Aldeias da Boêmia III: No Distrito de Gablonz

O mapa a seguir representa as aldeias germânicas que existiam no Distrito de Gablonz, no norte  da Boêmia. Em destaque, estão aquelas que contribuiram com imigrantes para a cidade de São Bento do Sul, conforme é possível verificar nas listas de passageiros. Esses imigrantes vieram especialmente a partir de 1876, num segundo fluxo de imigração. Franz Rohrbacher, imigrante da região do Böhmerwald, havia sido contratado pela Sociedade Colonizadora para voltar à Boêmia e lá conseguir novos imigrantes para a Colônia de São Bento. Como Rohrbacher não encontrou muita gente ainda disposta no Böhmerwald, partiu justamente para a região do distrito de Gablonz, onde logrou êxito e conseguiu convencer muitas famílias a imigrar. Percebe-se que esses novos imigrantes da cidade vieram de muitos lugares dessa região. As 31 aldeias em destaque são: Friedrichswald, Gränzendorf,  Johannesberg, Karlsberg, Maxdorf, Josefsthal, Marienberg, Spitzberg, Dessendorf, Tiefenbach, Polaun, Wurzelsdorf, Schenkenhah, Schumburg, Tannwald, Swarow, Morchenstern, Neudorf, Wiesenthal, Grünwald, Proschwitz, Maffersdorf, Radl, Gutbrunn, Kukan, Reichnau, Pelkowitz, Puletschnei, Marschowitz, Seidenschwanz e Gablonz. Posteriormente, pretende-se abordar cada aldeia de forma específica. Além deles, houve outras que foram importantes para famílias que imigraram para São Bento. A família Pfeiffer, por exemplo, embora tenha imigrado de Marschowitz, tinha origens em Labau. O mesmo acontece com os Preussler em Grafendorf e os Staffen em Georgenthal, entre outros. O mapa auxilia e muito a compreender melhor a geografia da época. Ele me foi cedido pelo estimado pesquisador tcheco Bruno Reckziegel, e pode ser visualizado em tamanho maior nesse link, clicando no zoom.

Primeiros Imigrantes de São Bento (1873-1877)

Recentemente, foi publicada a revista “Imagens da História – São Bento do Sul”, da autoria de Vera Alice Arnholdo e Kalil de Oliveira. A obra conta partes importantes da história da cidade com base em fotografias do acervo do Arquivo Histórico Municipal de São Bento do Sul. Entre essas fotos, existe uma que é uma verdadeira preciosidade, por conta dos personagens que dela fazem parte. Trata-se de uma foto com vários dos primeiros imigrantes que vieram a São Bento do Sul entre os anos de 1873-1877. Muitos desses imigrantes ainda não haviam sido identificados em outras fotos. Agora, é possível comparar as suas figuras com aquelas de outros retratos antigos.

Aproveitando a existência e publicação dessa preciosa foto, me dispus a detalhar um pouco sobre os personagens que nela aparecem. As informações estão disponíveis nos livros de registro eclesiástico de São Bento do Sul, mas podem também ser encontradas de forma mais organizada (separadas por famílias) na indispensável publicação “Famílias Tradicionais”, de Paulo Henrique Jürgensen.

Estimo a data da foto para o final da década de 10 e primeiros anos da década de 20.  Ei-la, seguida dos respectivos comentários sobre os imigrantes. O site do Arquivo Histórico também disponibiliza a fotografia, e num tamanho maior, bastando clicar aqui.

Sentados, na primeira fileira:

Carl Ehrl Sênior. Nascido em Hammern, na Boêmia, filho de Georg Ehrl e sua esposa Catharina Rückl, que recebaram um lote colonial em 1876 na Estrada das Neves. Imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Humbolt. Casou-se em São Bento do Sul no dia 09.07.1879 com Barbara Bayerl ou Beil, filha de Georg Bayerl e Elisabeth Achatz. Viúvo, casou-se em 23.10.1888 com Francisca Bayerl, irmã da sua primeira esposa. Faleceu no dia 18.11.1944, aos 88 anos. Entre os filhos conhecidos, teve André, Carlos e Anna, os dois últimos falecidos ainda pequenos.

Anton Friedrich (Zuca Fritz). Imigrou ao Brasil  aos 25 anos em 1877 a bordo do Buenos Ayres, trazendo consigo a mãe Anna, de 59 anos, já viúva. Foi um dos sócios-fundadores da atual Sociedade de Cantores 25 de Julho, da qual foi inclusive o primeiro presidente, além de compositor de hinos e poesias. Sobre sua família no Brasil, ainda não foram feitas maiores descobertas.

Jacob Treml. São Bento do Sul teve dois Jacob Treml, pai e filho. O primeiro nasceu no dia 28.08.1842, na região de Flecken e Rothenbaum, na Boêmia, como filho de outro Jacob Treml e de Barbara Bachmeier, filha de Georg Bachmeier. Casou-se com Maria Böhm, filha de Josef Böhm e Maria ou Catharina Rank. O casal imigrou ao Brasil pelo Humboldt em 1876. Era carpinteiro e recebeu um lote colonial na Estrada Rio Negro. Jacob Treml faleceu no dia 11.03.1924. O casal teve ao menos os filhos Josef, Barbara, Jacob, Antônio, Maria, Francisca, João, Bárbara e Thereza. Jacob Treml, o filho, nasceu em Rothembaum no dia 10.08.1875 e faleceu em São Bento do Sul no dia 21.05.1948. Foi casado com Maria Catharina Fendrich, filha do sapateiro Friedrich Fendrich e de Catharina Zipperer. Foram pais de Jacob, Fernando, Maria, José, Francisca, Carlos, outra Francisca, João, Antônio, Rodolfo, Hedwiges, Frederico e Alfonso.

Johann Hinsch. Provavelmente é Johann Hinz, natural de Dunowica, filho de Carolina Hinz, e que foi casado com Josephina Tuszkowka, natural de Wiele (Konitz), filha de Michael ou Bartholmeu Turschkowski e Mariana Franciska (?). Johann Hinz foi um dos 70 pioneiros de São Bento do Sul. Lavradores, estabeleceram-se na Estrada Wunderwald lado Norte. A esposa de Johann faleceu no dia 05.07.1927, aos 74 anos. Foram pais de João, Anastácia, José Adão, e possivelmente de outros.

Josef Rohrbacher. Não há certeza sobre a identidade de Josef Rohrbacher. À princípio, pensou-se ter sido o mesmo que imigrou pelo Humboldt em 1876, aos 54 anos, operário, vindo de Hammern, já na condição de viúvo, e que trouxe consigo a filha solteira Catharina, de 26 anos. Esse Josef, no entanto, faleceu no dia 22.02.1907, aos 88 anos, e quer nos parecer que a fotografia foi tirada em época posterior. No mesmo navio veio a família de seu filho Franz Rohrbacher, casado com Theresia, e os netos Carl e Franz. Seu filho Franz foi aquele que já havia estado em São Bento quando foi contratado pela Sociedade Colonizadora para retornar à Boêmia e trazer mais imigrantes, missão na qual logrou êxito. Houve um outro Josef Rohrbacher que imigrou com 5 anos ao Brasil, acompanhado dos pais Ignatz Rohrbacher e Anna Seidel, sendo ele neto paterno de Georg Rorhbacher e Anna Maria Oberhofner, e neto materno de Franz e Catharina Seidel. Desse Josef, no entanto, ainda não foi encontrado registro em São Bento do Sul. Consultas posteriores poderão esclarecer a identidade do personagem fotografado.

Josef Augustin. Nascido e batizado em Santa Katharina, na Boêmia, sendo filho de Johann Augustin e Theresia Altmann, com quem veio ao Brasil a bordo do Humboldt em 1876. A família recebeu um lote colonial na Estrada das Neves. Além de moleiro, foi também músico, tendo feito parte da primeira bandinha que se tem notícia em São Bento, conhecida como Kapelle Augustin, da qual fazia parte também seu irmão Johann. Casou-se em São Bento do Sul no dia 20.11.1884 com Clara Rohrbacher,  filha de Georg Rohrbacher e Rosalia Stöberl, que imigraram pelo mesmo Humboldt em 1876, neta paterna de Carl Rohrbacher e Theresia Schreiner. Sua esposa faleceu aos 47 anos em 15.07.1911. Até o momento, são os conhecidos as filhas Francisca e Maria, esta última falecida aos 10 meses de idade.

Josef Robl. Operário, filho de Franziska Robl. Imigrou ao Brasil vindo de Schwarzenberg, na Bavária, com a mãe e a esposa Anna Pongratz, de Warzenried, filha de Anton Pongratz e Barbara Weiss. Moravam na estrada Argollo. Josef Robl faleceu no dia 07.04.1923, aos 75 anos, enquanto que sua esposa veio a falecer em 06.11.1937, aos 86 anos. O casal teve, ao que se tem conhecimento, os filhos Catharina, Francisco e José.

Wenzel Pscheidt. Nascido em Hammern, na Boêmia, no dia 17.07.1845, como filho de Wenzel Pscheidt e Anna Maria Aschenbrenner. Casou-se com Barbara Augusitn, filha de Josef Augustin e Ana Maria Modeln ou Modl. A família veio ao Brasil pelo Humboldt, em 1876. No mesmo ano, Wenzelu recebeu um lote colonial na Estrada dos Banhados a oeste. Moraram na Estrada das Neves. A esposa Barbara Augustin faleceu no dia 18.08.1927, aos 70 anos, enquanto que Wenzel Pscheidt faleceu no dia 19.02.1933. O casal teve, ao menos, os filhos José, Wenceslau, Maria, outro José e Bárbara.

Josef Zipperer (atrás, em pé). Nascido em Flecken no dia 14.11.1847, filho dos também imigrantes Anton Zipperer e Elisabeth Mischek, neto paterno de Jakob Zipperer e Theresia Bohmann, e neto materno de Thomas Mischek e Barbara Krall. Imigrou com os pais ao Brasil em 1873, a bordo do Zanzibar, tendo sido um dos primeiros proprietários de lote em São Bento do Sul. Casou-se no dia 18.04.1877 com Anna Maria Pscheidt, filha de Wenzel Pscheidt e Anna Maria Aschenbrenner, com quem teve os filhos Jorge, Wenceslau, José, Bárbara, Eva, Martim, um filho sem nome e Carlos. Sua esposa Anna Maria faleceu em 27.09.1933, e Josef Zipperer em 14.11.1934. As reminiscências do autor sobre a época da colonização deram origem ao livro “São Bento no Passado”, hoje uma das principais fontes históricas da cidade.

João Schreiner. Personagem cuja identidade ainda é desconhecida, podendo se tratar de filho do outro Johann Schreiner, também presente na fotografia, ou de seu irmão Luiz/Aloís Schreiner. No entanto, nesse caso não se trataria de imigrante, mas já teria nascido em solo brasileiro. Não há registros de outra família Schreiner que tenha imigrado para São Bento na época em questão.

Segunda fileira, partindo do lado esquerdo:

Alois Kahlhofer. Natural de Eisenstrass, na Boêmia, filho de Wenzel Kahlhofer e Franziska Kerschel. Imigrou em data e navio desconhecidos ao Brasil, tendo se casado em São Bento no dia 12.07.1880, aos 22 anos, com Therezia Maier, de 17 anos, natural de Hammern, na Boêmia, filha de Franz Maier e Anna Krall, neta paterna de Peter Maier e Therezia Zipperer, e neta materna de Franz e Theresia Krall. O casal teve ao menos os filhos Wenceslau, Catharina, Maria e Thereza. Aloys faleceu no dia 22.02.1939 em Mato Preto, aos 71 anos (SIC?), e sua esposa no dia 30.09.1948, aos 85 anos.

Roberto Hümmelgen. Nascido e batizado em Mühlheim sobre o Ruhr, filho de Wilhelm Hümmelhen, um dos imigrantes pioneiros de São Bento, e de sua esposa Theodora aus dem Bruch, que imigraram ao Brasil em 1873 a bordo do Guttenberg. Protestante, casou-se na igreja católica de São Bento no dia 26.03.1882 com Emma Swarowsky, nascida em 17.05.1862 em Schunburg, tendo sido batizada em Prichowitz,  e que veio ao Brasil em data e navio desconhecidos, filha de Johann Swarowsky e de Mathildes Schier. Com ela teve, ao menos, os filhos Frida e Irma.

Wilhelm Beckert. Natural de Catharinenberg e batizado em Reichenberg, na Boêmia, sendo filho de Anton Beckert, um dos pioneiros de São Bento do Sul, e sua esposa Carolina Hermann, com quem imigrou ao Brasil a bordo do Guttenberg, em 1873. Casou-se em São Bento no dia 15.02.1881, aos 22 anos, com Maria Stoll, de 18 anos, natural da Colônia Dona Francisca, filha de Jacob (Gottlieb) Stoll e Mari Schütz. Tiveram, ao menos, os filhos Carolina, Antônio, um sem nome e Guilherme.

Johann Müller. Filho de Wenzel Müller e Thereza Waldhausen, imigrou ao Brasil vindo de Stadtler (Kunzstetten), na Boêmia, a bordo do Santos, em 1877, tendo então 27 anos, e trazendo consigo a esposa Pauline Wolf, filha de Georg Wolf e Paulina Blechinger. Moravam na Estrada dos Banhados e tiveram, ao que se tem conhecimento, os filhos Carlos, Bertha, Francisco José, Maria, Anna e Wenceslau.

Josef Wand. Imigrou de Sonnenberg, na Boêmia, em 1877, a bordo do Rio, contando com 32 anos e sendo qualificado como operário. Trouxe consigo a esposa Rosine Kausch ou Hausch, que faleceu em 20.03.1914, aos 69 anos. Josef Wand veio a falecer em 15.11.1939, aos 93 anos. Era professor em 1899 na Estrada dos Bugres.

Jacob Liebl. Natural de Hammern, na Boêmia, filho de Kasper Liebl e Anna Maria Muckenschnabel,com quem imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Humboldt. Casou-se em São Bento no dia 23.01.1882 com Catharina Augustin, filha de Josef Augustin e Anna Maria Model. O casal era lavrador na Estrada dos Banhados e teve, ao que se sabe: Antônio, Francisca e Jacob.

Friedrich Labanz (no livro está “Lawanz”). Natural de Fedlis(?), na Prússia, imigrou ao Brasil de Eichstedt, também na Prússia, em 1876 a bordo do Bahia, trazendo consigo a esposa Wilhelmine Witt, natural de Münsterwalde, na Prússia Ocidental, filha de Michael e Relina Witt. Tiveram ao menos os filhos Ida Bertha, Emília, Alma Ottília, Maria Augusta, Hedwiges Agnes e Germano. Wilhelmine Witt faleceu aos 76 anos, no dia 05.06.1924, na casa da família, localizada  na Estrada Bismarck. Friedrich Labanz, ou Labenz, por sua vez, faleceu no dia 13.11.1925, aos 78 anos, na casa de seu genro Bertholdo Feix, situada à Estrada Dona Francisca.

Michael Roerl. Natural da Bavária, filho de Georg Roerl e Barbara Titz. Imigrou ao Brasil pelo Humboldt em 1876. Casou-se com Maria Krewsowa, natural da Boêmia, filha de João Krewens e Dorothea Krewsowa, com quem morava na Estrada das Neves. Maria faleceu no dia 07.12.1891, aos 48 anos, e Michael Roerl faleceu aos 82 anos no dia 26.01.1926. Foram pais de Michael, Josef, Catharina, Maria, José e possivelmente outros.

Gregor Wöhl. Filho de Andreas Wöhl e Theresia Hübner. Imigrou ao Brasil de Heinrichsdorf ou Grünwald, na Boêmia, a bordo do Vapor Vandalia, em 1876, contando à época com 29 anos. Trouxe consigo a esposa Mathilde Schwedler, de 29 anos, natural de Johannesberg, filha de Anton Schwedler e Joana Kleinert. O casal morava na Estrada das Neves. Gregor faleceu aos 78 anos no dia 01.10.1924. Teve com sua esposa os filhos Gregor, Anton, Julie, Roberto, Agostinho, Amália, Emília, Emílio, Estephania e Emílio Henrique, entre os que se tem conhecimento.

…. Liebl. Pode ser Josef, irmão de Jacob Liebl e Gaspar Liebl, também identificados na foto. Também pode ser Leopoldo ou Martim Liebl, imigrantes de outra família. Ou ainda pode ser um Carl Liebl, de uma terceira família, todas elas naturais de Hammern.

Sem Identificação (um pouco à frente de Liebl).

Terceira fileira, partindo do pedestal esquerdo:

Anton Görtner. Identidade ainda não definida. Houve um Anton Görnert, filho de outro Anton Görnert e de Anna Mensel, que veio ao Brasil de Gablonz, na Boêmia, a bordo do Valparaíso, em 1877, tendo na ocasião 45 anos, idade que parece muito avançada para ter ele sido retratado tanto tempo depois (estima-se que a foto seja do final da década de 10 e começo da década de 20). Esse Anton, no entanto, foi casado com outra Anna Mensel, filha de Domingos Mensel e Anna Mai, e com ela teve os filhos Anna, Julie, Maria, Anne e Bertha. Também houve em São Bento um imigrante chamado Anton Gärtner, mas que chegou ao Brasil apenas em 1881. A legenda da fotografia aponta que os imigrantes retratados chegaram entre os anos de 1873 e 1877. O caso ainda não está esclarecido.

Carl Zipperer. Nascido em Flecken, na Boêmia, no dia 18.10.1865, filho de Anton Zipperer, um dos imigrantes pioneiros da colonização de São Bento do Sul, e de sua esposa Elisabeth Mischek, neto paterno de Jakob Zipperer e Theresia Bohmann e neto materno de Thomas Mischek e Theresia Krall. Casou-se em São Bento do Sul no dia 04.05.1889 com Theresa Brey, filha de Carl Brey e Therezia Altmann, imigrantes de Santa Katharina, na Boêmia. Conta-se que Carl teria sido cervejeiro em Lençol, embora seu nome não aparça nos registros de impostos da época. O casal foi pai de José, Júlia, Bertha, Elisabeth, Maria, Rodolfo, Engelberto, Carlos e Hedwiges. Nos primeiros anos do século XX, Carl Zipperer se mudou para a região de Porto União, onde até hoje possui grande descendência.

Georg Dums. Existiram dois Georg Dums. O primeiro nasceu e foi e batizado em Grün, na Boêmia, sendo filho de Johann Dums e Barbara Pflanzer, na companhia de quem imigrou ao Brasil em 1876 a bordo do Humbolt. Em São Bento, casou-se aos 32 anos no dia 28.09.1891 com Maria Neppel, filha de Reinhold Neppel e Joana Seidl, neta paterna de Andreas e Thereza Neppel, e neta materna de Jacob Seidl. Ainda não são conhecidos prováveis filhos para o casal. O outro Georg Dums era natural de Hammern, na Boêmia, filho de Franz Dums e Anna Maria Linzmeyer. Foi casado com Maria Linzmeyer, natural de Roggenbaum, filha de Josef  Linzmeyer e Elisabeth Spaet. O casal imigrou ao Brasil em 1877 a bordo do Santos, tendo ele 37 anos e a esposa 29. Moravam na Estrada Dona Francisca e foram pais de Barbara, Ludwig, Francisco, Jorge, e possivelmente outros filhos.

Benedito Pscheidt. Nascido em Mühling e batizado em Neuern, na Boêmia, filho de Wenzel Pscheidt e Magdalena Zipperer, com quem imigrou a bordo do Humboldt em 1876. Casou-se em São Bento do Sul no dia 04.09.1883 com Franziska Lobermaier, que imigrou pelo mesmo navio, nascida e batizada em Santa Katharina, na Boêmia, filha de Georg Lobermaier e Barbara Grossl, neta paterna de Josef Lobermaier e Therezia Altmann, e neta materna de Wenzel Grossl e Barbara Pscheidt. O casal era lavrador na Estrada dos Banhados. Sua esposa Franziska faleceu aos 58 anos no dia 29.07.1923. Tiveram, ao menos, os filhos Barbara, Francisco e Benedito.

Dentro da varanda, partindo da esquerda:

Luiz Kollross. Ainda não é possível dizem com certeza de quem se trata, pois, a princípio, não houve um imigrante chamado Luiz ou Alois Kollross. Houve apenas dois filhos do imigrante Georg Kollross que se chamaram Aloysio (um com Catharina Linzmeyer em 1880 e outro com Therezia Müller em 1883), mas já eram nascidos no Brasil. Logo, não eram imigrantes. Georg Kollross veio ao Brasil a bordo do Bahia, em 1877. Pelo mesmo navio imigrou a família de um Thomas Kollross.

Karl Klinger. Imigrou solteiro ao Brasil em 1877, aos 24 anos, a bordo do Rio. Foi qualificado como marceneiro e imigrou de Maffersdorf, na Boêmia. Ainda não se tem informações sobre a sua família constituída no Brasil.

Luiz Schreiner (Aloís Schreiner). Nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, filho dos imigrantes Lorenz Schreiner e Anna Maria Kirschbauer, que vieram ao Brasil em 1877 a bordo do Rio. Casou-se em São Bento no dia 20.10.1888, aos 25 anos, com Bertha Gruber.

Johann Schreiner. Nascido e batizado em Hammern, também filho de Lorenz Schreiner e Anna Maria Kirschenbauer, imigrados pelo Rio em 1877. Recebeu um lote colonizal na Estrada Rio Negro. Casou-se em São Bento no dia 19.12.1886, aos 25 anos, com Anna Maria Franz. Tiveram ao menos os filhos Therezia, Clara e Carlos.

Anton Fürst. Nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, como filho natural de Anna Fürst. Imigrou  de Eisenstrass, solteiro, pelo Rio, em 1877. Em São Bento, casou-se no dia 20.09.1881 com Therzia Mühlbauer. Sua esposa faleceu aos 79 anos em 27.03.1939. Moravam na Estrada das Neves e tiveram, ao menos, os filhos Bárbara e José.

Benedito Beil. Nascido em Holschlag no dia 30.04.1856 e batizado em Gutwasser, na Boêmia, sendo filho natural de Peter Haden e Maria Beil ou Beyerl. Imigrou ao Brasil em 1874 a bordo do Shakespeare. Recebeu um lote na Estrada Argolo. Foi personagem do primeiro casamento boêmio de São Bento, ocorrido em julho de 1876 com Anna Maria Neppel, sua namorada ainda na Europa, filha de Georg Neppel e Franziska Hofbauer, que imigraram ao Brasil em 1876 pelo Humboldt. Os pais de Anna Maria foram contra o casamento. Do relacionamento, não parece ter havido geração. Anna Maria faleceu em 29.09.1885. Em 10.02.1886, Benedito voltou a se casar, dessa vez com Catharina Brandl, nascida em Eisenstrass, na Boêmia, em 21.03.1865, filha de Josef Brandl e Anna Schweinfurter, que imigraram ao Brasil também pelo Shakespeare em 1874, neta paterna de Michael Brandl e Margareth Mundl. Desse casamento, nasceram, não necessariamente na ordem, os filhos Luiz, Thereza, Maria, José, Carlos, Catharina, Engelberto, Benedito, Rodolfo e Paulo. Catharina Brandl faleceu no dia 04.02.1911, enquanto que Benedito Beil faleceu no dia 24.02.1928.

Gaspar Liebl. Nascido e batizado em Hammern, na Boêmia, sendo filho de outro Casper Liebl e de Anna Maria Muckenschnabel, que imigraram ao Brasil em 1876 a bordo do Humboldt. Gaspar casou-se em São Bento no dia 22.09.1885, aos 23 anos, com Anna Maria Augustin, de 18 anos, nascida e batizada também em Hammern, filha de Josef Augustin e Anna Modl. Sua esposa faleceu no dia 12.08.1955, aos 88 anos. Foram mais de ao menos Maria e Antônio.

1. Benedicto Pscheidt<!–[if supportFields]> XE “Pscheidt<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> fo de Magdalena Zipperer<!–[if supportFields]> XE “Zipperer<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> nasc. em Mühling<!–[if supportFields]> XE “Mühling<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> Ψ em Neuern<!–[if supportFields]> XE “Neuern<![endif]–><!–[if supportFields]> <![endif]–> na Boêmia, casou a 04.09.18836, com Francisca Lobermaier. Testemunhas: José Zipperer e Fernando Altmann<!–[if supportFields]> XE “Altmann<![endif]–><!–[if supportFields]><![endif]–>. Sua futura esposa imigrou no mesmo Navio, ambos então com 13 anos. Reg 25 L.1 Casamentos Ig Cat SBS 1883. Benedicto e Georg acima eram casados com duas irmãs Lobermayer<!–[if supportFields]> XE “Lobermayer<![endif]–><!–[if supportFields]><![endif]–>. Ela † 29.07.1923 aos 58 anos 1. Lavradores na estrada dos Banhados

1.1. Barbara * 02.07.1884 Ψ4 03.07.1884 Padrinhos: André e Barbara Zipperer.

1.2. Francisca * 28.09.1886 Ψ 20.10.1886. Padrinhos: André Zipperer e sua mulher Bárbara

1.3. Benedito † 28.12.1911 “mordido de cobra” aos 20 anos 1.

Aldeia Natal dos Imigrantes I – Hammern

Da aldeia de Hammern, na Boêmia, imigraram para Sâo Bento do Sul as famílias Aschenbrenner, Augustin, Dorner, Dums, Eckl,  Ehrl, Fürst, Grossl, Jungback, Kollross, Liebl, alguns Linzmeyer, Oberhofer, Pscheidt, Puschinger, Rank, Rohrbacher, Rückl,  Schreiner, Stiegler, Stoeberl, Stueber, Tauscher, alguns Treml, e provavelmente outras.

Existe um site específico sobre o sul e a floresta da Boêmia. Nele, constam algumas informações sobre a história das vilas daquela região. Entre elas, a vila de Hamry, nome atual de Hammern. De lá, traduzo as seguintes informações sobre a vila:

 

HAMRY

A pequena vila Hamry é um centro bem conhecido de lazer na parte ocidental das montanhas Sumava (Bôhmerwald) no Rio Uhlava, cerca de 8 km a sudeste da cidade de Nyrsko.

A vila surgiu como um assentamento de ferreiros, próximo das minas de ferro. A primeira menção é de 1429. As fábricas de vidro foram fundadas ali na primeira metade do século XVIII. Hamry foi também uma sede do gabinete magistrado, na Idade Média.

O nome Hamry quer dizer “moinhos de ferro” e se origina do tempo da fundação do original assentamento de ferreiros.

A Igreja de Nossa Senhora das Dores (está “Sorrow”) surgiu da capela original em 1773. A única fonte talhada de um bloco de granito pode ser vista próxima da Igreja. Ela data de 1856 e tem cerca de 4m de comprimento e 1m de largura.

O compositor P. Stuiber nasceu e morreu em Hamry.