Publicado na Folha do Norte de 20.10.2015.
Ao escrever sobre a família Hannusch/Hanusch, em coluna do ano passado, não tínhamos ainda tantas informações quanto agora. Desde então foi possível desvendar boa parte da genealogia da família quando ainda morava na Boêmia. Agora sabemos que o imigrante Wenzel Hanusch, que veio ao Brasil em 1877 e se estabeleceu com a família na Estrada dos Banhados, era alfaiate e operário e nasceu em 1827 na aldeia de Kochowitz, atual Kochovice, na cidade de Hoštka, antiga Gastorf, na República Tcheca.
Wenzel era filho natural de Maria Anna Hanusch (1790-1853), que viveu e morreu no mesmo lugar, e neto de Josef Hanusch (1754-1832), último desse sobrenome que tem notícia. Josef Hanusch era camponês no terreno de nº 12 de Kochowitz, onde vivia com a esposa Maria Anna. Sobre esta, não está claro o sobrenome, que tanto pode ser Eyhlau como Buchlarez, tampouco a aldeia natal, que pode ser Wette ou Weetl.
A esposa de Wenzel, Anna Trojan, nasceu em Kochowitz em 1831 como filha de Anton Trojan (1792-1857) e Elisabeth Tausch (1789-1861), neta paterna de Wenzel Trojan e Elisabeth Schernst, moradores de Selz, e neta materna de Josef Tausch (1752-1839), de Zebus, e Anna Maria Pitsch (1766-?), de Medonost, todas estas aldeias da Boêmia. Por Josef Tausch, Anna Trojan era bisneta de Ferdinand Tausch e Anna Dorothea, e por Anna Maria Pitsch era bisneta de Anton Pitsch e Anna Maria.
Antes de imigrarem ao Brasil, Wenzel Hanusch e sua esposa também foram moradores da antiga Raudnitz, hoje conhecida como Roudnice nad Labem, na República Tcheca. A Boêmia era habitada tanto por famílias de origem alemã como de origem tcheca, e ao que parece os Hanusch são de origem tcheca. Por vezes o sobrenome era escrito com a grafia eslava, ou seja, Hanuš. O “š” corresponde justamente ao fonema “ch” português.
No Brasil, o sobrenome continuou através dos irmãos Johann e Franz Hanusch, ambos casados com mulheres da família Mühlbauer.
Abaixo, uma imagem da aldeia de Gastorf em 1918.
São Bento no Passado 