Nunca foi tão fácil descobrir quem foram os seus antepassados. Houve um tempo em que era preciso se deslocar até cartórios e igrejas (muitas vezes em cidades distantes), torcer pela boa vontade dos atendentes em permitir a consulta aos livros e então copiar a mão os registros que encontrasse. Hoje em dia é possível descobrir a maior parte das informações sem sair de casa. A quem devemos isso? Aos mórmons, que estão digitalizando livros com registros do mundo inteiro e disponibilizando em seu site de pesquisa.
E quando falo “mundo inteiro”, é mundo inteiro mesmo. Os registros de São Bento do Sul estão lá, prontinhos para serem consultados.
Aqui, você encontra os registros da Igreja Católica de São Bento (batizados, casamentos e óbitos).
E aqui estão os livros do cartório de São Bento (nascimentos, casamentos e óbitos).
Se precisa consultar em outras cidades ou outros estados, procure aqui.
Você pode me perguntar então: mas por onde eu começo a minha árvore genealógica?
Baixe um programa de genealogia
Antes de tudo, eu sugiro que baixe um programa de genealogia. Acredite, você vai lidar com muitos nomes, datas e informações, e não existe cérebro que não se confunda. Um programa auxilia você a cadastrar o nome de pessoas da sua família e a visualizar a sua árvore.
A maior parte dos genealogistas utiliza o programa PAF, que pode ser baixado neste link.
No PAF, você começará cadastrando a si mesmo. Em seguida, coloque o nome e os dados de seus pais, avós, tios, primos, enfim: todas as pessoas e as informações que você já conhece. A opção “Pedigree” mostra aquilo que chamamos de “Árvore de Costado”. Trata-se do tipo de árvore em que só entram os seus pais, avós, bisavós, trisavós, e assim por diante. É geralmente o tipo de árvore que as pessoas buscam conhecer.
Vamos imaginar que você só sabe o nome dos seus avós, e não faz ideia de quem tenham sido os seus bisavós. Como fazer pra descobrir?
Pergunte!
Primeiro, esteja certo de ter perguntado a respeito para as pessoas mais velhas da sua família. Elas podem contribuir com muitas informações importantes sobre a sua história. Leve em consideração toda informação que elas derem sobre o passado da família. Mas não enxergue essas informações como definitivas: você precisará confirmar todas elas em documentos (cá pra nós, sabemos que muitas vezes a nossa memória nos trai, e que às vezes uma mentira ou uma meia-verdade é repetida ao longo de várias gerações. Esteja atento a tudo, mas procure confirmar cada informação).
É bem provável que você tenha então uma ideia do lugar em que seus avós viviam e se casaram. Se você ainda não sabe o nome dos seus bisavós, precisará encontrar o registro de casamento dos seus avós nos links citados mais acima. Mas em que ano eles se casaram? Você pode estimar uma data a partir do nascimento dos primeiros filhos deles. Procure nos registros civis e religiosos – às vezes os casamentos aconteciam em datas diferentes. Se não encontrar numa cidade, procure em outra próxima, ou em alguma que seja mencionada pelos seus familiares.
Encontrando o registro e recuando
Quando você encontrar o registro de casamento, comemore. A grande alegria de um genealogista é encontrar um registro muito desejado. Preste atenção em tudo o que registro diz (ainda que a letra nem sempre seja boa). Provavelmente, além de dar o nome dos seus bisavós, o registro dirá o local de moradia origem deles. Às vezes é a mesma cidade, às vezes não. Tome nota de tudo, datas, locais e informações. Vá cadastrando tudo no PAF.
Com essas informações sobre os seus bisavós, você já poderá buscar o casamento deles (que dará o nome dos seus trisavós, e assim por diante, com todas as gerações). Mas não se esqueça de procurar também os registros de batismo ou nascimento e também os registros de óbito de cada ancestral que encontrar. Eles não apenas rechearão a história pessoal de cada um como também orientarão os passos da sua pesquisa. Lembre-se que antes de 1889 não havia registro civil, então tudo o que você irá encontrar são os registros religiosos.
Então é só ir repetindo os passos a cada geração que você recua. Se além do nome de seus antepassados você também buscar dados históricos sobre eles, e procurar registrar as informações de todos os filhos e descendentes que tiveram, a sua árvore só ficará mais rica e cheia de vida – não queremos, afinal, apenas um punhado de nomes e números.
E o que eu faço quando chego no imigrante?
Muitas famílias de São Bento do Sul vão perceber que são descendentes de famílias vindas da Boêmia, e não da Alemanha. Atualmente, já é possível consultar na internet registros do norte da Boêmia (escritos em alemão e latim). Esse é um passo mais complicado e que exige alguma experiência.
Na medida do possível, gostaria também de poder ajudá-lo nessa empreitada quando chegar até ela. Faço pesquisas profissionais em registros da Boêmia. Leia mais sobre isso aqui.
Compartilhando informações
É possível que nas minhas pesquisas eu já tenha encontrado alguma informação a respeito de sua família e possa lhe ajudar com as informações mais antigas que eu tenho. Do mesmo modo, você talvez possa me ajudar informando dados sobre as gerações mais atuais da sua família. Assim, ganha você e ganho eu com a troca de informações.
Outras fontes
Sugiro que busque os livros sobre a história de São Bento, até para entender melhor o contexto em que viviam os seus antepassados na região. Entre eles, sugiro:
“São Bento no Passado” – Josef Zipperer
“São Bento – Subsídios para a sua história” – Carlos Ficker
“São Bento na Memória das Gerações – Alexandre Pfeiffer
“São Bento – Cousas do Nosso Tempo” – Osny Vasconcellos e Alexandre Pfeiffer
Para um apanhado genealógico dos primeiros anos da história de São Bento, sugiro ainda que busque o e-book “Famílias Tradicionais”, de Paulo Henrique Jürgensen.
Por fim, lembro que há um grupo chamado “São Bento no Passado” no Facebook, e dele fazem parte gente muito interessada e capacitada na história da cidade, e que certamente se esforçarão para poder te ajudar nas suas buscas.
Os registros da Igreja Protestante de São Bento ainda não estão disponíveis em versão digitalizada. No entanto, possuo fotografias dos livros desta Igreja e, caso alguém procure famílias evangélicas, posso ajudar também na busca.
Espero que tudo isso lhe ajude a iniciar a sua própria árvore e me coloco a disposição caso tenha dúvidas.
Prezado Carlos Henrique,
Graças a você e suas informações estou fazendo a minha árvore genealógica
Minha grande fonte na obtenção de dados têm sido os Cartórios de Registros Civis. Porém, como só trazem informações a partir de 1879, estou empacado em conseguir mais dados. As igrejas luteranas que tenho consultado, não têm sido receptivas e dificilmente atendem meus pedidos.
Movido pelo espirito de compartilhamento de informações proposto, gostaria de submetê-la a sua apreciação, tão logo esteja conlcuído o primeiro rascunho. Quem sabe vc poderá me trazer algumas novas informações.
Grande abraço
Norberto Thomsen
(bisneto do colono Adolfo Thomsen)
Muito interessante, eu como são-bentense, gostei muito. Parabéns para os idealizadores e colaboradores deste trabalho.
Olá! Gostei muito do site! Mas estou a procura de informações a respeito de Martha Anna Beckert, filha de Anton Beckert e Dorothea Beckert. Martha nasceu em São Bento, em 15.10.1883. Casou-se com Ernesto Bordignon. O que procuro são informações a respeito do casamento. Será que alguém poderia me ajudar? Obrigada!
Cara Elise,
Você já pesquisou o Cartório de Registro Civil de São Bento do Sul?
Se você não achar, é porque, talvez, ela tenha se casado em outro município (ou comarca)
Boa sorte
Norberto S. Thomsen
Bom dia. Meu nome é GILMAR GROSSL. Como faço para entrar em contato com os organizadores do blog São Bento no Passado? Meu email é gilmar.grossl@hotmail.com.