Böschl (Pöschl), Brandl, Brozka, Frisch, Fürst, Gregor, Grossl (Grassl), Kahlhofer, Konrad, Kuchler, Linzmeyer (Linzmayer), Marx, Neppel , Pflanzer, Schröder (Schroeder)

FALKENAU (há mais de uma): Tietzmann

FLECKEN: Baierl, Hübl (Hiebl), Hien, Kohlbeck, Kirschbauer, Kautnick (Koutnick), Maier (Mayer), Mühlbauer, Münch, Prechtl, Rank, Stascheck (Tascheck), Stueber (Stuiber, Stüber), Stöberl (Stoeberl), Treml, Zipperer

FREIHÖLS: Adlersflügel, Rosenscheck (Rosnischeck)

FREUDENBERG: Richter

FRIEDLAND IN BÖHMEN: Neumann, Scholz

FRIEDRICHSDORF: Prade

FRIEDRICHSWALD: Gärtner (Gaertner), Heinrich, Keil, Lammel, Müller, Schaurig (Schaurich), Streit, Weber

FUCHSBERG: Heinrich

GABLONZ: Brückner, Fink(e), Görnert, Grolop, Hatschbach, Hinke, Hübner, Kirschner (Kirchner), Kohl, Ludwig, Luke, Scholz, Seidl (Seidel), Strackel, Vorbach, Zenkner

GLASHÜTTEN: Aschenbrenner, Eckstein, Grosskopf, Seidl (Seidel), Weiss, Wotroba

GRÄNZENDORF: Bergmann, Hübner, Leubner, Patzelt, Rieger, Seibt, Tandler, Ullrich

GRAUPEN: Seifert (Seiffert)

GRÜNAU: Artner

GRÜNTHAL: Ludwig

GRÜNWALD: Bergmann, Fleischmann, Heidrich (Haidrich), Scholz, Wöhl (Woehl), Zappl (Zappe), Zeemann (Zemann)

GUTBRUNN: Kundlatsch

HAIDA: Hermann, Langhammer, Student

HAIDL AM AHORNBERG: Bayerl (Bail)

HAMMERN: Augustin, Buchinger (Puchinger), Dorner, Drechsler, Dums, Eckel, Ehrl (Erl), Fürst, Grossl, Jungbeck, Kahlhofer (Kohlhofer), Kollross, Liebl, Linzmeyer (Linzmayer), Muckenschnabel, Oberhofer, Pscheidt, Rorhbacher, Rückl, Schreiner, Stiegler, Stöberl (Stoeberl), Tauscher (Tanscher)

HARRACHSDORF: Seidl (Seidel)

HINTERHAUSER: Christoph (Christof)

JOHANNESBERG: Fischer, Gürtler, Jantsch, Kaulfuss, Nierig, Pilz, Posselt, Preussler, Reckziegel, Rösler (Rössler), Schöler, Schwedler , Worm

JOHANNESTAHL: Mai (May), Stark, Swarowsky, Thalowitz

JOSEFSTHAL: Dressler, Zimmermann

KALTENBRUNN: Gassner, Hübl (Hiebel), Schreiner

KARLSBERG: Posselt

KATHARIENBERG: Beckert

KLATTAU: Fleischmann, Mundel

KLETSCHEDING: Bauer

KOCHOWITZ: Hanush (Hannusch)

KOHLHEIM: Grosskopf, Kroll, Schürer

KOMOTAU: Schreiber

KUKAN: Kittel, Mensel, Simm

LABAU: Pfeiffer

LADOWITZ: Schneider

LANGENAU: Hüttel, Keil

LANGENBRÜCK (há mais de uma): Jung

LANGENDORF (há mais de uma): Glaeser, Rauch

LEWIN: Grossmann

LICHTNECK: Stiegelmeier (Stiegelmeyer)

LIEBENAU: Preissler, Skolande, Watzke

LIEBORITZ: Anton, Hübsch

LIPTITZ: Bobel (Bobl), Czernay

LOMNITZ BEI GITSCHIN: Fendrich

MAFFERSDORF: Bergmann, Hauser, Keil, Klinger, Lorenz, Maier (Mayer), Möller, Posselt, Schwarzbach, Wöhl (Woehl)

MARIA RADSCHITZ: Nacke (Nake, Nakl)

MARIASCHEIN: Kern

MARIENBERG: Altmann, Breisler, Endler, Fischer, Müller, Neumann, Niester, Poerner (Perner), Ringmuth, Simm, Urbanetz , Wolf (Wolff)

MARSCHOWITZ: Grossmann, Hatschbach, Pfeiffer

MAXDORF: Dressler, Elstner, Hoffmann, Jäckel  (Jäkel), Morch, Pilz, Prediger, Reckziegel, Schöler, Tandler, Tischer, Vater

MORCHENSTERN: Elstner, Endler, Engel, Feix, Fischer, Haupt, Hoffmann, John, Kaulfuss, Klinger, Köhler, Luke, Melich, Posselt, Reil, Rössler, Scheibler, Scheufler, Schier, Schöffel (Scheffel), Staffen (Steffen), Strauski, Ullmann, Ullrich, Wildner

MÜLLIK: Pauli

NEU PAULSDORF: König

NEUBIDSCHOW: Neumann, Schick

NEUDORF (há mais de uma): Bauer, Binder, Dobner, Dunzer, Hoffmann, Hüttl (Hütl), Mareth, Peyerl, Preissler, Schlögl , Schreiber, Schwarz, Warth, Weiss, Wolf (Wolff)

NEUERN: Augustin, Grosskopf, Pospischil, Schadeck, Tauscheck (Tauschek), Zierhut

NEUSORGE: Dittrich

NIEDER-GEORGENTHAL: Grohmann

OBERKREIBITZ: Bienert

OSSEGG: Liebsch

PELKOWITZ: Klamatsch, Lang, Seiboth (Saiboth), Sedlak , Stracke, Weiss

PETLARN: Bauer, Theinl

PILSEN: Morawka

PLÖSS: Hübl (Hiebl)

POLAUN: Bartel, Feix (Faix), Fischer, Haupt, Hinke, Langhammer, Neumann, Pachmann, Seidl (Seidel), Umann, Weinert

PRISCHOWITZ: Friedrich, Hossda, Lang, Rössler, Schier, Simm, Thomas

PULETSCHNEI: Schöffel (Scheffel), Wabersich

RADL: Kundlatsch (Rundlatsch), Seiboth

RATSCHENDORF: Kaulfersch, Rieger

REHBERG: Gruber, Pauckner, Raab

REICHENAU: Fink(e), Hoffmann, Jäger, Kraus(s), Kwitschal (Kwicala), Maschke, Milde, Peukert, Preissler, Preussler, Rössler (Roesler), Schwarzbach, Strnad (Sternardt), Stracke, Weiss, Wenzel

REICHENBERG: Beckert, Brokopf,  Fiebiger, Hartel, Hoffmann, Hübner, Killmann (Kilmann), Kluss, Mittelstedt, Purde, Riedel, Roscher, Stark, Thurm, Worrel (Warel)

RÖCHLITZ: Linke

ROSSHAUPT: Degelmann, Diener, Dobner, Dörfler, Fleischmann, Freiersleben, Friedel, Hoffmann, Körb, Krauss, Kreutzer, Magerl, Nosseck, Plomer, Prem, Randig, Rauch, Salfer, Stieg, Veith (Voith), Wagner

ROTHENBAUM: Bechler (Boechler), Rank, Wöllner

RÜCKERSDORF: Appelt, Maros (Meros)

SATTELBERG: Raab

SCHENKENHAHN: Friedrich

SCHLAN: Michel

SCHLUCKENAU: Otto

SCHÖNWALD (há mais de uma): Huf , Steiner

SCHUMBURG: Richter, Swarowsky

SILBERBERG: Bayerl

SONNENBERG: Hanel, Wand

SPITZBERG: Katzer, Kriesten, Schindler

STADTLER: Hoffmann, Müller, Schiessl, Uhlig (Uhlich), Uhlmann, Wolf (Wolff)

STEINSCHÖNAU: Richter, Ritschel

ST. KATHARINA: Augustin, Drechsler, Grossl, Hoffmann, Lobermeyer (Lobermayer), Maurer (Mauerer), Münch, Rank, Stuiber (Stüber)

SVAROV: Balatka

TACHAU: Wächter

TANNWALD: Brückner, Endler, Feix, Hillebrand, Horn, Nigrin, Schnabel, Schwarz, Seibt

TIEFENBACH: Tureck, Umann

ULLERSDORF: Köhler, Zeithammer

UNTERMARKTSCHLAG: Naderer

VOITSDORF: Schlinzig

WALDAU: Duffeck

WEGSTÄDTL: Neumann

WEISSKIRCHEN: Hoffmann

WIESENTHAL: Dietrich (Ditrich), Fischer, Haupt, Hoffmann, Jantsch, Koliska, Krupka, Ludwig, Lung, Nowotny, Pfeiffer, Rössler, Scholz(e), Wöhl (Woehl), Zimmermann

WURZELSDORF: Hermann, Korbelar, Krause, Neumann, Schier

Lançamento do livro “O Imigrante Anton Zipperer”

Acaba de ser lançado o livro “O Imigrante Anton Zipperer – 200 anos de nascimento (1813-2013), escrito pelo autor deste blog. O livro resgata a história de Anton Zipperer e seus antepassados a partir de registros paroquiais boêmios, inclusive revendo afirmações até então tidas como verdadeiras a respeito do passado da família. Também são levantados e estudados os ancestrais de Elisabetha Mischek, esposa de Anton. Ao final, há uma árvore genealógica com os descendentes no Brasil.

O livro está à venda pelo Clube dos Autores.

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Folha do Norte: Novidades da Família Zipperer

Coluna “São Bento no passado”, publicada no jornal Folha do Norte de 05.03.2013.

Novidades da família Zipperer

A família Zipperer costuma ser a mais lembrada quando falamos sobre a colonização em São Bento do Sul. Em grande parte, isso se deve à publicação das memórias de Josef Zipperer. E, de fato, os Zipperer estiveram na primeira leva de imigrantes que subiu a Serra Dona Francisca para dar início à Colônia de São Bento. Jorge e Martim Zipperer, filhos de Josef, buscaram preservar a memória da família, inclusive mantendo contato com pessoas que viviam na Boêmia, a terra natal dos Zipperer. Nenhum deles, no entanto, havia conseguido desvendar a genealogia da família.

Recentemente, os registros paroquiais do Böhmerwald foram disponibilizados on line. Isso permitiu descobrir os ancestrais da família Zipperer. Durante muito tempo, repetiu-se que o imigrante Anton Zipperer, pai de Josef, era filho de um certo Adam Zipperer e neto de Jakob Zipperer. Agora descobriu-se que Adam nunca existiu. O pai de Anton era o mesmo Jakob apontado como avô. Muitas outras descobertas foram possíveis, e elas deverão ser compiladas em um trabalho específico ao longo de 2013 – quando o nascimento de Anton completa 200 anos.
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Anton Zipperer não teve uma vida fácil. Viu o pai morrer aos 7 anos. Aprendeu carpintaria e aos 20 anos foi obrigado a servir o exército na Áustria e na Itália. Ficou dez anos longe da mãe e das duas irmãs. Quando voltou, encontrou as irmãs casadas. Logo também ele constituiu família. Sem ter o seu próprio pedaço de terra, vivia explorado pelos proprietários.
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Aos 60 anos, já velho para a época, foi convencido pela esposa Elisabetha Mischek a tentar a sorte no Brasil. Era uma decisão que visava principalmente os seus descendentes. Estes, ao longo dos anos, parecem ter justificado a escolha. Além de terem as suas próprias terras, destacaram-se na vida econômica, social e política da região.
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A foto abaixo mostra o cortejo fúnebre de Jorge Zipperer, um descendente ilustre, morto aos 31.01.1944. A imagem, cedida por Osmair Bail, é do acervo de Iza Jung.

Lançada versão em tcheco do livro de Josef Zipperer

Como eu havia comentado aqui, foi lançado no último sábado em Nýrsko, na República Tcheca, a versão em tcheco para o livro ” São Bento no Passado”, com as memórias de Josef Zipperer sobre o tempo da imigração e colonização de São Bento do Sul. A Sra. Christa Petrásková, que ajudou Petr Polakovič na tradução na obra, me mandou o relato sobre esse lançamento, e que eu traduzi e reproduzo logo abaixo, acompanhado das fotos:
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São Bento em Nýrsko! 
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Nossa expedição para a Floresta Boêmia foi um sucesso! Nós dois, Sr. Polakovič e eu, saímos cedinho. Eu fui de ônibus de Jablonec, e o Sr. Polakovič foi de carro de Brandýs. Nós nos encontramos em Praga na rodoviária. Polakovič  mostrou-me os novos livros de São Bento no porta-malas do seu carro! 1000 exemplares! 
O título do livro é “Šumavané v Brazílii”, que significa “Pessoas da Floresta Boêmia no Brasil”. Tem 87 páginas e 22 fotos. Também 13 anúncios. Nós fomos para Nýrsko e tivemos um típico almoço tcheco: tortas, porco defumado, chucrute e cerveja de Pilsen. 
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Então nós demores uma caminhada em Nýrsko com o diretor do museu local. Ele nos mostrou a casa do escritor Josef Blau, que fez o livro “Baiern in Brasilien”, sobre os Zipperer e São Bento. Blau foi professor na escola local e um especialista na etimologia e história da fabricação de vidro na Floresta Boêmia. Foi expulso em 1946 e morreu no ano de 1960 em Straubing, Alemanha.

Casa de Josef Blau, o autor de "Baiern in Brasilien", obra sobre famílias de São Bento

A apresentação do livro de São Bento começou às 15h na livraria. O Sr. Polakovič cumprimentou todas as pessoas – havia cerca de 50 pessoas na plateia, além do diretor do museu, atendentes, uma senhora de autoridade de Plzeň, e o prefeito de Chudiwa/ Chudenín – cidade a qual pertencem as vilas de Santa Katharina, Flecken e Hammern.

Plateia em Nýrsko para o lançamento do livro "São Bento no Passado" na língua tcheca

Eu li o poema sobre São Bento e a história sobre o casamento da Floresta Boêmia. O Sr. Polakovič mostrou fotos do Brasil e também documentos sobre a emigração, como listas de navio e passaportes.
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No meio do seu discurso, houve um rumor na porta: um brasileiro está aqui! Nós pensamos: “O pessoal de São Bento nos encontrou! Um milagre!”.
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Mas era Alessandro, um brasileiro de São Paulo que se casou com uma tcheca e agora está empregado numa fazenda tcheca. 
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Então tivemos torrada com vinho tinto brasileiro e batizamos o livro.

Christa Petrásková e Petr Polakovič brindam o lançamento do livro em tcheco.

 Uma outra surpresa! Uma bela senhora, chamada Kvetoslava Zipperer, que manteve por muito tempo correspondência com o Brasil, mas que a enviou para alguém na Inglaterra. Ela só fala tcheco, então não entendeu que tipo de papéis era.
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Já era quase tarde quando tivemos que partir, porque eu precisava pegar o último ônibus de Praga para Jablonec, que saía às 20h30. Em Praga estava chovendo, mas em Jablonec havia grande quantidade de neve. Meu cachorro Brutus ficou muito feliz ao me ver às 22h30.

Família Fendrich – Parte I

O imigrante Anton Zipperer, um dos pioneiros da colonização de São Bento do Sul, veio ao Brasil em 1873 e trouxe consigo a esposa e mais seis filhos. A sua primogênita, chamada Catharina Zipperer, permaneceu na Europa. Acredita-se que, na ocasião, ela já morava em Viena com seu esposo Friedrich Fendrich. A permanência em solo europeu, no entanto, não se prolongou por muito tempo, pois em 1875 Friedrich e Catharina também resolveram tentar a sorte no Brasil. Assim como os Zipperer, os Fendrich se instalaram na atual cidade de São Bento do Sul.

Friedrich Fendrich, o imigrante, era filho de Franz Fendrich e Maria Magdalena Trnka, os últimos desse sobrenome que se tem notícia. Nasceu no dia 24.04.1843 em Lomnitz, perto de Hochin, na Boêmia. Há mais de uma cidade com esse nome na República Tcheca – país que abriga o atual território da Boêmia. A melhor pista aponta para a cidade de Lomnice nad Luznici, antiga Lomnitz, 112 quilômetros ao sul de Praga, perto de Hluboka nad Vitavou, antiga Hosin. Apesar dessa coincidência, o pesquisador tcheco Petr Kalivoda informou que o sobrenome Fendrich não existe nessa região e que, no período de nosso interesse, nunca existiu nas redondezas (KALIVODA, 2008). De qualquer forma, o nome da aldeia de Lomnitz representa um avanço na biografia de Friedrich Fendrich, pois era desconhecido de todos aqueles que escreveram sobre este personagem.

Não é possível precisar a data em que Friedrich Fendrich se mudou para Viena. O cronista Josef Zipperer comenta que Fendrich passou em Viena “toda sua infância e mocidade” (ZIPPERER, 1951, p. 93). Assim sendo, também é de se supor que os pais estivessem com ele. Na capital austríaca, Friedrich aprendeu o ofício de sapateiro. Provavelmente, também foi lá que se casou com Catharina Zipperer, nascida no dia 08.07.1845 em Flecken, na Boêmia, primogênita de Anton Zipperer e Elisabeth Mischeck. Em 03.05.1874, o casal teve a filha Hedwiges, que também iria imigrar ao Brasil no ano seguinte.

Josef Zipperer afirma que as cartas escritas pelos imigrantes pioneiros aos parentes que ficaram na Europa facilitaram a posterior vinda de famílias como os Fendrich, Schadeck, Tschöke e Knittel. Isso porque, nessas cartas, a região era descrita como o verdadeiro “paraíso que o velho Adão nos fez perder” (ZIPPERER, 1951, p. 18). Diziam que a caça e a pesca, ao contrário do que acontecia na Boêmia, podiam ser livremente exercidas, e que não era preciso pagar pelo ensino, e nem contas de médico ou impostos – o que não diziam era que praticamente inexistiam possibilidades de caça e pesca, e que não havia nenhuma escola e nenhum médico que pudessem ser pagos pelos seus serviços.

Não se sabe com que frequência houve esse contato entre os Zipperer e os Fendrich, mas, de alguma maneira, ele realmente existiu. O diretor Ottokar Doerffel, em ofício citado por Ficker (1973), afirma que os Zipperer, tendo conseguido prosperar nos seus terrenos em São Bento, foram à Direção da Colônia para pagar a passagem de parentes que ainda estavam na Europa. Doerffel referia-se a Friedrich Fendrich e sua esposa Catharina Zipperer, o que é possível comprovar através de um documento da Companhia Colonizadora reproduzido no livro de Josef Zipperer (1951). Assim, os Zipperer contribuíram para que também os Fendrich pudessem vir ao Brasil. 

Outra vez, o pai de Anton Zipperer

Venho comentando há algum tempo aqui no blog sobre a inconsistência que encontrei quanto ao nome do pai do imigrante Anton Zipperer, pioneiro na colonização de São Bento do Sul, e ancestral de todos os atuais portadores do sobrenome na região. A versão propagada em trabalhos recentes, como o de José Kormann sobre o “Tronco Zipperer”, apontava como pai de Anton um certo Adam Zipperer. A origem dessa versão, imagino, é o livro de Josef Blau chamado “Bayern in Brasilien”, que contém um capítulo específico sobre a família, e nele cita, justamente, Adam Zipperer como o pai de Anton.

Eu também havia aceitado essa versão, que ganhava ainda mais credibilidade ao lembrarmos que Blau escreveu seu livro com base em referências feitas pelos são-bentenses Jorge e Martim Zipperer – netos do imigrante Anton Zipperer. Assim, imaginei que foram os dois que passaram a Blau a informação de que seu avô era filho de Adam Zipperer e, assim sendo, não haveria qualquer motivo para colocar dúvidas quanto a essa versão.

Passei a ficar intrigado, no entanto, quando recebi de um pesquisador tcheco a informação de que o registro de casamento de Anton Zipperer e Elisabeth Mischeck aponta como pai do noivo um Jakob Zipperer – nome que, segundo Blau, era o pai de Adam. Cogitei que pudesse ter havido equívoco na transcrição feita pelo padre, coisa que acontecia com frequência. Mas, logo em seguida, abandonei de vez a hipótese de Adam ser o pai.

Isso porque havia recebido de outro pesquisador tcheco as informações contidas no próprio registro de batismo de Anton Zipperer, em 1813, e nele consta claramente que seu pai era Jakob Zipperer, o mesmo nome que consta por ocasião do seu casamento. À força dos documentos, eu era levado a crer que Jorge e Martim Zipperer haviam, de alguma maneira, se equivocado ao passar informações familiares para o livro de Josef Blau.

Agora, no entanto, descobri que eles não tiveram culpa. Recebi há alguns dias um extenso e bem cuidado trabalho do primo Osny Zipperer, neto de Jorge, no qual existem referências e até mesmo transcrições de valiosos documentos familiares. Entre eles, existem diversas cartas trocadas entre Jorge e seus parentes por ocasião da sua viagem à Boêmia, em 1938. Numa delas, quando já voltara ao Brasil, Jorge escrevia a certa Zipperer da Europa:

Meu avô Anton Zipperer, nascido em Flecken em 1813, era o único filho de uma viúva, e era em seu lar denominado como o “Witwentoni”. Meu avô era morador em Krouhansel em Flecken, seu pai chamava-se Jacob, se não me engano.

Disso se conclui que não veio de Jorge Zipperer a informação de que Anton era filho de Adam Zipperer. Ao contrário, Jorge acreditava, mas não tinha certeza, de que seu bisavô se chamava Jakob Zipperer. Os documentos encontrados nos arquivos da Boêmia mostram que Jorge não estava enganado, e era exatamente esse o nome do pai de Anton. O nome de Adam, assim sendo, parece ser equívoco unicamente, embora involuntário, de Josef Blau.

Jorge Zipperer também informa à sua correspondente que não sabia dizer o parentesco com ela, já que, para isso, seria preciso ter consultado livros e registros eclesiásticos na Boêmia, coisa que não havia tido oportunidade para fazer. Se tivesse, Jorge ia comprovar que Jakob era o pai de Anton. De onde Blau tirou o nome de Adam, ainda é um mistério.

 O mesmo documento informa ainda que Anton tinha duas irmãs menores, informação ainda desconhecida. Uma outra informação, que desconheço a origem, precisa ser retificada também: Anton Zipperer não nasceu em 26.02.1813, mas em 12.01.1813. Essa é a informação que consta do seu registro de batismo.

Uma visita à terra natal dos Zipperer

Meu amigo e parente Evandro Zipperer fez no mês de maio uma viagem à Europa, e nela aproveitou para conhecer a aldeia natal de seus ancestrais, que também são os meus. Da aldeia de Flecken (hoje chamada Fleky), na República Tcheca, o imigrante Anton Zipperer partiu em 1873 na companhia de esposa e filhos para imigrar ao Brasil, tendo aqui se tornado um dos pioneiros na colonização de São Bento do Sul. Evandro fez o interessante relato que segue abaixo sobre as impressões que a visita lhe causou:

O ponto culminante foi a visita que fiz à Böhmerwald mais precisamente à Fleky!!!

Foi muito emocionante e repleto de surpresas!! Eu fiquei visivelmente emocionado em encontrar o local e respirar o ar onde os meus antepassados viveram!!! Quisera encontrar alguém para conversar e buscar mais informações. Mas era só eu e minha esposa. Encontrei um senhor que estava trabalhando numa obra de uma casa e ele era de Hamry. Mas não dispunha de tempo para conversar “ich muss arbeiten”.

Foi muito tocante principalmente no local da antiga igreja de Rothenbaum. Foi o ponto culminante e ali a minha esposa encontrou uma cruz demarcando uma antiga sepultura com o nome “Zipperer” inscrito na madeira!!! E bem cuidado, sinal que alguém cuida do local. Ver foto anexa.

A região é muito bonita e o local da igreja está bem cuidado, com o antigo fundamento, a pia batismal, uma cruz e todas as lápides dispostas e encostadas na lateral do antigo cemitério!! Vale a pena visitar. Registrei a visita com uma porção de fotos; voce não imagina a solidão e o silêncio que faz naquelas paragens. E tudo cercado de verde e árvores frondosas. Silêncio sepulcral e de fato os mortos jazem em sossêgo naquele lugar. O silêncio era tão profundo que nos sentíamos no fim do mundo, só nós dois e o cantar dos pássaros. Não imaginava uma coisa dessas!

Só posso agradecer ao bom Deus em conceder a realização desse sonho; me sinto revigorado e o ar de lá fez bem; me sinto mais “zipperer” e orgulhoso de ver nascer uma familia advinda de plagas tão distantes e diferentes. Orgulhe-se do nome que tem; é a coisa mais cara que pode existir. Na simplicidade do local ecoam hoje os sons dos pássaros que talvez queiram conversar com a gente. A coisa toca profundo!

Andei por todas as pequenas vilas e pasme que tudo está sinalizado com as indicações de distâncias, etc. Denota muita organização em termos de administração. Mas infelizmente tem muitas casas em ruínas e outras sendo reformadas. Deve ser o reflexo de tudo aquilo que já foi perpetuado na região em função de guerras, política, etc.

As tuas indicações com os nomes dos locais foi muito valiosa e serviu de estudo antecipado para me dirigir para aquele lugar. O Hilário Rank aí de São Bento foi importante dando as dicas e roteiro com os locais a serem visitados. 

Quiçá um dia voce vai visitar essa região, o que seria um coroamento pela dedicação e respeito às pesquisas que realiza. Vale a pena colocar no roteiro. 

A família Zipperer quase foi para a Austrália

A família Zipperer de São Bento do Sul por pouco não foi parar do outro lado do mundo. Isso porque um dos objetivos da família, enquanto ainda morava na Boêmia, era imigrar para a Austrália. Josef Zipperer, ao relatar essa história, não diz exatamente qual foi o motivo para que a Austrália fosse o destino preferido da família. O cronista também deixa claro que nenhum deles fazia a menor ideia de onde ficava a Austrália.

É provável que, de alguma maneira, tenha chegado aos ouvidos daqueles rústicos moradores da Boêmia relatos de pessoas que já haviam imigrado para lá. Zipperer, no entanto, menciona apenas que houve antepassados da família imigrando para a América do Norte e para a zona balcânica do Império Austríaco – não para a Austrália.

E realmente, não é difícil encontrar membros da família Zipperer da Boêmia que imigraram para a América do Norte. A imigração de famílias boêmias em geral, e não apenas dos Zipperer, foi bastante significativa para os Estados Unidos. Esse é mais um motivo para que estranhemos a escolha da Austrália – país no qual não conseguir achar um Zipperer.

Flecken, a aldeia natal dos Zipperer (A) e a localização geográfica da Austrália (B). Por fim, os Zipperer decidiram imigrar para o outro lado, chegando no Brasil em 1873.

Sabemos que, por fim, a Austrália não foi escolhida. Parece não ter havido uma oportunidade concreta para imigrar. A primeira chance real convidava a família Zipperer a imigrar não para lá, mas para o Brasil. E o que seduziu os Zipperer a imigrar para cá foi saber que o país também era governado por um imperador e confessava a religião católica.

Essas características animaram a família e eles enfim optaram pelo nosso país. Eles imigraram no ano de 1873 e fizeram parte do primeiro contingente de imigrantes que colonizaram a atual cidade de São Bento do Sul.

E a Austrália? Continuou longe demais para saber onde ficava.

Friedrich Fendrich em Viena IV

Friedrich Fendrich, ancestral de todos os Fendrich da região de São Bento do Sul, não nasceu em Viena – embora essa história venha sido repetida até hoje por alguns historiadores locais. Já tivemos a oportunidade de especular os motivos que o levaram a se mudar de Lomnitz, sua aldeia natal na Boêmia, para a charmosa capital austríaca. Também já desmentimos a história contada por José Kormann de que a esposa de Fendrich havia assistido ao incêndio do Teatro Ringtheater, em Viena. E, por fim, também já cogitamos a maneira com que Fendrich e Catharina Zipperer se conheceram na cidade.

Ferroviária no sul de Viena. A foto teria sido tirada no ano de 1875. Foi exatamente nesse ano que a família de Friedrich Fendrich imigrou ao Brasil.

Temos ocasião agora de falar sobre a existência de outros Fendrich em Viena, evidenciada pelo seu mais ilustre representante nos dias de hoje: o cantor, ator e apresentador Rainhard Fendrich, personagem de destacada popularidade na Áustria. Não significa, a princípio, que ele venha do mesmo ramo que os Fendrich brasileiros, apesar da coincidência de ser natural de Viena. Ao mesmo tempo, também não se descarta essa possibilidade: sabemos muito pouco sobre a família até agora.

Já encontrei citações de que o sobrenome Fendrich é, em sua origem, austríaco, o que naturalmente explicaria a presença de pessoas com esse sobrenome em Viena. A primeira “versão” do nome é “Fähnrich”, que vem do alemão medieval e representa o oficial mais jovem do regimento e que carrega a sua bandeira (Fähne) de identificação. Corresponde ao nosso cadete, alferes ou guarda-marinha. As diferentes formas de escrever o sobrenome sugerem a existência de famílias diversas. Rainhard Fendrich, no entanto, é da mesma região e tem o sobrenome com a mesma grafia.

Rainhard Fendrich, nascido em Viena, é um dos mais famosos astros pop da Áustria.

Por motivos ignorados, nossos Fendrich se afastaram da Áustria e migraram para a Boêmia. Não é possível dizer quanto tempo estiveram lá. De qualquer forma, a ida de Friedrich Fendrich para Viena representa uma volta da família ao seu provável local de origem. Isso nos leva a cogitar que a migração para a Boêmia fosse recente e que ainda houvesse contatos familiares em Viena. Como cremos que Friedrich foi para a Áustria sem os pais, essa hipótese ganha força. Talvez tenha se mudado para a casa de parentes.

Desconhecemos, até hoje, que Friedrich tenha tido irmãos. Se os teve, não vieram ao Brasil – e assim sendo, deixaram descendentes possivelmente também na capital austríaca. Não é de todo improvável que Viena tenha um único ramo familiar de Fendrich e que ele também inclua o Rainhard Fendrich. São hipóteses que, por enquanto, ainda não podem ser confirmadas.

A ponte Aspernbrücke, em 1875. Viena conta até hoje com membros da família Fendrich. É possível que Friedrich Fendrich tenha encontrado parentes ao ir para lá.

Rainhard Fendrich – Nasceu em Viena no dia 27/02/1955. É um dos mais bem sucedidos astros pop austríacos. Apesar do sucesso em seu país, é pouco conhecido nos outros países que falam alemão, e praticamente desconhecido nos que não falam. Uma de suas canções mais populares no país é “I am from Austria”, de 1990. Atuou em musicais na cidade de Viena e participou de vários filmes austríacos e alemães. Foi apresentador de alguns programas de TV, incluindo o “Show do Milhão” da Áustria. Recebeu, inclusive, premiação de melhor apresentador da década de 90 em seu país.

Fendrich foi casado entre 1984-2004 com Andrea Sator. O divórcio rendeu considerável publicidade. O casal teve os filhos Florian e Lucas Fendrich, que tentou a carreira musical, mas ainda sem muito sucesso. Em 2006, Rainhard foi pego pela polícia de Viena comprando cocaína. Ele admitiu que usava havia 15 anos e foi imediatamente para um clínica de recuperação de drogados – apesar disso, não se livrou de pagar uma multa. O mais interessante é que tudo isso não teve nenhuma influência visível na sua popularidade.

Foto de Anton Zipperer e Elisabeth Mischeck

Essa é a foto de Anton Zipperer (1813-1891) e sua esposa Elisabeth Mischeck (1822-1888), casal que imigrou de Flecken, na Boêmia, e se tornou pioneiro na colonização de São Bento, em 1873. Está disponível no Arquivo Histórico. Tentei descobrir mais sobre o “J. Weiss e irmão”, mas ainda não tive sucesso. A foto também está reproduzida no livro “São Bento no Passado”, compilação das memórias de Josef Zipperer. Considerando que Anton já passava dos 60 anos quando imigrou, está bem conservado.

 

Friedrich Fendrich em Viena III

Já tivemos oportunidade de especular sobre os motivos que levaram Friedrich Fendrich a deixar sua aldeia natal para morar em Viena. Mas e sua esposa Catharina Zipperer, nascida em Flecken, na Boêmia, como é que foi parar na capital da Áustria?

A primeira referência de um membro da nossa família Zipperer em Viena acontece ainda na primeira metade da década de 1830, quando o pioneiro Anton Zipperer lá esteve, aparentemente por curto período, atuando como soldado. Anton também esteve em Klosterneuburg e Verona, onde ficou por dez anos e então voltou para Flecken, na Boêmia. Ou seja, não deve ter estabelecido qualquer tipo de vínculo maior com Viena.

O primeiro filho homem de Anton Zipperer, chamado Josef Zipperer, teve uma participação maior na capital da Áustria. Por volta de 1865, ele trabalhou em Viena como tanoeiro. Essa mudança parece refletir a importância que a cidade exercia economicamente no contexto da região. Pessoas, aparentemente, se mudavam para Viena a fim de conseguir melhores empregos. Também lá, Josef Zipperer se apresentou livremente ao Regimento Vienense quando estourou a Guerra Franco Prussiana, em 1866. Após a guerra, voltou para a Boêmia, e lá passou a trabalhar também como tanoeiro.

Josef voltou a Viena em 1870, depois de passar um período trabalhando como tanoeiro numa cervejaria em Eisenstein, aldeia próxima da divisa entre Boêmia e Bavária. Foi enquanto lá trabalhava, também numa cervejaria, que Zipperer teria contraído a misteriosa doença, estranhamente omitida em suas memórias, e que desencadearia a imigração da família. Ou seja, Josef lá esteve, na sua segunda passagem, por aproximadamente três anos, já que em junho de 1873 os Zipperer embarcaram rumo ao Brasil.

Espécie de bonde a cavalo existente em Viena no ano de 1872. Na ocasião, Josef Zipperer trabalhava na cidade como tanoeiro em uma cervejaria.

Esses são os registros conhecidos da família de Catharina em Viena. Tudo que podemos cogitar é que, em algum momento, ela também esteve na capital austríaca, e talvez possa ter morado lá também, na companhia do seu irmão. A maneira que a levou a encontrar seu esposo Friedrich Fendrich permanece totalmente desconhecida. Podemos supor muitas coisas, como um encontro na cervejaria de Josef Zipperer – figura que parece ser digna de muito apreço por Fendrich, já que foi o padrinho de todos os seus filhos nascidos no Brasil.

Aparentemente, Catharina e Friedrich já moravam juntos em 1873, pois quando a família Zipperer imigrou, naquele ano, o casal permaneceu em Viena, onde se casou e batizou a filha Hedwiges. A permanência na capital da Áustria, no entanto, não se prolongaria por muito tempo, pois já em 1875, depois que a família Zipperer pagou as suas passagens, os Fendrich também imigraram ao Brasil.

Livro encontra dificuldades para ser publicado

O livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”  está aguardando pelo encaminhamento do projeto junto aos órgãos governamentais de Santa Catarina. A informação foi do organizador Toni Jochem, que afirmou existirem dois PTEC para o projeto (817/090 e 1892/100). Jochem também disse, que em todos os contatos, a resposta é sempre que é preciso esperar, esperar, esperar. Possivelmente, os autores que quiserem terão que partir para um plano alternativo, que consiste no próprio custeio da obra.

O projeto contará com a participação de famílias de São Bento do Sul e região. Foram inscritas as seguintes famílias e seus respectivos autores:

Angewitz – Márcio Ricardo Staffen

Bollmann – Antônio Dias Mafra

Diener – Douglas Moeller Diener

Fendrich – Henrique Luiz Fendrich

Froehner – Juliano Froehner

Hackbarth – Zilda Hatschbach

Hatschbach – Zilda Hatschbach

Hümmelgen – Cristian Luis Hruschka

Kobs – Sueli Aparecida Tuleski

Prüss – Flávio Pruess

Roesler – Henrique Luiz Fendrich

Schindler – Flávio Pruess

Schuhmacher – Márcio Ricardo Staffen

Staffen – Márcio Ricardo Staffen

Zipperer – Henrique Luiz Fendrich

Esperamos que a situação possa ser resolvida brevemente. A obra era para ter sido publicada ano passado, quando se lembrava dos 180 anos da imigração alemã no estado. É importante o registro da história dessas famílias que, embora em número reduzido, representam significativos subsídios para o entendimento do passado de São Bento do Sul e região.

Anton Zipperer e Georg Zipperer

Como eu já havia cogitado em artigo neste blog, o imigrante Georg Zipperer, um dos 70 pioneiros da colonização de São Bento do Sul, não era irmão do também pioneiro Anton Zipperer, conforme poderia se concluir de algumas passagens da obra “São Bento no Passado”, de Josef Zipperer. O quato casamento de Georg Zipperer, acontecido em São Bento do Sul no ano de 1897 com minha tetravó Anna Trojan, viúva de Wenzel Hannusch, aponta como pais outro Georg Zipperer e Anna Augustin. Pelo registro de batismo e de casamento de Anton Zipperer, sabemos que seus pais eram Jakob Zipperer e Therezia Bohmann, nomes absolutamente diversos.

Se ainda abríamos possibilidade para um eventual equívoco no nome dos pais de Georg Zipperer, a hipótese está totalmente descartada agora que consultamos o registro do seu terceiro casamento, com Magdalena Zipperer,  viúva de Wenzel Pscheidt, ocorrido em São Bento mas registrado nos livros de Joinville, em 1876. Nesse assento, seus pais também aparecem como Georg Zipperer e Anna Augustin, o que nos leva a crer que eles realmente eram assim chamados, e que, portanto, ele não pode ser irmão de Anton Zipperer – que inclusive foi uma das testemunhas desse casamento.

Josef Zipperer, em dado momento, chama os dois de primos, o que nos parece mais provável. Se assim for, resta descobrir quem foram os pais de Jakob e Georg Zipperer, para então poder conectar as duas famílias Zipperer que imigraram para São Bento do Sul. Permanece, no entanto, a dúvida sobre quem seria o Adam Zipperer citado na obra de Josef Blau “Bayern in Brasilien” como pai de Anton, o que claramente não procede.

Friedrich Fendrich em Viena II

Quando Friedrich Fendrich e sua esposa Catharina Zipperer deixaram a cidade de Viena, em 1875, o teatro Ringtheater ainda estava em pé. Na verdade, ele mal acabara de ser construído. As obras haviam se iniciado em 1872 e terminaram dois anos depois. A abertura oficial aconteceu em 17.01.1874, e o teatro se destinava a operas cômicas, em contraponto à seriedade do Wiener Hofober, outra casa de ópera da cidade. Em setembro de 1878, quando a família Fendrich não estava mais em Viena, o foco da casa mudou para as peças faladas, com óperas alemãs, italianas e variadas. O nome, então, foi mudado para Ringtheater.

Em 1881, a direção do teatro quis aumentar a capacidade de público do lugar, que já estava pequeno. Um arquiteto se viu forçado então a aumentar para cima a construção do teatro. As conseqüências foram desastrosas, pois no dia 08.12.1881, antes da apresentação do “Les contes d’Hoffmann” iniciou-se um incêndio que destruiu totalmente o teatro, matando ao menos 384 pessoas que lá estavam para a apresentação.

Ruínas do Ringtheater, destruído em um incêndio em dezembro de 1881

Como já estavam no Brasil há mais de seis anos, os Fendrich, naturalmente, nada viram desse incêndio ocorrido em Viena. Por essa razão, não entendemos e consideramos totalmente improcedente a afirmação de José Kormann de que Catharina Zipperer estava na capital austríaca no dia da tragédia. Em seu livro “O Tronco Zipperer”, Kormann afirma que Catharina era empregada na casa de um professor em Viena, e que ele não queria deixar os seus filhos irem ao Ringtheather naquela noite. A mãe, no entanto, permitiu que fossem escondidos, e o incêndio fez com que perecessem. Assim nos conta Kormann, que ainda afirma, equivocadamente, que a tragédia aconteceu dois anos depois, em 1883.
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Ora, Catharina Zipperer e seu esposo Friedrich Fendrich estavam no Brasil desde 1875, e não há razão nem registro que nos levem a acreditar que tenham voltado para Viena depois disso. Em setembro de 1881, três meses antes do incêndio, nasceu em São Bento do Sul meu bisavô Frederico. Admitindo-se absurdamente que neste período eles voltaram para a capital da Áustria, a inquieta família já estaria de volta em 1883, quando batizaram o filho José em São Bento. Certamente não haveria dinheiro nem ânimo para tamanho empenho e, mesmo que houvesse, nada consta em livros de registros de passageiros.

Assim, não nos resta a menor dúvida de que a afirmação é falsa, pra não dizer totalmente absurda. Kormann não nos informa qual foi a sua fonte, e não me respondeu quando lhe perguntei sobre o assunto por correspondência. Praticamente nada se sabe sobre o passado da família Fendrich em Viena, mas uma coisa já é possível afirmar sem medo: eles não estavam lá quando o Ringtheater incendiou.

Friedrich Fendrich em Viena

É sabido que o imigrante Friedrich Fendrich, sapateiro e primeiro professor do núcleo central de São Bento, veio ao Brasil de Viena, capital da Áustria. Fendrich, no entanto, nasceu na aldeia de Lomnitz, na Boêmia. Não sabemos com precisão ainda em que momento e por quais motivos Fendrich deixou sua aldeia natal e partiu para Viena – grande centro urbano da época.

Até pouco tempo, não estava descartada a hipótese de que Friedrich teria se mudado bastante jovem para lá, possivelmente ainda criança, acompanhado dos pais, Franz Fendrich e Maria Magdalena Trnka. Agora, somos levados a crer que Friedrich se mudou sozinho para Viena – essa descoberta é importante para podermos pensar nos possíveis motivos para a sua mudança.

A descoberta surgiu porque Friedrich Fendrich registrou civilmente em São Bento do Sul, no ano de 1891, seu filho mais novo, Rodolfo Fendrich. Nesse assento, Friedrich declara Lomnitz como sua naturalidade, que se casou com Catharina Zipperer em Viena, e que seus pais já haviam falecido na Boêmia. Admitindo que isso seja verdade, é de se supor que Franz Fendrich e sua esposa não acompanharam Friedrich quando este se mudou para a capital da Áustria.

Ainda se sabe muito pouco sobre o passado de Friedrich Fendrich na Europa. A mudança para Viena sugere uma busca por estudo ou trabalho – de fato, consta que Friedrich era homem bastante sabido em meio aos imigrantes e que, além disso, teria aprendido em Viena o seu ofício de sapateiro.

Se não sabemos com exatidão o motivo que levou Friedrich à Viena, também estranharíamos a mudança que o trouxe até São Bento, se considerarmos que a urbanizada capital austríaca contava com cerca de 700 mil habitantes na época, enquanto que a nossa cidade, no meio do mato, contava com mais ou menos 500 caboclos. Vieram, ao que tudo indica, seduzidos pelos relatos da família de sua esposa, Catharina Zipperer, que pintavam a região como verdadeiro paraíso e, além de tudo, custearam a passagem da família.

A Catedral de Viena, em 1870, contrasta absurdamente com o “estábulo”, como chamou José Zipperer, que se tornou a primeira igreja de SBS

Tenho pesquisado muita coisa e sobre muitas famílias, mas as pequenas e até mesmo raras descobertas sobre os Fendrich, família do qual porto o sobrenome, estão entre as que mais me emocionam. Escrevi recentemente um artigo de 10 páginas sobre a saga da família Fendrich, que deveria ser publicada no livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”, obra que ainda não saiu. Caso demore mais, publicarei aqui no blog.

Os 70 Primeiros Imigrantes de São Bento do Sul

Como várias pesssoas têm procurado no blog ou no google sobre o nome dos imigrantes pioneiros de São Bento do Sul, cito-os um a um conforme constam no livro “São Bento na Memória das Gerações”, de Alexandre Pfeiffer, publicado em 1999. Posteriormente, qualificarei cada um de acordo com a origem e família. A ordem corresponde à numeração dos lotes.

Ferdinand Kaulfersch, Theodor Sill, Karl A. Richter, Ferdinand Warel, Anton Becker, August König, August Natzke, Jacob Neubauer, Ludwig Selke, Ferdinand Mayer, Louis Guthmann, August Schroeder, Gottlieb Engel (Engler), Johann Glade, Friedrich Mielke, August Schneider, Wilhelm Huemmelchen, Johann Ziemann, Wilhelm Redel, Karl Becker, Anton Procop (Brokopf), Wilhelm Neumann, Wilhelm Ruske, Joseph Beierl, Georg Stueber, Ignatz Rohrbacher, Georg Zipperer, Anton Duffeck, Ignatz Pablowski, Martin Leck, Joseph Jelinski, Theodor Frick, Johannes Hinz, Thomas Cherek, Jacob Pillat, Casimir Waldmann, Joseph Brezinski, August Grimm, Ony Turmannkiewicz, Johann Hardt, Michael Karaschinski, Michael Witt, Friedrich Hackbarth, August Porges, Anton Jeroschewski, Heinrich Marschalk, Michael Gatz, Anton Zipperer, Johann Rossdeutsch, Georg Schielein, Franz Lella, Anton Jaschefsky, August Küchler, Wilhelm Berutzky, Felix Marschalk, Joseph Konkel, Joseph Niemezuck, Vicentz Czapiewicz, Joseph Faralich, Joseph Dziedzik, Franz Dolla, Joseph Wegrzyn, Thomas Fuhrmann, Brunislau Harz, Christian Marre, Gottlieb Ledebour, Mathias Piritsch, August Leffke e Octavian Tzerner.

Primeiros Imigrantes de São Bento (1873-1877)

Recentemente, foi publicada a revista “Imagens da História – São Bento do Sul”, da autoria de Vera Alice Arnholdo e Kalil de Oliveira. A obra conta partes importantes da história da cidade com base em fotografias do acervo do Arquivo Histórico Municipal de São Bento do Sul. Entre essas fotos, existe uma que é uma verdadeira preciosidade, por conta dos personagens que dela fazem parte. Trata-se de uma foto com vários dos primeiros imigrantes que vieram a São Bento do Sul entre os anos de 1873-1877. Muitos desses imigrantes ainda não haviam sido identificados em outras fotos. Agora, é possível comparar as suas figuras com aquelas de outros retratos antigos.

Aproveitando a existência e publicação dessa preciosa foto, me dispus a detalhar um pouco sobre os personagens que nela aparecem. As informações estão disponíveis nos livros de registro eclesiástico de São Bento do Sul, mas podem também ser encontradas de forma mais organizada (separadas por famílias) na indispensável publicação “Famílias Tradicionais”, de Paulo Henrique Jürgensen.

Estimo a data da foto para o final da década de 10 e primeiros anos da década de 20.  Ei-la, seguida dos respectivos comentários sobre os imigrantes. O site do Arquivo Histórico também disponibiliza a fotografia, e num tamanho maior, bastando clicar aqui.

Sentados, na primeira fileira:

Carl Ehrl Sênior. Nascido em Hammern, na Boêmia, filho de Georg Ehrl e sua esposa Catharina Rückl, que recebaram um lote colonial em 1876 na Estrada das Neves. Imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Humbolt. Casou-se em São Bento do Sul no dia 09.07.1879 com Barbara Bayerl ou Beil, filha de Georg Bayerl e Elisabeth Achatz. Viúvo, casou-se em 23.10.1888 com Francisca Bayerl, irmã da sua primeira esposa. Faleceu no dia 18.11.1944, aos 88 anos. Entre os filhos conhecidos, teve André, Carlos e Anna, os dois últimos falecidos ainda pequenos.

Anton Friedrich (Zuca Fritz). Imigrou ao Brasil  aos 25 anos em 1877 a bordo do Buenos Ayres, trazendo consigo a mãe Anna, de 59 anos, já viúva. Foi um dos sócios-fundadores da atual Sociedade de Cantores 25 de Julho, da qual foi inclusive o primeiro presidente, além de compositor de hinos e poesias. Sobre sua família no Brasil, ainda não foram feitas maiores descobertas.

Jacob Treml. São Bento do Sul teve dois Jacob Treml, pai e filho. O primeiro nasceu no dia 28.08.1842, na região de Flecken e Rothenbaum, na Boêmia, como filho de outro Jacob Treml e de Barbara Bachmeier, filha de Georg Bachmeier. Casou-se com Maria Böhm, filha de Josef Böhm e Maria ou Catharina Rank. O casal imigrou ao Brasil pelo Humboldt em 1876. Era carpinteiro e recebeu um lote colonial na Estrada Rio Negro. Jacob Treml faleceu no dia 11.03.1924. O casal teve ao menos os filhos Josef, Barbara, Jacob, Antônio, Maria, Francisca, João, Bárbara e Thereza. Jacob Treml, o filho, nasceu em Rothembaum no dia 10.08.1875 e faleceu em São Bento do Sul no dia 21.05.1948. Foi casado com Maria Catharina Fendrich, filha do sapateiro Friedrich Fendrich e de Catharina Zipperer. Foram pais de Jacob, Fernando, Maria, José, Francisca, Carlos, outra Francisca, João, Antônio, Rodolfo, Hedwiges, Frederico e Alfonso.

Johann Hinsch. Provavelmente é Johann Hinz, natural de Dunowica, filho de Carolina Hinz, e que foi casado com Josephina Tuszkowka, natural de Wiele (Konitz), filha de Michael ou Bartholmeu Turschkowski e Mariana Franciska (?). Johann Hinz foi um dos 70 pioneiros de São Bento do Sul. Lavradores, estabeleceram-se na Estrada Wunderwald lado Norte. A esposa de Johann faleceu no dia 05.07.1927, aos 74 anos. Foram pais de João, Anastácia, José Adão, e possivelmente de outros.

Josef Rohrbacher. Não há certeza sobre a identidade de Josef Rohrbacher. À princípio, pensou-se ter sido o mesmo que imigrou pelo Humboldt em 1876, aos 54 anos, operário, vindo de Hammern, já na condição de viúvo, e que trouxe consigo a filha solteira Catharina, de 26 anos. Esse Josef, no entanto, faleceu no dia 22.02.1907, aos 88 anos, e quer nos parecer que a fotografia foi tirada em época posterior. No mesmo navio veio a família de seu filho Franz Rohrbacher, casado com Theresia, e os netos Carl e Franz. Seu filho Franz foi aquele que já havia estado em São Bento quando foi contratado pela Sociedade Colonizadora para retornar à Boêmia e trazer mais imigrantes, missão na qual logrou êxito. Houve um outro Josef Rohrbacher que imigrou com 5 anos ao Brasil, acompanhado dos pais Ignatz Rohrbacher e Anna Seidel, sendo ele neto paterno de Georg Rorhbacher e Anna Maria Oberhofner, e neto materno de Franz e Catharina Seidel. Desse Josef, no entanto, ainda não foi encontrado registro em São Bento do Sul. Consultas posteriores poderão esclarecer a identidade do personagem fotografado.

Josef Augustin. Nascido e batizado em Santa Katharina, na Boêmia, sendo filho de Johann Augustin e Theresia Altmann, com quem veio ao Brasil a bordo do Humboldt em 1876. A família recebeu um lote colonial na Estrada das Neves. Além de moleiro, foi também músico, tendo feito parte da primeira bandinha que se tem notícia em São Bento, conhecida como Kapelle Augustin, da qual fazia parte também seu irmão Johann. Casou-se em São Bento do Sul no dia 20.11.1884 com Clara Rohrbacher,  filha de Georg Rohrbacher e Rosalia Stöberl, que imigraram pelo mesmo Humboldt em 1876, neta paterna de Carl Rohrbacher e Theresia Schreiner. Sua esposa faleceu aos 47 anos em 15.07.1911. Até o momento, são os conhecidos as filhas Francisca e Maria, esta última falecida aos 10 meses de idade.

Josef Robl. Operário, filho de Franziska Robl. Imigrou ao Brasil vindo de Schwarzenberg, na Bavária, com a mãe e a esposa Anna Pongratz, de Warzenried, filha de Anton Pongratz e Barbara Weiss. Moravam na estrada Argollo. Josef Robl faleceu no dia 07.04.1923, aos 75 anos, enquanto que sua esposa veio a falecer em 06.11.1937, aos 86 anos. O casal teve, ao que se tem conhecimento, os filhos Catharina, Francisco e José.

Wenzel Pscheidt. Nascido em Hammern, na Boêmia, no dia 17.07.1845, como filho de Wenzel Pscheidt e Anna Maria Aschenbrenner. Casou-se com Barbara Augusitn, filha de Josef Augustin e Ana Maria Modeln ou Modl. A família veio ao Brasil pelo Humboldt, em 1876. No mesmo ano, Wenzelu recebeu um lote colonial na Estrada dos Banhados a oeste. Moraram na Estrada das Neves. A esposa Barbara Augustin faleceu no dia 18.08.1927, aos 70 anos, enquanto que Wenzel Pscheidt faleceu no dia 19.02.1933. O casal teve, ao menos, os filhos José, Wenceslau, Maria, outro José e Bárbara.

Josef Zipperer (atrás, em pé). Nascido em Flecken no dia 14.11.1847, filho dos também imigrantes Anton Zipperer e Elisabeth Mischek, neto paterno de Jakob Zipperer e Theresia Bohmann, e neto materno de Thomas Mischek e Barbara Krall. Imigrou com os pais ao Brasil em 1873, a bordo do Zanzibar, tendo sido um dos primeiros proprietários de lote em São Bento do Sul. Casou-se no dia 18.04.1877 com Anna Maria Pscheidt, filha de Wenzel Pscheidt e Anna Maria Aschenbrenner, com quem teve os filhos Jorge, Wenceslau, José, Bárbara, Eva, Martim, um filho sem nome e Carlos. Sua esposa Anna Maria faleceu em 27.09.1933, e Josef Zipperer em 14.11.1934. As reminiscências do autor sobre a época da colonização deram origem ao livro “São Bento no Passado”, hoje uma das principais fontes históricas da cidade.

João Schreiner. Personagem cuja identidade ainda é desconhecida, podendo se tratar de filho do outro Johann Schreiner, também presente na fotografia, ou de seu irmão Luiz/Aloís Schreiner. No entanto, nesse caso não se trataria de imigrante, mas já teria nascido em solo brasileiro. Não há registros de outra família Schreiner que tenha imigrado para São Bento na época em questão.

Segunda fileira, partindo do lado esquerdo:

Alois Kahlhofer. Natural de Eisenstrass, na Boêmia, filho de Wenzel Kahlhofer e Franziska Kerschel. Imigrou em data e navio desconhecidos ao Brasil, tendo se casado em São Bento no dia 12.07.1880, aos 22 anos, com Therezia Maier, de 17 anos, natural de Hammern, na Boêmia, filha de Franz Maier e Anna Krall, neta paterna de Peter Maier e Therezia Zipperer, e neta materna de Franz e Theresia Krall. O casal teve ao menos os filhos Wenceslau, Catharina, Maria e Thereza. Aloys faleceu no dia 22.02.1939 em Mato Preto, aos 71 anos (SIC?), e sua esposa no dia 30.09.1948, aos 85 anos.

Roberto Hümmelgen. Nascido e batizado em Mühlheim sobre o Ruhr, filho de Wilhelm Hümmelhen, um dos imigrantes pioneiros de São Bento, e de sua esposa Theodora aus dem Bruch, que imigraram ao Brasil em 1873 a bordo do Guttenberg. Protestante, casou-se na igreja católica de São Bento no dia 26.03.1882 com Emma Swarowsky, nascida em 17.05.1862 em Schunburg, tendo sido batizada em Prichowitz,  e que veio ao Brasil em data e navio desconhecidos, filha de Johann Swarowsky e de Mathildes Schier. Com ela teve, ao menos, os filhos Frida e Irma.

Wilhelm Beckert. Natural de Catharinenberg e batizado em Reichenberg, na Boêmia, sendo filho de Anton Beckert, um dos pioneiros de São Bento do Sul, e sua esposa Carolina Hermann, com quem imigrou ao Brasil a bordo do Guttenberg, em 1873. Casou-se em São Bento no dia 15.02.1881, aos 22 anos, com Maria Stoll, de 18 anos, natural da Colônia Dona Francisca, filha de Jacob (Gottlieb) Stoll e Mari Schütz. Tiveram, ao menos, os filhos Carolina, Antônio, um sem nome e Guilherme.

Johann Müller. Filho de Wenzel Müller e Thereza Waldhausen, imigrou ao Brasil vindo de Stadtler (Kunzstetten), na Boêmia, a bordo do Santos, em 1877, tendo então 27 anos, e trazendo consigo a esposa Pauline Wolf, filha de Georg Wolf e Paulina Blechinger. Moravam na Estrada dos Banhados e tiveram, ao que se tem conhecimento, os filhos Carlos, Bertha, Francisco José, Maria, Anna e Wenceslau.

Josef Wand. Imigrou de Sonnenberg, na Boêmia, em 1877, a bordo do Rio, contando com 32 anos e sendo qualificado como operário. Trouxe consigo a esposa Rosine Kausch ou Hausch, que faleceu em 20.03.1914, aos 69 anos. Josef Wand veio a falecer em 15.11.1939, aos 93 anos. Era professor em 1899 na Estrada dos Bugres.

Jacob Liebl. Natural de Hammern, na Boêmia, filho de Kasper Liebl e Anna Maria Muckenschnabel,com quem imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Humboldt. Casou-se em São Bento no dia 23.01.1882 com Catharina Augustin, filha de Josef Augustin e Anna Maria Model. O casal era lavrador na Estrada dos Banhados e teve, ao que se sabe: Antônio, Francisca e Jacob.

Friedrich Labanz (no livro está “Lawanz”). Natural de Fedlis(?), na Prússia, imigrou ao Brasil de Eichstedt, também na Prússia, em 1876 a bordo do Bahia, trazendo consigo a esposa Wilhelmine Witt, natural de Münsterwalde, na Prússia Ocidental, filha de Michael e Relina Witt. Tiveram ao menos os filhos Ida Bertha, Emília, Alma Ottília, Maria Augusta, Hedwiges Agnes e Germano. Wilhelmine Witt faleceu aos 76 anos, no dia 05.06.1924, na casa da família, localizada  na Estrada Bismarck. Friedrich Labanz, ou Labenz, por sua vez, faleceu no dia 13.11.1925, aos 78 anos, na casa de seu genro Bertholdo Feix, situada à Estrada Dona Francisca.

Michael Roerl. Natural da Bavária, filho de Georg Roerl e Barbara Titz. Imigrou ao Brasil pelo Humboldt em 1876. Casou-se com Maria Krewsowa, natural da Boêmia, filha de João Krewens e Dorothea Krewsowa, com quem morava na Estrada das Neves. Maria faleceu no dia 07.12.1891, aos 48 anos, e Michael Roerl faleceu aos 82 anos no dia 26.01.1926. Foram pais de Michael, Josef, Catharina, Maria, José e possivelmente outros.

Gregor Wöhl. Filho de Andreas Wöhl e Theresia Hübner. Imigrou ao Brasil de Heinrichsdorf ou Grünwald, na Boêmia, a bordo do Vapor Vandalia, em 1876, contando à época com 29 anos. Trouxe consigo a esposa Mathilde Schwedler, de 29 anos, natural de Johannesberg, filha de Anton Schwedler e Joana Kleinert. O casal morava na Estrada das Neves. Gregor faleceu aos 78 anos no dia 01.10.1924. Teve com sua esposa os filhos Gregor, Anton, Julie, Roberto, Agostinho, Amália, Emília, Emílio, Estephania e Emílio Henrique, entre os que se tem conhecimento.

…. Liebl. Pode ser Josef, irmão de Jacob Liebl e Gaspar Liebl, também identificados na foto. Também pode ser Leopoldo ou Martim Liebl, imigrantes de outra família. Ou ainda pode ser um Carl Liebl, de uma terceira família, todas elas naturais de Hammern.

Sem Identificação (um pouco à frente de Liebl).

Terceira fileira, partindo do pedestal esquerdo:

Anton Görtner. Identidade ainda não definida. Houve um Anton Görnert, filho de outro Anton Görnert e de Anna Mensel, que veio ao Brasil de Gablonz, na Boêmia, a bordo do Valparaíso, em 1877, tendo na ocasião 45 anos, idade que parece muito avançada para ter ele sido retratado tanto tempo depois (estima-se que a foto seja do final da década de 10 e começo da década de 20). Esse Anton, no entanto, foi casado com outra Anna Mensel, filha de Domingos Mensel e Anna Mai, e com ela teve os filhos Anna, Julie, Maria, Anne e Bertha. Também houve em São Bento um imigrante chamado Anton Gärtner, mas que chegou ao Brasil apenas em 1881. A legenda da fotografia aponta que os imigrantes retratados chegaram entre os anos de 1873 e 1877. O caso ainda não está esclarecido.

Carl Zipperer. Nascido em Flecken, na Boêmia, no dia 18.10.1865, filho de Anton Zipperer, um dos imigrantes pioneiros da colonização de São Bento do Sul, e de sua esposa Elisabeth Mischek, neto paterno de Jakob Zipperer e Theresia Bohmann e neto materno de Thomas Mischek e Theresia Krall. Casou-se em São Bento do Sul no dia 04.05.1889 com Theresa Brey, filha de Carl Brey e Therezia Altmann, imigrantes de Santa Katharina, na Boêmia. Conta-se que Carl teria sido cervejeiro em Lençol, embora seu nome não aparça nos registros de impostos da época. O casal foi pai de José, Júlia, Bertha, Elisabeth, Maria, Rodolfo, Engelberto, Carlos e Hedwiges. Nos primeiros anos do século XX, Carl Zipperer se mudou para a região de Porto União, onde até hoje possui grande descendência.

Georg Dums. Existiram dois Georg Dums. O primeiro nasceu e foi e batizado em Grün, na Boêmia, sendo filho de Johann Dums e Barbara Pflanzer, na companhia de quem imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Humbolt. Em São Bento, casou-se aos 32 anos no dia 28.09.1891 com Maria Neppel, filha de Reinhold Neppel e Joana Seidl, neta paterna de Andreas e Thereza Neppel, e neta materna de Jacob Seidl. Ainda não são conhecidos prováveis filhos para o casal. O outro Georg Dums era natural de Hammern, na Boêmia, filho de Franz Dums e Anna Maria Linzmeyer. Foi casado com Maria Linzmeyer, natural de Roggenbaum, filha de Josef  Linzmeyer e Elisabeth Spaet. O casal imigrou ao Brasil em 1877 a bordo do Santos, tendo ele 37 anos e a esposa 29. Moravam na Estrada Dona Francisca e foram pais de Barbara, Ludwig, Francisco, Jorge, e possivelmente outros filhos.

Benedito Pscheidt. Nascido em Mühling e batizado em Neuern, na Boêmia, filho de Wenzel Pscheidt e Magdalena Zipperer, com quem imigrou a bordo do Humboldt em 1876. Casou-se em São Bento do Sul no dia 04.09.1883 com Franziska Lobermaier, que imigrou pelo mesmo navio, nascida e batizada em Santa Katharina, na Boêmia, filha de Georg Lobermaier e Barbara Grossl, neta paterna de Josef Lobermaier e Therezia Altmann, e neta materna de Wenzel Grossl e Barbara Pscheidt. O casal era lavrador na Estrada dos Banhados. Sua esposa Franziska faleceu aos 58 anos no dia 29.07.1923. Tiveram, ao menos, os filhos Barbara, Francisco e Benedito.

Dentro da varanda, partindo da esquerda:

Luiz Kollross. Ainda não é possível dizem com certeza de quem se trata, pois, a princípio, não houve um imigrante chamado Luiz ou Alois Kollross. Houve apenas dois filhos do imigrante Georg Kollross que se chamaram Aloysio (um com Catharina Linzmeyer em 1880 e outro com Therezia Müller em 1883), mas já eram nascidos no Brasil. Logo, não eram imigrantes. Georg Kollross veio ao Brasil a bordo do Bahia, em 1877. Pelo mesmo navio imigrou a família de um Thomas Kollross.

Karl Klinger. Imigrou solteiro ao Brasil em 1877, aos 24 anos, a bordo do Rio. Foi qualificado como marceneiro e imigrou de Maffersdorf, na Boêmia. Ainda não se tem informações sobre a sua família constituída no Brasil.

Luiz Schreiner (Aloís Schreiner). Nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, filho dos imigrantes Lorenz Schreiner e Anna Maria Kirschbauer, que vieram ao Brasil em 1877 a bordo do Rio. Casou-se em São Bento no dia 20.10.1888, aos 25 anos, com Bertha Gruber.

Johann Schreiner. Nascido e batizado em Hammern, também filho de Lorenz Schreiner e Anna Maria Kirschenbauer, imigrados pelo Rio em 1877. Recebeu um lote colonizal na Estrada Rio Negro. Casou-se em São Bento no dia 19.12.1886, aos 25 anos, com Anna Maria Franz. Tiveram ao menos os filhos Therezia, Clara e Carlos.

Anton Fürst. Nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, como filho natural de Anna Fürst. Imigrou  de Eisenstrass, solteiro, pelo Rio, em 1877. Em São Bento, casou-se no dia 20.09.1881 com Therzia Mühlbauer. Sua esposa faleceu aos 79 anos em 27.03.1939. Moravam na Estrada das Neves e tiveram, ao menos, os filhos Bárbara e José.

Benedito Beil. Nascido em Holschlag no dia 30.04.1856 e batizado em Gutwasser, na Boêmia, sendo filho natural de Peter Haden e Maria Beil ou Beyerl. Imigrou ao Brasil em 1874 a bordo do Shakespeare. Recebeu um lote na Estrada Argolo. Foi personagem do primeiro casamento boêmio de São Bento, ocorrido em julho de 1876 com Anna Maria Neppel, sua namorada ainda na Europa, filha de Georg Neppel e Franziska Hofbauer, que imigraram ao Brasil em 1876 pelo Humboldt. Os pais de Anna Maria foram contra o casamento. Do relacionamento, não parece ter havido geração. Anna Maria faleceu em 29.09.1885. Em 10.02.1886, Benedito voltou a se casar, dessa vez com Catharina Brandl, nascida em Eisenstrass, na Boêmia, em 21.03.1865, filha de Josef Brandl e Anna Schweinfurter, que imigraram ao Brasil também pelo Shakespeare em 1874, neta paterna de Michael Brandl e Margareth Mundl. Desse casamento, nasceram, não necessariamente na ordem, os filhos Luiz, Thereza, Maria, José, Carlos, Catharina, Engelberto, Benedito, Rodolfo e Paulo. Catharina Brandl faleceu no dia 04.02.1911, enquanto que Benedito Beil faleceu no dia 24.02.1928.

Gaspar Liebl. Nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, sendo filho de outro Casper Liebl e de Anna Maria Muckenschnabel, que imigraram ao Brasil em 1876 a bordo do Humboldt. Gaspar casou-se em São Bento no dia 22.09.1885, aos 23 anos, com Anna Maria Augustin, de 18 anos, nascida e batizada também em Hammern, filha de Josef Augustin e Anna Modl. Sua esposa faleceu no dia 12.08.1955, aos 88 anos. Foram mais de ao menos Maria e Antônio.

1. Benedicto Pscheidt<!–[if supportFields]> XE “Pscheidt<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> fo de Magdalena Zipperer<!–[if supportFields]> XE “Zipperer<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> nasc. em Mühling<!–[if supportFields]> XE “Mühling<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> Ψ em Neuern<!–[if supportFields]> XE “Neuern<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> na Boêmia, casou a 04.09.18836, com Francisca Lobermaier. Testemunhas: José Zipperer e Fernando Altmann<!–[if supportFields]> XE “Altmann<![endif]–><!–[if supportFields]><![endif]–>. Sua futura esposa imigrou no mesmo Navio, ambos então com 13 anos. Reg 25 L.1 Casamentos Ig Cat SBS 1883. Benedicto e Georg acima eram casados com duas irmãs Lobermayer<!–[if supportFields]> XE “Lobermayer<![endif]–><!–[if supportFields]><![endif]–>. Ela † 29.07.1923 aos 58 anos 1. Lavradores na estrada dos Banhados

1.1. Barbara * 02.07.1884 Ψ4 03.07.1884 Padrinhos: André e Barbara Zipperer.

1.2. Francisca * 28.09.1886 Ψ 20.10.1886. Padrinhos: André Zipperer e sua mulher Bárbara

1.3. Benedito † 28.12.1911 “mordido de cobra” aos 20 anos 1.

Meus Ancestrais: Família Zipperer

I. JAKOB ZIPPERER, morador da Boêmia, casado com Theresia Bohmann, filha de Franz Bohmann, com quem teve:

II. ANTON ZIPPERER, um dos primeiros imigrantes da Colônia de São Bento. Segundo Josef Blau, foi soldado em Klosterneuburg e Viena, na Áustria, e em Verona, na Itália. Nasceu em Flecken #34 no dia 12.01.1813[1]. Conheceu Elisabeth Mischeck, nascida em Gunderwitz por volta de 1822, filha de Thomas Mischeck, carpinteiro e soldado nos Dragões dos Imperador, e de sua esposa Bárbara Kreil. Com ela, se casou em Flecken no dia 08.02.1847. Trabalhava na fazenda de um camponês, realizando todo tipo de serviço que sua família precisasse, e podendo apenas criar algumas galinhas e uma vaca (ZIPPERER, 1954). Sem possibilidade de mobilidade social, Anton Zipperer imigrou com a família ao Brasil em 1873, a bordo do Navio Zanzibar. Tão logo chegaram, ele e seus filhos homens arrumaram emprego na construção da Estrada Dona Francisca. Pouco tempo depois, iniciou-se a subida da serra, com o objetivo de dar início à fundação da Colônia São Bento, da qual Anton Zipperer foi um dos pioneiros (FICKER, 1973). A família conseguiu boas colheitas e, com elas, estabilidade econômica, deixando um legado de prosperidade aos descendentes, o que não seria mais possível na Boêmia. Anton Zipperer faleceu em São Bento do Sul no dia 20.12.1891, já viúvo de Elisabeth Mischeck, falecida em 30.10.1888, tendo sido ambos sepultados no Cemitério Católico da cidade, não mais existente. Tiveram, entre outros:

III. CATHARINA ZIPPERER, nascida em Flecken no dia 08.07.1845. Casou-se em Viena por volta de 1873 com Friedrich Fendrich, filho de Franz Fendrich e Maria Magdalena Trnka. O casal imigrou ao Brasil em 1875 a bordo do Barco Alert, dois anos depois da vinda de Anton Zipperer. Faleceu em São Bento do Sul no dia 18.12.1905, sendo sepultada no Cemitério Municipal. A descendência segue no título FENDRICH.

[Para reprodução do conteúdo, favor citar a fonte]


[1] Conforme pesquisas de David Kohout nos arquivos da região.

Famílias de São Bento estão confirmadas

O livro “Famílias Catarinenses de Origem Germânica”, projeto organizado por Toni Jochem em comemoração aos 180 da Imigração Alemã em Santa Catarina, contará com a presença significativa de sobrenomes da região de São Bento do Sul. Das mais de 100 famílias já inscritas, a cidade estará representada pelos seguintes sobrenomes e pesquisadores:

 

Angewitz – Henrique Luiz Fendrich e Márcio Ricardo Staffen

Beyerl – Henrique Luiz Fendrich

Bollmann – Antônio Dias Mafra

Diener – Douglas Moeller Diener

Fendrich – Henrique Luiz Fendrich

Froehner – Juliano Froehner

Hackbarth – Zilda Hatschbach

Hatschbach – Zilda Hatschbach

Hümmelgen – Cristian Luis Hruschka

Kobs – Sueli Aparecida Tuleski

Prüss – Flávio Pruess

Roesler – Henrique Luiz Fendrich

Schindler – Flávio Pruess

Schuhmacher – Márcio Ricardo Staffen

Staffen – Márcio Ricardo Staffen

Zipperer – Henrique Luiz Fendrich

 

É um bom número de participantes, que certamente saberá representar da melhor maneira as suas famílias e a própria história de São Bento do Sul. Lamenta-se, no entanto, que alguns sobrenomes tradicionais na cidade, como Pscheidt, Grossl e outros, não possuam pesquisadores entre os seus descendentes e, por conta disso, não poderão fazer parte dessa valiosa publicação, que se deverá se tornar fonte de pesquisa para as gerações posteriores. A nossa intenção era fazer com que o maior número possível de famílias são-bentenses fossem representadas no livro.

Família Chabowski ou Habowsky

Encontrei aqui uma edição do jornal “Polska W Brazilii”, feito em São Bento do Sul e que busca resgatar as tradições polonesas. Nessa edição, datada da 1ª quinzena de janeiro de 2008, existe uma interessante matéria sobre a história da família Habowsky, conforme as informações do pesquisador Hilton José Habowsky.

Foi através dessa matéria que me dei conta que os Habowsky, na verdade, correspondem à família Chabowski – embora isso não esteja dito no texto. Isso porque Hilton José Habowsky dá a informação de que seus ancestrais vieram ao Brasil em 1880, aqui chegando no dia 18 de junho. A data corresponde à chegada do “Hamburg” no porto de São Francisco do Sul, o qual trouxe duas famílias Chabowski:

 

CHABOWSKI, Paul: 29 anos, operário, Glowka, Prússia Ocidental, c/ mulher Anna (22), filha Julianne ( ¼ ), católicos, 3ª classe. (J e L)

CHABOWSKI, Stephan: 29 anos, operário, Schlachta, Prússia Ocidental, c/ mulher Julianna (22), filho Paul (3), católicos, 3ª classe. (J e L)

 

Uma delas, a do casal Paulo e Anna, corresponde aos ancestrais de Hilton. A matéria também cita que o casal comprou um lote na Estrada Bismarck mas que, com a pobreza e as dificuldades da época, só conseguiram pagá-lo 18 anos depois.

Segundo a matéria, Paulo Habowsky (Chabowski) e Anna Binek tiveram os filhos Julianne, João, Estanislau, Emilia, Pedro, Francisco e Damásio. Os registros da Igreja Católica de São Bento ainda citam uma filha chamada Verônica. E Damásio, nascido em dezembro de 1881, parece ser o primeiro Chabowski brasileiro.

Hilton é neto de Estanislau e filho de Ladislau Habowsky, que se casou com Hilda Zipperer, filha de José Zipperer Filho e Clara Pscheidt. Como a matéria também cita a descendência de Ladislau, foi possível complementar o meu trabalho sobre a família Zipperer, da qual também sou descendente.

O imigrante Paulo Chabowski

O imigrante Paulo Chabowski